,
6 tweets,
1 min read
Read on Twitter
Fernando Santa Cruz é desaparecido desde fevereiro de 1974. Desde 2011, investigo o caso junto com os de outras vítimas porque diferentes informações levam a crer que ele tenha sido preso por agentes do Centro de informações do Exército (CIE).
O CIE era um núcleo de inteligência que ficava alocado dentro do gabinete do ministro do Exército, à época. Encontrei, em 2013, um relatório de uma operação, até então desconhecida, chamado Cacau. Entreguei uma cópia para a Comissão da Verdade de Pernambuco.
O relatório relatava diversas prisões de pessoas da AP no fim de 1973. Esse documento e outros indicavam a atuação do coronel José Brant Teixeira nas prisões. Inclusive, alguns dos presos, foram mortos sob tortura, mas fabricou-se um teatro para dizer que morreram sob tiroteio.
Nessa operação foram mortos Gildo Lacerda e José Carlos Mata Machado. José Brant Teixeira era parceiro de operações do coronel Paulo Malhães. É provável que a prisão de Fernando Santa Cruz, que é posterior, tenha sido consequência da operação.
Com o fim da ditadura, o coronel Brant Teixeira seguiu em cargos importantes. Inclusive na Abin. Nunca prestou esclarecimentos sobre sua atuação mesmo tendo sido convocado diversas vezes. Talvez os arquivos do Exército, nunca liberados, tenham as informações que esclareçam o caso
Tortura, execução sumária e desaparecimento forçado são tipos de crimes contra a humanidade e não passíveis de anistia tipificados pela ONU desde o fim da 2 Guerra Mundial. Negar essas informações é um desrespeito à família. Minha solidariedade ao presidente da OAB.
