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O trending topics particular dos economistas de hj foi a carta abaixo. Os mais desavisados pensarão que se trata de uma caída de ficha da nossa mais requintada escola neoclássica. Aos mais adeptos da economia política, isso seria um ledo engano. (thread)

portalibre.fgv.br/revista-conjun…
Na verdade a pretensa carta emite um sinal. Sinal esse que se iniciou já há algum tempo em terras estrangeiras e inevitavelmente acabaria desembarcando em terras tupiniquins: a situação econômica é tão desesperadora que medidas fiscais devem ser adotadas para estimular a demanda.
Mas seria essa uma medida de benevolência social? Preocupada com "a população [que] está cansada, pois já vem sofrendo as consequências do péssimo desempenho econômico há alguns anos."? Por favor, não nos deixemos enganar.
O que está em jogo, aqui e lá fora, é meramente o controle social do resgate do neoliberalismo 90's. Insurgências europeias à esquerda (mais preocupantes a esses interesses) e à direita (menos preocupantes) ligaram o sinal de alerta para um descontrole da nossa "polarização".
É notória que a esperança de vender com sucesso o reform led growth não se concretizou a tempo. A inabilidade política do atual governo não permitiu a aprovação das reformas antes que o plano econômico de não fazer nada descambasse em seu inevitável fracasso.
Desse modo, o cenário cada vez mais provável é de uma situação econômica degradante por muito tempo e sem as reformas que garantam os privilégios das classes mais altas. O apoio começa a se concentrar no núcleo duro ideológico, mais sensível a pautas de costumes e fantasias.
Mas mesmo esse núcleo, ainda que menos elástico a questões materiais, não é permanentemente indiferente. Assim, antes que seja tarde, é preciso domar "a impaciência da população", mas com o cuidado em se adotar medidas "moderadas e bem direcionadas". Para não dizer homeopáticas.
Dentro da economia política dessa benevolente concessão, chama a atenção o cuidado tomado até com os persogans invocados a justificá-la. Primeiro a informação de que há um grupo (com nomes), logo foi uma decisão colegiada, sempre mais ponderada.
Na sequência, Summers e DeLong fazem o papel de autoridades (internacionais claro, portanto, civilizatórias) que respaldam cientificamente a medida. Samuel Pessoa faz o papel de especialista em Brasil que adapta o modelo à nossa realidade e chama a atenção às limitações bárbaras.
Nelson Barbosa faz o papel de Gal. Mourão, o moderado infiltrado nas outrora loucas linhas inimigas. O economista ex-baluarte da esquerda que hoje, ao juntar o melhor dos dois mundos, apresenta uma visão centrada e consciente. Gastos públicos sim, mas focados reparando excessos.
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