O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou neste domingo, 20 de março, a suspensão das atividades de 11 partidos políticos que fazem oposição ao seu governo — quase todos de esquerda. Zelensky justificou a decisão afirmando que as agremiações seriam "pró-Rússia".
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A suspensão atinge o maior partido de oposição a Zelensky — a agremiação de centro-esquerda "Plataforma de Oposição - Pela Vida", que detém 44 das 423 cadeiras no Parlamento e controla 230 dos 1.780 oblasts regionais.
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Também foram suspensos o Partido Socialista da Ucrânia, a União das Forças de Esquerda e o Partido Socialista Progressista, entre outros. Partidos neonazistas e organizações que operam forças paramilitares como Svoboda, Pravyi Sektor e Corpo Nacional, seguirão atuando.
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É o segundo grande expurgo de partidos de esquerda na história recente da Ucrânia. Em 2015, o governo de Petro Poroshenko já havia banido os partidos comunistas, bem como o uso de símbolos ligados ao comunismo e organizações vinculadas ao ideário marxista.
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Como resultado, foram banidos o Partido Comunista da Ucrânia, o Partido Comunista Renovado e o Partido Comunista dos Trabalhadores e Camponeses, bem como diversos movimentos sociais. Centenas de militantes comunistas foram presos ou mortos desde o Euromaidan.
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A perseguição política não se limita aos partidos e movimentos de esquerda. Em 2019, o regime ucraniano baniu o mais antigo jornal em circulação do país — o Jornal dos Trabalhadores, que fazia oposição ao governo ucraniano.
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A suspensão dos partidos de oposição garante controle parlamentar absoluto que Zelensky tanto almeja. Seu primeiro após assumir a presidência foi decretar a dissolução do parlamento e antecipação das eleições legislativas visando formar uma base de apoio subserviente.
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ERRATA
No segundo post da sequência, leia-se "controla 230 dos 1.780 assentos nos conselhos legislativos dos oblasts regionais."
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O navio-patrulha russo "Vasily Bykov" reapareceu intacto nesse domingo navegando nas águas do Mar Negro, a caminho do Porto de Sebastopol na Crimeia. As Forças Armadas da Ucrânia alegaram ter destruído a embarcação no dia 7 de março.
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Em um comunicado oficial, a Ucrânia disse ter realizado "uma operação brilhante e única na história militar mundial", ressaltando o "pioneirismo" do uso de lançadores de foguetes para "afundar" a embarcação. A imprensa estadunidense repercutiu a informação com euforia.
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Replicando acriticamente e sem qualquer checagem as informações oriundas das agências ocidentais, a mídia brasileira também contribuiu para espalhar a "fake news". Em portais militares, especialistas formados no Youtube ressaltavam a genialidade da emboscada e da artilharia.
A jornalista e correspondente de guerra Anne-Laure Bonnel (@al_bonnel) surpreende os âncoras do canal de televisão francês CNews ao revelar que os ataques aos civis no leste da Ucrânia estão sendo perpetrados pelo exército ucraniano.
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@al_bonnel Anne-Laure Bonnel produziu o documentário "Donbass", de 2016, registrando o massacre perpetrado pelo regime ucraniano contra as minorias russófonas do leste do país. O documentário pode ser visto no Youtube com legendas em espanhol e inglês.
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@al_bonnel A jornalista francesa viralizou recentemente com um desabafo sobre a campanha de desqualificação que sofreu na mídia francesa, a invisibilização dos ataques ucranianos aos civis de Donbass e à parcialidade da cobertura midiática.
Militares ucranianos continuam impedindo a saída de civis de Mariupol, visando usá-los como escudos humanos. Nesse vídeo, gravado em uma estrada vicinal nos arredores da cidade, soldados ucranianos bloqueiam a saída de veículos e alvejam um civil que tenta resistir à agressão.
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O Centro Nacional de Gerenciamento de Defesa da Rússia estima que 130 mil civis ucranianos e ao menos 184 estrangeiros estejam sendo mantidos reféns por militares ucranianos. Diariamente, c. 235 civis são executados por tentarem deixar a cidade.
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As Forças Armadas da Rússia estabeleceram corredores humanitários e ajudaram a evacuar mais de 300 mil civis na região. Somente nos últimos três dias, quase 60 mil civis foram removidos de Mariupol por militares russos.
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Depois de oito anos seco, o Canal da Crimeia está novamente vertendo água. O fluxo do canal havia sido interrompido pela Ucrânia desde 2014, mas as Forças Armadas da Rússia assumiram o controle do sistema hídrico e implodiram a barragem que bloqueava a água.
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Reagindo ao golpe de Estado de 2014 e à ascensão do governo neofascista pós-Euromaidan, a população da Crimeia exigiu a separação da Ucrânia e manifestou em referendo o desejo de se unir à Rússia. O governo russo aprovou a anexação e enviou tropas para ocuparem a Crimeia.
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Como retaliação, a Ucrânia construiu uma barragem na região de Kherson para bloquear o fluxo de água do Canal da Crimeia ainda em 2014. O canal desvia água do Rio Dniepre em direção à península da Crimeia e responde por 85% da água consumida pelos crimeios.
O erro basilar desse comentário é idêntico ao que se vê nas análises toscas e rasas da imprensa liberal/pró-atlantista: a tentativa de reduzir o conflito Rússia x Ucrânia a uma briga de Putin com Zelensky. Tratar uma disputa do sistema imperialista como fosse briga de bar.
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Não é Putin que está brigando com Zelensky. É o sistema imperialista, atlantista, que está tentando eliminar o obstáculo representado por uma potência militar não alinhada. É uma guerra por procuração insuflada há anos pelos EUA e seus aliados na OTAN.
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Essa guerra não se limita a Rússia. Inclui também a China, que passa pelo mesma tentativa de isolamento e demonização, com direito até mesmo a um genocídio fabricado pela mídia e revolução colorida no Cazaquistão, na fronteira com o problemático território de Xinjiang.
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Há 284 anos, em 19/03/1738, nascia o revolucionário peruano Túpac Amaru II. Descendente da linhagem imperial inca, Túpac liderou a maior insurreição anticolonial das Américas, responsável por mobilizar mais de 100 mil indígenas contra o império espanhol e a escravidão.
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Batizado José Gabriel Condorcanqui, adotou o nome de Túpac Amaru II em homenagem ao seu bisavô — Túpac Amaru, último imperador inca, executado em 1572 por conduzir uma revolta contra o domínio espanhol.
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Descendente da nobreza inca, Túpac herdou terras, cabeças de gado e um plantel de mulas utilizadas no transporte de mercadorias. Também herdou o título de cacique de Tungasuca, Surimana e Pampamarca, função que lhe granjeou enorme prestígio entre as comunidades indígenas.