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NO AR. Após cortes no MEC, envio de imagens de estudantes nus cresce 950% em grupos de WhatsApp em 24 horas. aosfatos.org/noticias/apos-…
Fotos e vídeos que retratam performances e protestos em universidades em diversos períodos têm sido compartilhados de forma massiva nas redes sociais desde que o ministro da Educação, Abraham Weintraub, anunciou o contingenciamento de verbas das instituições, no dia 30 de abril.
Em 350 grupos de WhatsApp, o envio dos 60 conteúdos mais frequentes desse tipo cresceu pelo menos 950% em 24 horas, entre os dias 1º e 2 de maio, segundo levantamento feito em ferramenta de monitoramento desenvolvida na UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais).
No Facebook, o cenário não é muito distinto. Posts identificados por @aosfatos nos últimos dias com fotos e vídeos de estudantes universitários nus já somam mais de 100 mil compartilhamentos.
Em comum, os posts usam as imagens para criticar as universidades e elogiar o corte orçamentário. Eles mostram, em sua maioria, universitários nus, em protestos, festas e apresentações em contextos diversos, anos diferentes e situações pontuais, o que não é alertado pelos posts.
O uso de imagens verdadeiras, mas sem o contexto original em que foram captadas, tem sido uma forma bastante comum de disseminar desinformação nas redes sociais. A prática busca enganar o receptor da mensagem ao distorcer ou omitir o sentido daquilo que foi retratado.
As postagens com maior engajamento apresentavam uma espécie de “pacote”, que trazia uma série de cenas de nudez em ambientes universitários. Esta foi tirada na Universidade Estadual de Londrina em 2016 durante uma atividade do curso de Filosofia.
Publicada sem contexto, apenas com o nome da universidade, a imagem retrata a apresentação de um trabalho de conclusão de curso do professor de artes cênicas e, à época, graduando em filosofia, Agnaldo Moreira de Souza.
O trabalho, que discutia a condição humana durante o nazismo, tinha como objetivo representar o sofrimento e a perda da dignidade de homens e mulheres que eram enviados nus às câmaras de gás. A performance foi conduzida só por atores, sem a participação de estudantes.
Além disso, mais uma distorção: por ser estadual, a UEL não está sob alçada do Ministério da Educação. Leia mais: aosfatos.org/noticias/apos-…
Entre as imagens mais populares divulgadas, estão registros de um protesto realizado na UnB (Universidade de Brasília), em 2009, em defesa da estudante Geisy Arruda, expulsa da Uniban, em São Paulo, por usar roupa considerada curta.
O evento, no entanto, foi um ato isolado e organizado por estudantes. Em nota, a UnB afirma que “é lamentável que as imagens do protesto estejam sendo utilizadas de forma descontextualizada, confundindo a sociedade sobre o cotidiano das universidades públicas".
As mensagens sugerem que seria um comportamento frequente, mas foto que retrata um estudante em sala de aula na UFG (Universidade Federal de Goiás) usando apenas um chapéu é de 2017, aconteceu apenas uma vez e não passou de uma brincadeira que durou menos de meia hora.
Foi assim: após perguntar ao professor se tudo poderia ser arte e escutar que a resposta dependia do artista, o estudante saiu da sala e voltou nu, usando apenas um chapéu e sandálias. Ninguém se ofendeu e ele se vestiu 20 minutos depois. Mais aqui: aosfatos.org/noticias/apos-…
Já esta imagem não é nem protagonizada por uma estudante, mas pela artista Tamíris Spinelli, na performance “Gordura Trans”, ocorrida na UFBA (Universidade Federal da Bahia) em 2015, durante o 2º Seminário Internacional Desfazendo Gênero.
Na intervenção, Spinelli se cobriu de azeite de dendê, alimento típico da Bahia, para falar sobre gênero e o preconceito social com o corpo gordo. A apresentação já teve 18 versões, cada uma delas com um alimento diferente.
A reportagem completa traz outros exemplos de desinformação a partir de fotos e vídeos fora de contexto em relação às universidades públicas. Leia tudo aqui e compartilhe: aosfatos.org/noticias/apos-…
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