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Gil Alessi @gil_alessi
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Sérgio Moro começa entrevista homenageando a imprensa: "A liberdade de imprensa foi fundamental para a Operação Lava Jato", diz o magistrado. "Algumas críticas contra mim podem ter sido injustas, mas isso faz parte num ambiente de debate e tolerância", afirma.
Se Moro está homenageando a imprensa, a relação do presidente eleito Jair Bolsonaro com a mídia tem sido tumultuada, com ameaças e veículos de comunicação sendo barrados em entrevistas.
Moro: "O objetivo é realizar no Governo Federal tudo que não foi feito [pela Lava Jato], com todo o respeito, e implementar uma forte agenda anticorrupção e anticrime organizado. A ideia não é projeto de poder, e sim fazer a coisa certa".
"Alguns enxergaram minha ida [para o Governo] como uma recompensa, mas é uma visão equivocada", afirma Sergio Moro. "Luiz Inácio Lula da Silva foi condenado por que cometeu crime, não por causa das eleições".
Sergio Moro afirma que serão apresentadas propostas legislativas para aprimorar "o quadro legal de combate à corrupção, mas estas medidas ainda estão sendo elaboradas". Segundo o juiz, parte delas devem ser do "projeto 10 Medidas Contra a Corrupção".
Na segurança, Moro cita propostas para proibir a progressão de regime "para presos que são de fato ligados à facções criminosas", e defende uma "regulação mais clara" de operações policiais disfarçadas, "como é feito de forma corrente nos EUA".
"Não se combate corrupção e crime organizado necessariamente pela lógica de confronto policial. O confronto é sempre indesejado. A boa operação policial é sempre quando ninguém se machuca", diz Moro. Uma das propostas de Bolsonaro é excluir a ilicitude quando policiais matam.
Moro também descarta que o aparato de segurança de seu ministério será usado para "perseguir opositores políticos". "Não o fizemos durante a Lava Jato e não será agora à frente da pasta", diz o juiz.
"Na minha perspectiva e na minha visão sigo para fazer um trabalho técnico [e não político], de juiz à frente do ministério, não tenho pretensão de concorrer a cargos eleitorais", afirma Moro. Ele foi criticado por aceitar cargo político após ter dito que não o faria.
Sérgio Moro: “A plataforma na qual o presidente se elegeu prega a flexibilização da posse e do porte de armas. Eu externei minha preocupação a ele, de que uma flexibilização excessiva pode ser utilizada para municiar organizações criminosas”.
Sobre a redução da maioridade penal defendida por Bolsonaro, Moro afirma que “o adolescente tem que ser protegido, mas um adolescente acime de 16 anos que mata, tem um discernimento”. Segundo ele, “é preciso dar Justiça a essas pessoas [famílias de vítimas]”.
Moro discorda de Bolsonaro quanto ao enquadramento do MST e MTST como organizações criminosas e terroristas: “Isso não é consistente [a classificação], o que não significa que eles sejam inimputáveis”.
Moro desconversa quando questionado sobre a defesa que Bolsonaro faz da ditadura: "Acho que o que provoca algum debate é que às vezes se coloca que os militares fizeram tudo sozinhos, mas parte da sociedade civil apoiava isso. Mas não vou assumir ministério para discutir isso".
Sobre assumir uma vaga no STF em 2020, Moro afirma que isso não foi tratado com Bolsonaro: "No que se refere ao Supremo, não existe uma vaga no momento, logo não acho apropriada a discussão. Tenho grande apreço e respeito pelo ministro Celso de Mello [que irá se aposentar]"
Indagado sobre o fato do futuro chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ter admitido o recebimento de caixa 2, Moro disse ter "grande admiração por Lorenzoni". "Posso dizer que ele foi um dos poucos deputados que defendeu a aprovação do projeto das 10 Medidas Contra a Corrupção".
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Moro diz não ver equívoco em não ter pedido a exoneração do cargo de juiz após ser indicado por Bolsonaro - ele fez apenas um pedido de férias. "Peço exoneração hoje e daqui a um mês acontece algo comigo, o que acontece com minha família?", questiona. "Não vejo problema nisso".
Alguns especialistas, no entanto, discordam da decisão de Moro de não pedir exoneração da magistratura -> ow.ly/SUXW30mwnNS
Sobre o projeto Escola Sem Partido, defendido por Bolsonaro e criticado pelo STF, Moro afirma que é uma questão “da pasta da Educação”. “Tenho compromisso pessoal de não opinar sobre assuntos de outras pastas”.
Questionado sobre os discursos radicais de Bolsonaro ("fuzilar a petralhada", "não conseguiria amar filho gay"), Moro diz que são "discursos do passado". "Ele pode ter feito declarações não felizes no passado, mas em nossas conversas parece moderado", diz o juiz.
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