O fio de hoje é para as gestantes, trazendo a importância de receber a 3ª dose (reforço) da vacina contra a COVID-19! O que sabemos de benefício e segurança? Por que é tão importante a adesão a esse reforço?
O bloquinho do fio tá passando pela sua timeline!🧶👇
Fios interessantes sobre o assunto:
1⃣Inclusãode gestantes no PNI
Gestantes/lactantes estão nos grupos de risco para a COVID-19. Segundo a diretora da @OPASOMSBrasil "essas mulheres tem risco de ter sintomas graves e precisarão com mais frequência de ventilação e cuidados intensivos, além de uma chance maior de dar à luz prematuramente"
Dados do Observatório Obstétrico Brasil da COVID-19 apontam que "o índice de letalidade para grávidas com a doença 4,2 vezes maior do que a taxa da população em geral." cebes.org.br/site/wp-conten…
Segundo a notícia da @BBCBreaking (acima), "na prática, enquanto a taxa de letalidade na população em geral até outubro de 2021 foi de 2,8%, segundo o estudo, a taxa de letalidade da covid entre gestantes e puérperas foi de 11,7%."
Dadoscom 300 mil milheres de um estudo feito no Reino Unido (Maio/21) apontaram que o coronavírus aumenta o risco de partos prematuros. ajog.org/article/S0002-…
Na matéria da @bbcbrasil (15/01/22), "somente ~646 mil gestantes receberam a 2ªdose da vacina, segundo a Rede Nacional de Dados em Saúde (atualizados até 09/12/21), (...) cerca de 21,6% das 3 milhões de gestantes previstas para serem vacinadas no PNI" bbc.com/portuguese/ger…
Segundo um artigo da @Nature, no fim de 2021, cerca de 40% das grávidas tinham a vacinação completa, nos EUA.
Hoje, já temos um número significativo de dados populacionais mostrando a relevância da vacinação por parte das gestantes.
Muita fake news rolou apontando que a vacinação poderia trazer prejuízos para a gestação/bebê. As evidências apontam que a vacinação não aumenta um risco de aborto espontâneo, e que inclusive, bebês de mães vacinadas apresentam anticorpos contra o vírus
Outro estudo contou com a participação de 2.456 gestantes que receberam uma vacina de RNA antes de engravidarem ou antes de 20 semanas de gestação. Independente de quando essa vacina foi aplicada, ela não foi associada a riscos de aborto espontâneo. researchsquare.com/article/rs-798…
E temos muitos dados de efetividade também. Num estudo com 10.092 gestantes vacinadas, elas tiveram menores chances de COVID-19 grave ou crítico e COVID-19 de qualquer gravidade journals.lww.com/greenjournal/F…
Ainda, um estudo lá de 2021 também destaca que mulheres grávidas e lactantes formam uma resposta humoral e celular muito robusta (maior do que pela infecção natural), como a que vemosem mulheres não-grávidas, com um bom perfil de segurança ajog.org/article/S0002-…
E como vimos, podemos ver esses anticorpos nos bebês também! No caso da vacina da Pfizer, esses anticorpos contra a proteína S e RBD atravessam a barreira placentária e se aproxima dos títulos maternos no feto dentro de 15 dias após a primeira dose. jci.org/articles/view/…
Em um estudo divulgado na forma de preprint, pesquisadores demonstraram que os anticorpos persistiram aos 6 meses de idade em 60% dos bebês cujas mães foram imunizadas contra COVID-19 durante a gravidez doi.org/10.1101/2021.1…
Essa proteção para o bebê é crítica, visto que no início da vida, são esses anticorpos que a mãe passa que vão contar como essa primeira defesa do bebê, a medida que o sistema imunológico vai 'amadurecendo', e as primeiras vacinas possam ser administradas
E mães que se vacinaram durante a gestação e, durante a amamentação: passaram mais anticorpos (IgA e IgG) para seus bebês, detectados tanto no sangue, quanto na mucosa nasal, comparado com mães que vacinaram após a gestação
Segundo dados do @CDCgov de Fev/22, gestantes que receberam 2 doses da Pfizer na gestação observam redução no risco de hospitalização de bebês com menos de 6 meses. Essas eficácias podem alcançar até 80% dependendo de quando foi a conclusão da vacinação cdc.gov/mmwr/volumes/7…
E cabe destacar que riscos para trombose são baixíssimos: segundo Agência Europeia de Medicamentos, a estimativa fica ~0,0004% das vacinações com a AstraZeneca e 0,0001% para a Janssen. São valores BAIXÍSSIMOS. No fio abaixo, discuto isso:
Ok, e a terceira dose? É muito importante, especialmente considerando a #Omicron. Segundo a @Febrasgobr "a dose de reforço deve ser ministrada por meio das vacinas aprovadas para mulheres grávidas e em puerpério, preferencialmente a da Pfizer"
Ainda, "segundo as recomendações, para as grávidas que se vacinaram com a dose única da vacina da Janssen, indica-se que elas recebam uma segunda dose do mesmo imunizante dois meses após a primeira. Já o reforço deve acontecer após o quinto mês desta segunda aplicação"
"Para as mulheres que engravidaram após o recebimento da primeira dose da Janssen, a Febrasgo orienta que elas completem o calendário vacinal (2ª e 3ª doses) com a Pfizer, os mesmos intervalos indicados pelo MS caso tivesse recebido a vacina depois de descobrir a gravidez."
Esses dois últimos tuítes são textos retirados do site, a partir das recomendações da Febrasgo! Apesar dessas recomendações serem de 2021, elas ainda seguem sendo as mais atualizadas pela federação
Portanto, podemos observar a relevância dessa vacinação, com o regime completo, tanto para a mãe, quanto para o bebê. Sobretudo, temos dados de segurança muito positivos e muitas entidades recomendando essa vacinação. A 3ª dose é peça-chave contra variantes como a Omicron!
Se alguém tiver algum link ou info mais atualizada, vou ficar super feliz e grata se compartilharem 🌻 o importante é a gente sempre estar atento e a par do que for saindo, para sempre fazermos recomendações com base na ciência - e não em desinformação!
Cuidado com manchetes que acabam não trazendo a informação completa: a efetividade *contra casos* foi o que mais sofreu impacto nas crianças de 5-11 anos.
Efetividade contra hospitalização segue presente!
Mais detalhes abaixo 👇🧶
O estudo que reportagens como a do NYTimes se baseiam esta divulgado na forma de preprint no link: medrxiv.org/content/10.110…
Brevemente, os autores destacam que a efetividade contra casos sofreu um impacto significativo por conta da emergência da #Omicron . A gente viu isso pra outras faixas etárias também, comento em alguns fios na seção VARIANTES E VACINAS em bit.ly/fiosmell
Na torcida aqui para eu estar errada sobre o Carnaval no Brasil, daqui a ~15 dias.
No que gostaria de estar errada:
- num possível aumento de casos, e possível aumento de hospitalizações em suscetíveis e vulneráveis (ex: crianças e idosos, grupos de risco)
Um aumento como vimos em outros anos pós carnaval acho difícil acontecer. Mas o cenário acima me preocupa
Acho difícil a gente ver o que vimos em outros anos (e muito disso é graças a vacinação e ao esgotamento de suscetíveis como vem sendo apontado por muita gente competente na área). Mas não significa que não temos risco de ver algo em populações mais específicas. Me preocupa
@fm182020 Olhando não só pra esses dois trabalhos, mas para o conjunto de trabalhos (que alguns cito no fio), parece mais plausível o que o Worobey fala sobre a comercialização ilegal de hospedeiros intermediários infectados. Isso pensando em probabilidades e pelo que a gente tem de dado +
@fm182020 Agora, fica ainda em aberto essa questão do lab leak. E até o momento a gente não tem um dado contundente apontando pra isso. Isso não exime os vários erros da China sobre transparência e condutas no início da pandemia - que me frustra pra caramba. +
@fm182020 Entao, na minha análise (reforçando que é o meu entendimento), a hipótese do Worobey e de tantos outros colegas me parece ter um alicerce mais plausível, olhando como um todo. E acho que precisamos sim investigar bem a fundo pra descartar outras hipóteses
Dois trabalhos surpreendentes foram disponibilizados hoje, trazendo mais dados sobre a origem do SARS-CoV-2:
1⃣Dados sobre o mercado de Huanan como epicentro da emergência do SARS-CoV-2
2⃣Essa emergencia resultou de pelo menos 2 eventos zoonóticos
Resumo do artigo1⃣:
- Os morcegos eram o reservatório do ancestral do SARS-CoV-2 e provavelmente infectaram um hospedeiro intermediário com esse vírus
- O vírus se espalhou para outros animais, e estes foram transportados para o mercado de Huanan
(continua)
- Provavelmente havia vários animais infectados no mercado de Huanan e pode ter havido pelo menos duas "entradas" do SARS-CoV-2 (linhagens A e B) em humanos - Casos humanos no/próximo ao mercado de Huanan se espalhando rapidamente para Wuhan e depois nacional e internacionalment
Notícias de @UKHSA sobre vacinas! 15 estudos avaliaram sintomas de COVID longa em pessoas vacinadas x não vacinados. Os dados indicam que:
🔹Pessoas vacinadas são menos propensas a desenvolver sintomas de COVID longa após a infecção, a curto, médio e longo prazo
👇🧶
É importante destacar que os dados tem algumas limitações importantes:
🔹Os estudos são observacionais
🔹Houve grande heterogeneidade entre os estudos na definição de COVID longa
Porém, os dados são otimistas e conversam com outros resultados anteriores!
Aqui, nesse fio, comento desses primeiros indicativos do impacto da vacinação sobre a COVID longa
Não dá para deixar passar boa notícia sobre vacinas, né? Dados do Chile🇨🇱 de CoronaVac em crianças:
🔹Segura, sem eventos adversos mais sérios reportados
🔹Resposta de anticorpos (capazes de neutralizar Delta e Omicron) E de células (mantida para essas variantes!)
+ detalhes🧶👇
O artigo trata de uma estudo de fase 3 (randomizado e controlado por placebo) da segurança e proteção induzida por 2 doses (intervalo de 28 dias) da CoronaVac em pessoas de 3-17 anos de idade. O estudo foi realizado no Chile🇨🇱
963 indivíduos foram divididos em grupos de acordo com a faixa etária, para as análises:
🔹3-5 anos (crianças)
🔹6-11 anos (crianças)
🔹12-17 anos (adolescentes)
Para o estudo, as faixas de 3-11 anos foram combinadas para as análises.