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Já que o assunto está em pauta, vamos falar de imparcialidade na avaliação? Como diminuir a subjetividade ao mínimo na hora de transformar o desempenho de um aluno em um número de 0 a 10?
Segue a aula-fio.
Segue a aula-fio.
Primeiro, vamos à polêmica. Sim, existem professores que dão notas baixas de acordo com o seu relacionamento com o aluno ou o seu comportamento em classe. Não é uma maioria, é um ser em extinção, mas ainda existe.E talvez por eliminação, você consiga identificá-lo e proteger-se.
Dito isto, é necessário pensarmos no seguinte. Se não formos criteriosos na avaliação, a subjetividade toma conta do processo e desempenho em notas não será um “termômetro” do real aprendizado. E isto é uma falha grave do processo. E tem origem em um equívoco conceitual.
Notas não são e não devem ser a finalidade de nada. Aquele 0 ou 10 não é o resultado do seu processo de aprendizagem. É apenas um dos medidores possíveis deste processo. A avaliação é como um termômetro, e a nota é a temperatura acusada por este termômetro.
Reduzir todo o processo de aprendizagem à nota atingida, e valorizá-la tanto é como avaliar uma infecção apenas pela intensidade da febre. Se fosse simples assim, não precisaríamos de antibióticos, apenas deu a boa quantidade de freezers.
Certo, a nota não deveria importar tanto, mas no contexto atual importa, é muito! Então como ela pode ser mais justa? Como o professor pode deixar a avaliação o mais justa possível? Como evitar julgamentos parciais (que só levam uma competência em conta)? Primeiro, com variedade!
Alguns alunos falam muito bem, outros escrevem muito bem. Alguns trabalham melhor em grupo,outros sozinhos.Alguns aprendem mais por estímulos visuais, outros por estímulos sonoros e por aí vai.Somos muito diversos também na forma de aprender,ensinar e demonstrar o que aprendemos.
Dentro do possível, procure diversificar ao máximo as suas ferramentas de avaliação, dá trabalho, e nunca será ideal, mas quanto mais informações sobre como o aluno aprende, mais você pode ajudá-lo. Uma boa dica para pais, e também alunos, é entender como você aprende melhor.
Ok. Você agora tem uma boa variedade de ferramentas de avaliação. Isto ajuda e muito, mas não é tudo. Precisa também de transparência! Precisamos sempre ser claros ao explicar como aquele seminário ou prova virou aquela nota. E para muitos pais e alunos, é difícil entender isto.
Primeiro, antes de começar qualquer avaliação, explique as regras, o mais detalhadamente possível. Deixar claro qual conteúdo será avaliado, por que meio isto será feito (prova escrita, chamada oral, cartaz, seminário, etc.) e quais critérios de avaliação serão utilizados.
Um exemplo: iremos ter seminários sobre as revoltas regenciais após a conclusão do capítulo. Cada grupo de cinco alunos terá 20 minutos para explicar a origem, contexto histórico e consequências imediatas da revolta que lhe couber. Serão avaliadas a clareza da explicação,(...)
(...)postura de exposição, conteúdo, apoio multimídia e participação dos membros. Cada critério valerá 2 pontos, com conceitos insatisfatório (0,5), regular (1,0), satisfatório (1,5) e exelente(2,0). A nota será por grupo.
Se você der as notas parciais, será fácil para o aluno entender a composição da sua nota, questioná-la (é direito dele fazê-lo, você só precisa ter a segurança de saber explicar exatamente o porquê de cada conceito) e melhorar o que for necessário.
Hoje estamos criticando a falta de parcialidade de um juiz. Mas nós professores também temos a obrigação de sermos justos ao avaliar. A grande diferença é que na Justiça, a lei deve ser igualmente obedecida por todos. Na Educação,todas as competências devem ser consideradas.
