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Sobre o dep. Hélio Lopes, respirem fundo e sigam o fio aí: todos sabem que o sub-tenente do exército Hélio Lopes era um ilustre desconhecido até 2018. Antes, Hélio Negão, concorreu para vereador, em 2004, por sua cidade Natal, Queimados, e recebeu 277 votos;
a deputado federal (RJ), em 2014, mas, ao que parece, sua candidatura foi indeferida; a vereador novamente, em 2016, dessa vez por Nova Iguaçu, e recebeu 480 votos. Mas eis que, em 2018, surge o Hélio “Bolsonaro”, o “melhor amigo” do candidato Jair Bolsonaro, ...
cuja acusação de racista que sofria – ridícula, diga-se –, tentava contrapor usando o quase-misterioso sogro Paulo Negão (que de negão, mesmo, só tem o apelido). É óbvio que houve um apadrinhamento da candidatura de Hélio – como de muitos outros – pelo, então, popularíssimo ...
candidato à presidência. E parece óbvio, também, que essa amizade-- ao mesmo tempo de muito anos e repentina – não tinha qualquer relevância até o período eleitoral. Hélio assumiu o sobrenome Bolsonaro a fim de ser eleito. E a moeda de troca estava pronta:
“Bolsonaro não é racista, eu sou a prova” – palavras de Hélio. E puderam, inclusive, dar um sumiço naquele tal de Paulo Quilombola, que fazia esse papel até então. O problema é que ter se prestado a esse expediente a fim de se eleger, ...
tornou Hélio uma espécie de "race card" de Jair Bolsonaro, e suas aparições em fotos por aí, que quase sempre e infelizmente transmitem uma postura de subserviência, pioram a situação, pois não parece um deputado escalado para uma comitiva, mas um empregado a serviço do patrão.
Por ser negro? Também, evidentemente. E tenho certeza que se o Lula tivesse feito o mesmo, a maioria que hoje diz que isso não tem nada a ver, estaria questionando. Não estou negando a autenticidade dessa relação, e nem menosprezando o sentimento de gratidão que Hélio ...
tem para com o presidente, mas essa postura me incomoda, pois passa – a mim – a imagem de alguém que não tem autonomia, um negro que, assim como aqueles que são vítimas da escravidão ideológica do PT, se vendeu para ter benefícios.
E, inclusive, precisa ficar repetindo obviedades auto-afirmativas como “minha cor é o Brasil”. E essa imagem não fui eu que construí, foi o próprio Hélio, que, ao assumir o sobrenome “Bolsonaro” colou em si a imagem arquetípica de um Fausto que entregou a alma a Mefistófeles.
Estratégia? Pode ter sido, mas teve seu preço. Agora, tem outra coisa: a quantidade de respostas que recebi a meu tuíte anterior, que demonstrava meu estranhamento a essa postura, só provam meu ponto, pois vão desde a justificativa dele, um político absolutamente inexperiente...
ser parte da CREDN; até o famigerado “e o PT?” – como se fosse proibido questionar o papel de um deputado eleito, cujo salário é pago com dinheiro público. A militância tem todo o direito de amar o deputado “irmão” do presidente, mas não tenho o dever de forçar uma unanimidade...
para agradar ninguém. Não me agrada a postura de Hélio nessa relação, e isso é problema meu. E mais: chegaram ao absurdo de me chamar de racista, o que seria cômico se não fosse o sinal evidente de uma doença espiritual.
A tentativa de blindar o deputado negro amigo de Bolsonaro – chamando qualquer um que questione de racista –, é asquerosa, é desonesta e só demonstra o nível de submissão ideológica a que estão submetidos. É isso: bem-vindos à Nova Era.
