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Bernardo Santos @bernardo_santos
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Na realidade não é porque ele vai assumir carguinho; a carreira "astronáutica" do Pontes sempre foi meio que uma piada, e ele, um carreirista, e se você prestasse atenção nele desde antes você saberia. Vamos lá:
Marcos Pontes foi ao espaço em 2006, não como resultado de um programa espacial brasileiro, ou de uma missão internacional estratégica. Ele pegou uma carona paga pelo governo Lula.
Num desses golpes de publicidade que o Lula sabia fazer tão bem, o governo gastou cerca de 30 milhões de dólares entre treinamento e o vôo em si para mandar um brasileiro ao espaço no aniversário de 100 anos do primeiro vôo de Santos Dumont.
Não havia nenhuma demanda para a presença de um brasileiro no espaço, nenhum acordo de cooperação estratégica de longo prazo, transferência de tecnologia, nada. Foi literalmente uma carona, Pontes embarcou junto de uma missão que já estava indo ao espaço.
Segundo o governo, ainda assim o negócio valia a pena porque teria dado "visibilidade" ao programa espacial brasileiro. Quatorze anos depois, podemos julgar com isenção: onde está o programa espacial brasileiro, e em que se beneficiou dessa enorme "visibilidade"?
Mas calma que não acabou: um mês depois de voltar do espaço, Marcos Pontes pediu para ser transferido à reserva, e saiu da carreira militar ativa. Qualquer oportunidade que ele pudesse ter de dividir sua experiência e conhecimento com colegas, bem, foi para o espaço.
Na época isso causou embaraço e consternação para o governo, que tentou disfarçar: vejam lá: estadao.com.br/noticias/geral…
Saindo da aeronáutica, Marcos Pontes virou coach e palestrante motivacional, escrevendo livros bem clichezões do tipo "É Possível! Como Transformar seus Sonhos em Realidade". Nunca trabalhou com nada relacionado à Ciência ou Tecnologia.
Em 2013, Pontes se filiou ao Partido Socialista Brasileiro com o objetivo de se candidatar à Câmara dos Deputados. Notícias da época: www1.folha.uol.com.br/poder/2013/10/…
O objetivo declarado era ganhar visibilidade para descolar um cargo mais alto. Qual cargo ele não sabia bem, mas estava claro que podia ser qualquer coisa. Escreveu um livreto falando de si mesmo em terceira pessoa:
"Com sua grande experiência profissional, ele poderia ser designado para assumir a presidência da Agência Espacial Brasileira, o Comando da Aeronáutica, o Ministério da Defesa, o Ministério da Ciência e Tecnologia ou o Ministério da Educação".

O carreirismo é óbvio, né?
Enfim, "o tuiteiro" sabe um pouco sobre essa figura, e sabe um pouco também sobre Ciência e Tecnologia e porque Pontes é uma péssima escolha para chefiar o ministério. O fato de ele ter plantado feijão no espaço não o credencia.
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