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A QUEM INTERESSAR POSSA:
A briga pelo aperfeiçoamento da educação brasileira não se limita mais a meia dúzia de abnegados. Hoje, há o generalizado convencimento de que é preciso mudar – e para melhor.
@AbrahamWeint @jairbolsonaro @ProfZi @profeborto #SOSEducação
Educação? Uma tragédia! Uma tragédia total. Basta a gente ver os resultados internacionais. 48% dos alunos que deixam as universidades brasileiras, e isso foi pesquisa séria e ninguém repete isso, são analfabetos funcionais. Não sabem ler um texto e não sabem a matemática básica.
Então, como que você vai avaliar? Se não dizendo a verdade, que é uma tragédia. E mudam leis, e mudam leis e não adianta nada. Mudança de leis não resolve um problema endêmico. Aliás, é um problema que tem que começar por um diagnóstico muito sério: por que erramos tanto?
E onde estamos errando? Mudar currículo, mudar a sistemática não resolve. Tá muito sério esse problema. Chegam em nível de pós-graduação com uma formação precaríssima, com problemas de redação.
Não têm o domínio da língua, não conseguem estruturar um texto. Ler um texto e não entende o que leu. É isso!
Estamos vivendo tempos sombrios em matéria de qualidade do ensino, em nosso país, especialmente se considerarmos a educação pública.
Os resultados são catastróficos. Houve queda no desempenho em matemática. Na redação foi pior ainda. Vamos caminhando para o fundo do poço.
Ou seja, são estudantes que concluíram o ensino médio, sabe-se lá Deus como, mas padecem dos males do analfabetismo funcional. São incapazes de raciocínios elementares. O que se pode esperar dessa geração?

A conclusão é óbvia: sem leitura, como escrever adequadamente?
Tudo aqui é muito confuso. Agora o pior de tudo neste país… Nós somos falantes de língua indo-europeia. Vou longe, mas chego lá. As línguas indo-europeias cultivam as oposições e as dicotomias, né? Espirito e matéria, corpo e alma, forma e conteúdo etc.
Nossa vida está infestada dessas oposições. Agora, quanto mais pobre é o pensamento, mais as oposições viram puro maniqueísmo. O bem no extremo e o mal no outro.
Aí você adere aquilo que você acha o bem e tudo aquilo que não é igual ao que você pensa, é mal, percebe? Deus e o diabo na Terra do Sol, Glauber Rocha já diagnosticou.
Por que é importante estudar semiótica?
Porque as linguagens e os signos estão crescendo no mundo e se diversificando. Os meios de produção de linguagem não param de proliferar. Da fotografia nós fomos para o cinema, do cinema nós fomos para a televisão, rádio.
Da televisão e rádio de repente explode esse mundo digital do computador. O computador é uma metamidia, ele mistura todas as linguagens. E daqui a pouco vem aquilo que é chamado “internet das coisas”, as coisas vão começar a se comunicar entre si e conosco.
Conclusão: a semiótica nos ajuda a compreender como é que a linguagem produz significado, como é que a linguagem é interpretada. Porque nós somos semioticistas natos, mas a gente fica sempre na superfície da interpretação.
Então a semiótica ajuda a aprofundar e perceber detalhes que uma pessoa simplesmente intuitiva não consegue ver. Então é muito importante para a gente enxergar a realidade de uma maneira… ou seja, não de uma maneira mais complexa, mas mais fiel à complexidade da realidade.
Por que não se propor a dar mais um passo, ainda que incerto, em direção a algo a ser descoberto ou redescoberto? Entendo que a educação como processo semiótico abre a porta da indagação, no caminho contra a ignorância, e permite entender o curso da mudança e por que ela se dá.
Permite que se entre na linguagem e se compreenda que o que fazemos tem um por que de ser feito como é feito, o que evidencia o peso dos paradigmas que naturalizam o olhar e impedem que a curiosidade seja excitada.
Faz do processo educativo um processo de semiose justamente porque problematiza e não deixa cristalizar. Porque traz consigo a exigência de trabalhar com o acaso e com a incerteza, numa abertura intelectual para o desvio, como oportunidade de rever conceitos, e para a tolerância.
Como produção social, a linguagem traz implicações políticas e a semiótica nos faz indagar sobre ela, e provoca o emergir do que nela há de frágil ou o que lhe estabelece o poder.
E a criação se põe mesmo como resistência em potencial ao romper com mecanismos de restrição e controle: podemos nos valer dela ou continuar “deixando rolar” e cooperando para com a manutenção daquilo que já temos.
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