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Desde outubro do ano passado, não atualizo meus perfis em mídias sociais. O motivo principal é simples: necessidade de priorizar minha saúde mental, me poupando de discussões infrutíferas. Não é preciso ser Xeroque Rolmes pra perceber que as arenas virtuais viraram uma cacofonia.
E, não por coincidência, decidi dar um tempo após as eleições. A enxurrada de fake news e de robôs e usuários bombardeando posts opinativos com comentários agressivos, muitas vezes orquestrados por grupos de WhatsApp, acaba por desestimular quaisquer debates produtivos.
Nesta era da pós-verdade, agências de checagem de fatos não resolvem o problema das fake news. Confrontados com o desmentido de algo que acabaram de compartilhar, muitos se recusam ouvir o outro lado: não querem admitir que erraram, ou simplesmente não se importam com a verdade.
Redes sociais, com seu mecanismo movido a likes, fomentam o narciso em todos nós. O que chamam de "engajamento" virou arapuca: vale tudo pra tentar fazer com que a entidade abstrata chamada "algoritmo" faça a gente ser mais lida, curtida, comentada. E soar mais, hmm, "relevante".
Num ambiente caótico em que todos têm voz, quem berra mais alto chama mais a atenção, e quase nunca pelos melhores motivos: adubo fértil para as falas mais acéfalas e agressivas. Resultado: a Verdade perde, de goleada, terreno para a disputa de narrativas polarizadas.
Você quer ver discussões sendo feitas de modo civilizado? Não em redes sociais, mon ami. Exemplo: o recente caso do "vovô do slime". Você acreditará na narrativa que suas simpatias ideológicas apontarem como a mais verossímil, theintercept.com/2019/02/10/nil… ou caneta.org/noticias/inter….
Neste nem tão admirável mundo novo, quem não compra acriticamente uma das versões ideologizadas de uma história, acaba por ganhar uma definição pejorativa. Não dá pra ser ponderado: se você não é "esquerdopata" ou "fascista", #LulaLivre ou #RobôDoBolsonaro, só pode ser "isentão",
Estudos apontam: sair do Facebook deixa as pessoas mais felizes. theguardian.com/technology/201… (mas não só do Facebook, bóbvio). Em meio ao vórtice de opiniões nas redes sociais, vale continuar nelas? Neste podcast do @manualusuariobr, falei a respeito disso: manualdousuario.net/guia-pratico-1…
Não sei, sinceramente, se posso me dar ao luxo de sair em definitivo das redes sociais, até porque boa parte das minhas atividades profissionais depende delas. Meio que me sinto em meio a um relacionamento abusivo, do qual ainda não consegui me desvencilhar.
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