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André Valente @andrevalente
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[ A Ilha de São Galalau ]

A conclusão da HQ / RPG experimental em câmera lenta.
[ Capítulo 3 ]

< Silêncio >
[ 28 – S.a ]

< Trilha sonora: >
[ 28 – P ]

Escolha o jogador.
[ 29 – S.a ]
[ 29 – S.b ]

Você acorda num local desconhecido.
A última coisa que você lembra é do teleférico caindo.
[ 29 – S.c ]

Você tenta identificar algo na sua frente, mas parece que você não está enxergando direito.
[ 29 – S.d ]

Você está sentindo uma dor de cabeça insuportável.
[ 29 – P ]

Você quer:
[ 30 – S.a ]

Sucumbindo à tristeza, ao cansaço e à confusão, você senta e chora. Você se permite mergulhar no poder catártico e restau --
[ 30 – S.b ]

Uma voz trovejante interrompe seu processo. Você ainda não enxerga muito bem, mas as lágrimas estão limpando sua vista.
[ 30 – S.c ]

Um homem gigante está teclando freneticamente num computador, falando com você sem olhar na sua direção.
[ 30 – P ]

Você pergunta:
[ 31 – S.a ]

Você finalmente percebe o novo braço. Tudo parece novo e cheio de possibilidades. Você tenta entender a situação.
[ 31 – S.b ]

O gigante responde com um certo desprezo. Você estranha como ele fala no plural de você, mas logo esquece o assunto.
[ 31 – S.c ]

Você tem muitas perguntas, mas no momento só consegue pensar em como tudo teria sido mais fácil com esse braço.
[ 31 – P ]

Você pergunta:
[ 32 – S.a ]

Você resolve perguntar sobre a forma que o gigante está usando para falar de você.
[ 32 – S.b ]

O gigante respira fundo, e explica como alguém que está falando algo muito óbvio.
[ 32 – S.c ]

Você não tem a menor idéia do que diabos ele está falando.
[ 32 – P ]

Você pergunta:
[ 33 – S.a ]

Você resolve perguntar ao gigante quem ele é.
[ 33 – S.b ]

"Eu sou Galalau!", ele responde, entusiasmado. "Você quer ouvir a minha história? NINGUÉM conhece a minha história!"
[ 33 – S.c ]

"Eu sempre fui meio grandinho – minha vó dizia que eu era herdeiro de Golias – e eu morava num lugar chamado Gólgota."
[ 33 – S.d ]

"Uma noite eu ouço uma voz me chamando, dizendo: 'Bróder, chegaí. Me dá um helpzinho, bróder.' E eu fui."
[ 33 – S.e ]

"Eu cheguei numa caverna com uma pedra enorme na frente, e a voz dizia: 'A pedra, bróder. Tira essa pedra daí, mermão!'"
[ 33 – S.f ]

"E lá de dentro, que era um túmulo, saiu um cara super de boas que falou: 'Valew, bróde. Beijão, falow.' E foi embora."
[ 33 – S.g ]

"E acontece que aquele cara era, tipo, super importante. E tal."
[ 33 – S.h ]

"E ele chamou um monte de gente pra trabalhar com ele. E sabe como tem um cara, o São Pedro, que escolhe quem entra no Céu?"
[ 33 – S.i ]

"Eu era o São Galalau, e eu escolhia quem reencarnava. E eu levava meu trabalho muito à sério."
[ 33 – S.j ]

"Até que um dia o Chefe me chamou e me deu uma bronca, e falou que todo mundo podia voltar."
[ 33 – S.k ]

"E aí virou bagunça. Todo mundo encarnando, superpopulação. Gente demais no mundo inteiro. Bagunça."
[ 33 – S.l ]

"Resumindo toda uma história longa, eu acabei pedindo demissão."
[ 33 – S.m ]

Sorrindo, Galalau conclui: "E essa é minha história. Não é doida? Não sei porque ela não tá na Bíblia, coisa e tal".
[ 33 – P ]

Você aproveita o bom humor de Galalau pra perguntar:
[ 34 – S.a ]

Você espera um momento de silêncio para perguntar sobre você.
[ 34 – S.b ]

Galalau parece muito orgulhoso enquanto lhe conta.
[ 34 – S.c ]

"Bem, o Chefe tinha me mandado reencarnar o povo todo, tudo automático. Uma alma por corpo."
[ 34 – S.d ]

"E ao mesmo tempo, o mundo começou a ter sérios problemas, a grande maioria causados pela superpopulação."
[ 34 – S.e ]

"Foi então que eu juntei dois mais dois e descobri que pra salvar o mundo eu teria que hackear a reencarnação."
[ 34 – S.f ]

"Você entendeu? EU estou salvando o mundo. EU, GALALAU. VOU. SALVAR. O. MUNDO."
[ 34 – S.g ]

"E eu tive uma idéia: 'e se eu reencarno duas almas num corpo só?' Isso não deu certo MESMO, foi um grande erro."
[ 34 – S.h ]

"Eu tive bem mais sucesso com um grupo de almas no mesmo corpo. Quanto menos ego, mais o processo dava certo."
[ 34 – S.i ]

"E aí eu resolvi tentar com grupos enormes de almas. Cidades inteiras dentro de um só corpo. E o resultado foi incrível"
[ 34 – S.j ]

"Vocês são a prova disso. Fora uns efeitos colaterais, claro. Como essa demora que vocês têm pra reagir e tomar decisões."
[ 34 – S.k ]

"Ou como, frequentemente, vocês resolvem desistir do nada. Apagar a memória e começar do zero. Fazer as coisas fora de ordem."
[ 34 – S.l ]

"E eu nunca entendi essa fascinação bizarra por Legião Urbana, aproveitando toda oportunidade pra trollar com aquelas músicas."
[ 34 – S.m ]

"Bem, resumindo, vocês são umas 1.500 almas presas em um corpo, e vocês são o modelo do futuro da humanidade."
[ 34 – S.n ]

< Trilha sonora: >
[ 34 – P ]

Você reage:
[ 35 – S.a ]

Contra toda lógica você grita, em conflito, que acha Galalau um gênio.
[ 35 – S.b ]

Galalau debocha: "Ah, obrigado. Eu sei que não são todos vocês aí dentro que acham isso, mas obrigado mesmo assim".
[ 35 – S.c ]

"E vocês devem estar se perguntando sobre esse lugar. Você sabia que o Chefe não consegue ver no subterrâneo?"
[ 35 – S.d ]

"Antes de pedir demissão eu usei o escritório do Chefe pra fazer essa ilha aqui. Sob medida para o nosso experimento."
[ 35 – S.e ]

"Eu populei a ilha com uns 50 corpos, todos eles com umas 350 almas em média. Uns corpos incrementados, coisa fina."
[ 35 – S.f ]

"Em teoria a ilha era o máximo. Árvores fornecedoras de comida. Sol, sombra, salas e mais salas de recreação aqui embaixo."
[ 35 – S.g ]

"Na prática as coisas não deram tão certo assim. Vocês não lidaram muito bem com o esquema todo. Vocês todos piraram."
[ 35 – S.h ]

"Teve até um povo que começou a cultuar uma cobra como um deus ou algo assim. Coisa de pinéu."
[ 35 – S.i ]

"Com esses corpos que eu descolei, ao invés de morrer vocês resetavam, tinham amnésia e começavam de novo. Deu merda."
[ 35 – S.j ]

Galalau começa a gargalhar: "Caramba, como vocês são idiotas."
[ 35 – S.k ]

Ele aponta pra você e diz: "E eu estava pronto pra desistir, até VOCÊ aparecer aqui e me dar a solução pro projeto todo."
[ 35 – P ]

Lhe ocorre que tem algo que falta perguntar para Galalau. Algo muito importante.

E você pergunta:

< A resposta a este twit com mais likes será a pergunta escolhida >
[ 36 – S.a ]

Você pergunta: "Por favor, me diga se Eduardo e Monica estão bem?"

< Obrigado, @vino_cipolotti >
[ 36 – S.b ]

Mas Galalau parece não saber de quem você está falando. Ele diz: "Até onde eu sei, você é o último corpo vivo na ilha".
[ 36 – S.c ]

"Quer saber a única coisa que liberta as almas desses corpos aí? Danos ao crânio. Por isso eu remendei a sua cabeça."
[ 36 – S.d ]

"Aliás, foi pensando em como vocês chegaram aqui sem a ajuda de mais ninguém que eu tive a idéia de como solucionar tudo."
[ 36 – S.e ]

"Eu percebi que o problema não é a quantidade de almas dentro de um corpo, mas da qualidade delas, se são um grupo coeso."
[ 36 – S.f ]

"Então eu inventei um algoritmo que faz a triagem, à partir das vidas anteriores, de que almas têm que ir junto de quais."
[ 36 – S.g ]

"As pessoas serão compostas de grupos que não se desafiam, por isso nunca nem perceberão que existe mais de uma alma lá dentro."
[ 36 – S.h ]

"Uma solução tão genial que eu nem vou propor à direção pra implementar. Vou implementar à força e pedir desculpas depois."
[ 36 – S.i ]

"Assim que eu apertar esse botão, todos os bebês do mundo vão nascer com mais de 200 almas enfiadas lá dentro. Não é incrível?"
[ 36 – S.j ]

"E eu esperei você acordar pra ter uma testemunha do exato momento em que eu, Galalau, salvarei o mundo..."
[ 36 – S.k ]
[ 36 – S.l ]
[ 36 – P ]

Escolha o jogador:
[ 37 – S.a ]

Você escolheu Mônica.
[ 37 – S.b ]

Assim que Mônica se separou de você, ela percebeu pelo calor que algo estava muito errado com o motor.
[ 37 – S.c ]

Mônica se apressou pelo corredor, evitando as chamas.
[ 37 – S.d ]

E ela subiu as escadas o mais rápido que pode, antes que as explosões começassem.
[ 37 – S.e ]

Mônica fechou a escotilha para se afastar do fogo, e se entranhou nas pedras procurando uma saída da caverna desmantelada.
[ 37 – S.f ]

Se movendo para o sul, Mônica viu uma pequena fenda ao longe.
[ 37 – S.g ]

Ainda rumo ao sul, a fenda se aproxima. É a saída da caverna.
[ 37 – S.h ]

Mônica sai da caverna. Ela percebe que a topografia da ilha mudou depois do maremoto. Ainda há muito o que redescobrir.
[ 37 – P ]

Mônica se move na direção:
[ 38 – S.a ]

Mônica se move para o sul, onde encontra o fim da ilha, um pequeno banco de areia e um remo quebrado. A maré baixa mudou o desenho e o relevo da ilha.
[ 38 – P ]

Mônica se move na direção:
[ 39 – S.a ]

Tentando se mover na direção nordeste, Mônica primeiro avança para o leste, onde não há nada.
[ 39 – S.b ]

Indo para o norte, Mônica encontra um pedalinho que, estranhamente, a ressaca trouxe para a ilha.
[ 39 – P ]

Mônica então se move na direção:
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