Esqueça o papo de que empresas tech BR são e-commerce, fintechs ou – pasmem! – empresas de cashback.
Quando uma empresa é tech de verdade, ela nem usa essa palavra.
Nesse🧶, vou te mostrar cias BR que desenvolvem tecnologia a nível global sem deixar nada a desejar às gringas:
Primeiro, vamos desvendar de onde veio esse mito.
Na verdade, o que se convencionou chamar de tech, não só no Brasil, mas também no mundo, são na maioria das vezes empresas de software.
Isso foi muito influenciado, claro, pelas FAAMGs.
Mas dentro do segmento tech...
Há um subdomínio, o de deep tech, que está relacionado a empresas que trabalham com problemas de engenharia, ou seja, mais ligadas ao hardware.
Dentro deste conceito, não há exagero nenhum em afirmar que o Brasil possui exemplos muito bons.
Vamos começar com uma dupla:
No ano passado, a #RAPT4 e a #FRAS3 descobriram um novo método para obtenção de nanopartículas de nióbio em larga escala - uma inovação inédita no mercado mundial.
Pra trabalhar com a nanotecnologia, as duas criaram uma nova empresa: a Nione.
Ainda em 2021, ela apresentou seu primeiro produto: uma pré-mistura que serve como base para aplicação em revestimentos protetivos.
A adição dela ao revestimento traz ganhos em resistência à corrosão, durabilidade e secagem ultrarrápida, melhorando o processo de aplicação.
O primeiro uso dele foi, em parceria com a Unidade de Tintas da #WEGE3, nos discos de freio da Fremax, empresa também do Grupo Randon.
Em testes, o incremento da resistência contra a ação de agentes corrosivos, demonstrou, em alguns casos, ter ganhos superiores a 400%.
Mas, a inovação na Fras-le não para por aí.
Também em 2021, ela apresentou uma linha de produtos em materiais compósitos.
Essa tecnologia é uma alternativa aos itens originalmente fabricados em aço e resulta em produtos com melhor desempenho e redução de peso de até 65%.
O primeiro projeto da unidade foi a fabricação de suportes de para-lamas para semirreboques.
Além da redução de peso, os produtos em materiais compósitos facilitam o processo de montagem com design simplificado, não requerem pintura e não sofrem efeitos corrosivos.
A ideia é expandir com a concepção de novos produtos e comercializando a tecnologia com outros fabricantes do mercado de autos.
O apelo em redução de peso atrai interesse do mercado todo, já que diminui o consumo de combustível e, consequentemente, reduz emissões de poluentes.
A Randon também tem soluções tech nesse sentido.
Uma delas é a Hybrid R, semirreboque com sistema de tração auxiliar elétrica.
Ele conta com um sistema de recuperação de energia gerada durante a frenagem ou durante descidas, capacitando a carreta a ajudar o caminhão...
a subir aclives de forma mais eficaz e segura.
Dependendo da aplicação, condição de carregamento e da estrada, a economia de combustível pode chegar até a 25%, propiciando, também, menor desgaste dos componentes, além da menor emissão de resíduos.
Se você acompanha a Fórmula-1, deve lembrar que essa tecnologia se parece com o KERS que os carros da modalidade usavam (hoje substituído pelo ERS). Pois foi de lá mesmo que veio a inspiração pro projeto.
O conjunto semirreboque possui um algoritmo que avalia suas condições de operação, aliviando o esforço do cavalo-mecânico.
Ao frear e desacelerar, o motor atua como um gerador recuperando a energia cinética e armazenando-a em baterias que alimentarão o motor elétrico do eixo.
O motor elétrico do semirreboque da Randon é da WEG, nossa próxima empresa.
Ela não deve ser novidade pra ninguém na fabricação de tecnologia nacional.
A WEG faz:
- powertrains para caminhões e ônibus elétricos da VW
- sistemas de armazenamento de energia
- estações de recarga
Isso só dentro dos produtos de mobilidade elétrica, claro.
Porque ela é, na prática, a porta de entrada pras fábricas que queiram se adaptar à Indústria 4.0, oferecendo sensores, telemedição, automação, visão computacional e tudo o mais que você viu no nosso relatório!
Saindo dos motores elétricos, e indo para a combustão, temos a #TUPY3.
Em 2022, a empresa irá anunciar resultados de pesquisa de dois novos tipos de motores:
- Um motor movido a hidrogênio, destinado ao transporte de cargas;
- Um novo conceito de bloco de motor de ferro fundido que emite de 40% a 70% menos CO₂ em seu processo de fabricação e é cerca de 5% mais leve que o de alumínio.
Isso é um feito e tanto, considerando que a densidade do ferro em relação ao alumínio é quase três vezes maior.
Com a aquisição da MWM, a Tupy avança também em várias iniciativas para geração de energia, novos motores e soluções para a descarbonização.
E mais, a Tupy, em parcerias com a USP e a Embrapii, e com o Senai e a BMW, está pesquisando e desenvolvimento tecnologia pra reciclagem de baterias de veículos elétricos usando a hidrometalurgia.
TL;DR:
- As deep techs BR
- Fras-le e Randon atuam com nanotech para revestimentos
- Produtos de materiais compósitos reduzem até 65% do peso de peças
- Semirreboque elétrico economiza até 25% de combustível
- WEG, mobilidade elétrica e Indústria 4.0
- Tupy e o futuro do motor
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A Foxconn é a maior fornecedora de componentes eletrônicos do mundo. Você já deve ter ouvido sobre ela por ser a parceira de longa data da Apple na fabricação do iPhone.
A #TUPY3, com a aquisição da MWM, quer se tornar a "Foxconn" dos motores.
Vem saber os detalhes nessa🧶:
Ontem, a Tupy anunciou a aquisição da MWM pela bagatela de R$ 865 mi.
Esse valor é mais do que o dobro do que a empresa pagou na sua compra do ano passado: a Teksid, c/ as plantas de Betim e Aveiro, saiu por ~R$ 420 mi.
Mas por que a MWM é tão importante assim? 👇
Primeiro, vamos desvendar quem é, de fato, a MWM.
A empresa é uma subsidiária da Navistar, que produz os caminhões da marca International - mais conhecida nos EUA.
A Navistar, por sua vez, é uma subsidiária do Traton Group que, por fim, faz parte do Grupo Volkswagen.
A #TUPY3 é uma grande recicladora: a empresa transforma +500 mil ton/ano de sucata em produtos.
~99% do metal usado como matéria-prima em sua produção é reciclado.
Mas não para por aí: com a BMW e o Senai, ela quer resolver tbm um grande problema dos veículos elétricos
🧶
Primeiro, vamos ao problema:
O descarte das baterias dos carros elétricos é uma grande preocupação ambiental
Elas têm o ciclo de vida de 5 a 7 anos e - assim como as pilhas comuns - não podem simplesmente ser jogadas fora em qualquer lugar, por conta da sua composição química
Uma solução temporária que começa a tomar espaço é adaptar as baterias dos EVs para serem utilizadas no armazenamento de energia, onde elas ainda podem ser utilizadas por pelo menos mais 10 anos
No 2º choque do petróleo em 1979 o L da gasolina nos postos br foi de Cr$8,40 p/ Cr$22,40
O governo mandou ver no racionamento: gasolina ñ era vendida nos fins de semana e ficou proibido andar a +80km/h
P/ sobreviver a esse caos, 2 grandes empresas adotaram a mesma estratégia🧶
Primeiro, o contexto: em 1979, a economia brasileira (e a mundial) passou por um perrengue: a segunda crise do petróleo - provocada pela Revolução Iraniana - bateu na porta, triplicando o preço do barril.
O FED, na tentativa de segurar a inflação que veio com a disparada do preço do petróleo, deu uma pancada nos juros, que saltaram de uma média de 12,8% ao ano, em 1979, para 20,1% em 1980 🤯
A WEG não é conhecida como a Indústria das Indústrias à toa.
2 notícias sobre a empresa deste mês mostram o porquê disso.
Se liga nessa thread pra ver como as novas parcerias com a Marcopolo e a Randon + Fras-le, colocam as empresas na ponta da tecnologia a nível global: 🧵
A Marcopolo #POMO4 lançou recentemente o Attivi, o primeiro ônibus elétrico com chassis próprio da fabricante de carrocerias de ônibus.
Com capacidade total para 89 passageiros e autonomia de ~250 km (em sua versão experimental), o Marcopolo Attivi possui Powertrain da WEG – formado por um motor central trifásico de 395 kW de potência, 2.800 Nm de torque e um inversor de frequência.
Você sabia que a #WEGE3 é parceira de 3 montadoras que estão lançando carros elétricos no Brasil?
Mas, pera aí! Não é meio loucura falar de carro elétrico enquanto o país passa pela pior crise hídrica dos últimos 90 anos e as contas de energia dispararam?
Se liga nessa thread onde detalhamos a estratégia da empresa na área de mobilidade elétrica e como ela pode contornar esse problema 👇
Primeiro, vamos colocar todo mundo no mesmo pé. Você já sabe que o forte da WEG é fazer motores industriais, não motores de veículos, né? Mas há 15 anos, a empresa teve a iniciativa de transformar o motor industrial em um motor de tração.