1. Jornalistas no terreno: dão-nos os factos e a dimensão humana da tragédia que é a guerra. A experiência @CandidaPinto__, capacidade de observação @AnaRFranca, domínio da língua/cultura @IrynaShev, talento artístico @tmiguelmiranda são essenciais;
2. Especialistas: sabem imenso sobre a sua área. Tendem a pensar verticalmente sobre os temas que estudaram/estudam;
3. Analistas: fazem associações entre os principais temas em debate. Pensam horizontalmente através de áreas. O seu trabalho é integrar conhecimento;
4. Comentadores/as: pela natureza da sua profissão têm de falar sobre imensos temas - da situação num partido político nacional, doutrina nuclear russa ou, por exemplo, agricultura e energia. Os/as melhores comentadores/as ouvem com atenção os especialistas e analistas;
5. Pela natureza do seu trabalho, as bibliotecas dos/das jornalistas, especialistas, analistas e comentadores/as tendem a ser muito diferentes. O mesmo acontece com os seus mapas mentais e uso de conceitos;
6. Os especialistas e analistas têm uma grande consciência do que não sabem ou ignoram. Por exemplo, o que me preocupa diariamente na guerra contra a Ucrânia é o que não estou a ver. Muitas vezes, um especialista/analista tem de dizer "Não sei" numa entrevista. Acho normal;
7. Os comentadores/as não são contratados para ter dúvidas durante os programas/entrevistas em que participam. Afirmam-se sobretudo pela sua capacidade de argumentação na defesa dos seus pontos de vista. Essa é a sua principal função. A retórica é a sua arte.
8. Com uma vénia ao @danielolivalx e em defesa das/dos jornalistas, especialistas, analistas e comentadoras/es na república democrática. Fim
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2.A Casa Branca concluiu que os interesses estratégicos dos EUA obrigam ao fim do ciclo iniciado em 2001 após o 11 de Setembro. A competição entre as grandes potências é mais importante para os EUA do que o contra-terrorismo. Há que escolher prioridades por causa da China.
3. A médio prazo, Washington espera que o custo reputacional pago durante a queda de Cabul permita aos EUA concentrar as suas atenções, recursos diplomáticos, económicos e militares junto à costa da Ásia.
Sobre o #Afeganistão: a história mostra que a política internacional tende para a tragédia; 1/8
A intervenção multilateral internacional no #Afeganistão após 2001 arrisca-se a produzir resultados ainda piores do que a intervenção unilateral dos EUA no Iraque em 2003; 2/8
As escolhas políticas e militares dos EUA e os seus aliados NÃO são continuar no Afeganistão ou retirar, mas sim escalar o conflito militar com os #Talibãs e aliados conjunturais para poder continuar no país ou, em alternativa, retirar; 3/8
Nos últimos 170 anos, aconteceram 4 intervenções militares externas no #Afeganistão - Inglaterra, URSS, EUA/países europeus/ONU. Londres tentou mudar o regime, Moscovo manter o regime e Washington et al, expulsar os Talibãs/Al Qaeda e recriar um Estado; 1/7
Por razões diferentes, todas estas intervenções externas falharam. Todas; 2/7
Do ponto de vista histórico, o sucesso militar de todas as insurreições contra Cabul dependeu sempre das escolhas feitas nas regiões no leste e norte do #Afeganistão. Este é um ponto a ter em conta nos próximos dias e semanas. O sul #Kandahar é secundário; 3/7