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A QUEM INTERESSAR POSSA:
A briga pelo aperfeiçoamento da educação brasileira não se limita mais a meia dúzia de abnegados. Hoje, há o generalizado convencimento de que é preciso mudar – e para melhor.
@AbrahamWeint @jairbolsonaro @ProfZi
Não se discute o ensino superior no Brasil, discute-se o acesso ao ensino superior, por isso, não existe uma política universitária, uma política educacional do ensino superior.

Minha decepção nesse período é que não tenhamos discutido os objetivos do ensino superior no Brasil.
Vivemos um modelo de ensino superior nas Universidades e nas principais universidades do país que é o mesmo desde 1968 (Lei 5540/68), quando foi aprovado a Reforma Universitária.
Valorizou a departamentalização e acenou com uma série de outras medidas, todas elas tornando por base a educação norte-americana ou que se pratica na Alemanha.
Uma estrutura pesadíssima, ultrapassada e decadente.
A Universidade hoje está de fato desacreditada. De toda parte afloram reivindicações e denúncias. Estudantes, ministros, jornalistas, pais, industriais e mesmo alguns docentes não se cansam de criticar publicamente a Universidade e de acusá-la de todo tipo de insuficiência.
Não apenas as privadas, também as públicas, cujos resultados nos órgãos classificadores são ruins. Algumas dessas críticas não passam de inverdades, outras são perfeitamente justificadas e correspondem a carências reais.
Mas, mesmo neste último caso, a opinião resvala para detalhes de importância secundária quando se trata de diagnosticar as verdadeiras causas do mal.
O tema mais importante que está agendado no CNE (Conselho Nacional de Educação) é sobre o credenciamento e recredenciamento de universidades, inclusive as federais, estaduais e municipais. Esse é um tema que está muitos anos atrasado.
O governo não providenciou esse recredenciamento e as universidades federais nunca se importaram se são credenciadas ou não. As universidades federais são criadas por lei, pelo Congresso Nacional, mas a lei não as credencia.
A LDBEN nº 9394/96 – diz que quaisquer universidades devem ser credenciadas.
As novas universidades devem ser credenciadas e as antigas deverão ser recredenciadas. Elas apresentaram as exigências burocráticas para o MEC, mas isso não passa pelo escrutínio de uma reunião pública.
Não menos importante será a discussão sobre o credenciamento e recredenciamento das universidades privadas, visto que nunca aconteceu no país este processo de recredenciamento universitário.
Mas, as universidades devem ensinar o quê?
É para continuar formando quais profissionais na graduação?
Nós queremos universidades de qualificação mundial no Brasil?
Queremos universidades de ponta comparadas às de outros países?
O que devemos ensinar aos estudantes universitários?
Não se discute o ensino superior no Brasil, discute-se o acesso ao ensino superior, por isso, não existe uma política universitária, uma política educacional do ensino superior.
A Coreia do Sul está lutando bravamente para constituir universidades de qualificação mundial. A China tem um plano de fazer 100 universidades de qualificação mundial até 2021. A Alemanha tem um programa de 2,5 bilhões de euros para a qualificação.
O presidente francês deu autonomia para as principais universidades e exigiu que elas se qualifiquem. Portugal e Austrália também têm feito movimentos nessa direção. A Inglaterra tem pelo menos três universidades de classe mundial e os EUA tem um caminhão delas.
E o Brasil, quer o que com seu ensino superior?
Qual será a universidade do futuro? Substituirão as atuais salas de aula? Cada escola terá a sua missão, que não se bastará com a simples transmissão do saber, pois deverá se identificar com as necessidades do mercado de trabalho.
Esse registro é que dará força à palavra "tecnoestrutura", criada por Galbraight para identificar a trilogia governo, empresa, escola. Nunca essa ligação será tão oportuna e, por isso mesmo, tão indispensável.
A universidade é uma instituição plurifuncional.
A pesquisa é, ao lado da docência, uma das funções básicas dessa instituição.
Recentemente, os autores subdividem, as funções da universidade em docência, pesquisa e extensão ou de serviços ou em missão cultural ...
...(transmissão e conservação do saber), missão investigadora (produção e progresso do saber), missão técnico-profissional (formação de profissionais de alto nível) e missão social (serviço social da universidade).
Se queremos projetar a universidade brasileira para os próximos trinta anos. Viveremos uma outra época, de incríveis conquistas científicas e tecnológicas, alimentadas pelo uso de computador e da Internet, e é claro que a indústria do conhecimento, representada pelos nossos ...
...pesquisadores, não poderá concorrer com os produtos de outras nações se não estivermos devidamente apetrechados, inclusive do ponto de vista dos recursos humanos qualificados.
Ninguém vê o óbvio: a pirâmide está invertida. A maior prova disso é o abandono da primeira infância. É nela que o Brasil começa, e seu abandono é a maior das ameaças à pirâmide invertida que caracteriza nosso País.
Mesmo a educação é um exemplo do desequilíbrio da pirâmide invertida. O Brasil dá mais ênfase ao topo, o ensino superior, do que à base, o ensino fundamental.
O resultado é outra manifestação de instabilidade: a qualidade do ensino superior vem sendo puxada para baixo por causa da má qualidade do ensino médio; e este também vem perdendo qualidade por causa da piora no ensino fundamental.
No ensino público: faltam 400 mil professores no ensino básico (fundamental e médio) no País. A maior carência é para as disciplinas de matemática, química, física e biologia. Há escolas que nem as têm na grade.
Estamos vivendo tempos sombrios em matéria de qualidade do ensino, em nosso país, especialmente se considerarmos a educação pública. Os resultados são catastróficos. Houve queda no desempenho em matemática. Na redação foi pior ainda. Vamos caminhando para o fundo do poço.
Ou seja, são estudantes que concluíram o ensino médio, sabe-se lá Deus como, mas padecem dos males do analfabetismo funcional. São incapazes de raciocínios elementares.

O que se pode esperar dessa geração?
Como se vê, há problemas em todas as frentes. A educação básica cresceu em números, é certo, mas não corresponde às expectativas no que tange qualidade.
Enquanto se discute o sexo dos anjos, os resultados concretos estão aí, diante de todos, mostrando que há um longo caminho a ser percorrido.
O curioso é que pouco se fala na formação e no aperfeiçoamento dos professores, em todo esse processo. Temos quase 3 milhões deles, no Brasil inteiro, mas é sabido que a qualidade do que se ministra nos cursos de magistério deixa muita a desejar.
Temos que melhorar os cursos de preparação dos professores, na dupla condição de conteúdos mais adequados e uma presente interatividade, palavra que pode enriquecer, e muito, o que se passa hoje em sala de aula. Para acabar com essa vergonha, só uma ampla reforma.
Enquanto isso, o analfabetismo cresce, em vez de decrescer, seja pelos milhões acumulados de seres humanos que nunca pisaram numa sala de aula, seja por outros milhões que deixam a escola sem nada aprender, como é o caso dos analfabetos funcionais, ...
...essa nova praga que ameaça comprometer o futuro da nação.
Isso significa que a maioria desses jovens chega ao final do curso sem saber ler e escrever ou fazer as quatro operações aritméticas, o que é tão mais grave quanto se sabe que ler, escrever e calcular são os pré-requisitos básicos da vida cultural e da sobrevivência competitiva.
É mister investir tudo na qualificação do Ensino Fundamental e na extinção do analfabetismo, tanto puro quanto funcional, para que se salve o futuro do País.
É o ovo da serpente gerando um perigoso veneno, em doses que aumentam continuamente e dão origem aos graves problemas que vêm caracterizando as crises até aqui invencíveis, e se instalaram no mercado de trabalho e nos Ensinos Médio e Superior brasileiros.
É lamentável o estado do Ensino Fundamental neste País. É o ovo da serpente gerando um perigoso veneno, em doses que aumentam continuamente e dão origem aos graves problemas que vêm caracterizando as crises até aqui invencíveis, e se instalaram no sistema educacional brasileiro.
Mas enquanto as questões mais simples não forem devidamente resolvidas pela “burocracia governamental” parece que continuamos na firme disposição de enfrentar os grandes problemas educacionais através do discurso bonito, inflamado, sem consistência.
É por isso que a educação brasileira continua a ser um triste pesadelo.
Outra insensatez é a incompetência para enfrentar o drama do magistério. Os professores são malformados e pessimamente remunerados.
Como pretender, assim, uma educação de qualidade?
Os cursos de formação de professores padecem de um abissal anacronismo.
Colocar um computador na mão de quem não sabe manejá-lo significa muito pouco. Pensando bem: desde que essas máquinas terríveis entraram no cotidiano das escolas, qual foi o aperfeiçoamento dos conteúdos?

Boa noite! Reforma Universitária Já!
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Os assaltos são sucessivos, não se tem garantia de nada, mata-se por qualquer bobagem.
A droga comanda as ações desses celerados.
Vivemos num país com enormes desigualdades sociais, com altos índices de desemprego e não se espere que não tenhamos um preço a pagar por isso.
Uma das realidades mais tristes do nosso país é a verificação de que se trata mesmo de uma nação de muitos contrastes.
Cidades desenvolvidas e com um nível de vida apreciável convivem com outras, totalmente desassistidas, onde a pobreza, a ignorância, a violência e a miséria fazem parte de seu cotidiano.
Quando se luta para que a educação seja dada no lar e na escola, como tantas leis determinaram, o que se vê na prática é a ruptura desse princípio – e os resultados são rigorosamente catastróficos.
O que pleiteiam os educadores e os homens de bom senso é a solução de base, ou seja, escola para todos – educação máxima.
Está na hora de mudar isso.

A educação é o caminho, antes que o país afunde de vez na ignorância, miséria e violência.
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