A continuação da HQ/RPG experimental em câmera lenta.
< Som de bolhas debaixo d’água >
A água rapidamente preenche a caverna, esmagando e submergindo você.
A corrente te carrega, enquanto você sente pedras desabando e a entrada da caverna se fechando.
Você encontra um bolsão de ar, talvez sua única chance de sobrevivência. Porém:
Se você nada e tenta respirar, pode afogar Eduardo e Mônica (o caranguejo e a cobra parecem desacordados).
Se você tenta deixá-los sobreviver, você pode se afogar (mesmo sendo um esqueleto você sente que precisa de ar pra não morrer)
De qualquer forma, o cansaço e o peso estão te puxando para baixo. Está muito difícil se manter flutuando.
Parece claro que você precisa:
Você resolve se sacrificar pra que Eduardo e Mônica sobrevivam, fazendo de seu corpo uma jangada.
Você não tem pulmões, mas sente o ar indo embora, você está esvaziando. Tontura, dor de cabeça, algo apertando seu peito.
Mas, aos poucos, você sente cada vez mais calma. O conforto de estar fazendo a coisa certa.
Gradualmente, você se integra ao escuro e à água.
Até não existir mais nada.
Você acorda no chão molhado da caverna.
Ao seu lado, Eduardo (fora da sua caixa torácica) e Mônica tentam abrir o alçapão. Você nunca saberá o que aconteceu.
Ao que tudo indica, Eduardo e Mônica se revezaram para manter você flutuando. Por horas? Dias? Até a caverna esvaziar.
Enquanto você assiste Eduardo e Mônica abrindo o alçapão, tudo parece estranho, distante. Como se você estivesse em um sonho.
Você se pergunta se morreu e está sonhando isso. Mas aí você lembra que é um esqueleto ambulante e deixa essa idéia pra lá.
Ao contemplar a entrada do alçapão, você estranha a distância de Eduardo e Mônica. Eles não fazem mais parte do seu corpo.
Eles não estão longe, mas mesmo assim você se sente só. O melhor é: