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Não deixem o jornalismo morrer, porque ele faz coisas importantes como ajudar a tirar um médico abusador dos consultórios. Me refiro a esse caso, e explico abaixo:
theintercept.com/2018/12/02/obs…
O ginecologista e obstetra Felizardo Batista, acusado de abusar sexualmente de suas pacientes em Teresina, está proibido pela Justiça de atuar como médico. Isso aconteceu depois de uma reportagem minha. Quem assina a newsletter já sabe os detalhes. theintercept.com/brasil/newslet…
Há mais de dois anos, investigo esse médico, que é sócio da maior maternidade particular do Piauí, a Santa Fé. Em três décadas de carreira, ele acumulou dinheiro, status, poder e também a certeza de que não seria denunciado.
A estratégia funcionou por muito tempo, mas em 2017 uma mulher rompeu o silêncio e denunciou o abuso sofrido à Polícia Civil do Piauí, encorajando mais oito mulheres a fazerem o mesmo. portalodia.com/noticias/polic…
Ele foi indiciado, mas conseguiu se livrar do processo criminal. O inquérito foi arquivado a pedido de Raulino Neto, promotor e amigo do médico. Batista continuou fazendo consultas ginecológicas e voltou a se sentir seguro para praticar novos abusos.
encurtador.com.br/msDP3
Em outubro de 2018, outra mulher o denunciou à polícia, o que deu origem a um segundo inquérito. A medida cautelar que proíbe Batista de atuar como médico é parte desse processo. A justiça acatou um parecer do MPE, que também queria a prisão dele.
Hoje, quem liga para as clínicas em que ele trabalhava escuta que o médico está de "licença por tempo indeterminado". Batista só não foi preso por conta de um habeas corpus, mas está proibido de sair de Teresina sem aviso prévio à justiça e de manter contato com as vítimas.
Um mês depois que eu publiquei a reportagem no @TheInterceptBr, a justiça reabriu a primeira investigação, que havia sido arquivada a pedido do promotor amigo de Batista. Nela, havia os depoimentos das nove mulheres que tinham denunciado o médico ainda em 2017.
O juiz considerou que o surgimento de novas vítimas reforçava os indícios do crime e que, por isso, era "pertinente, justo e necessário o desarquivamento dos autos". Esse processo foi encaminhado para a 8ª Vara Criminal de Teresina e ainda está em andamento.
A situação do promotor Raulino Neto, que tentou ajudar o amigo, também não é das melhores. Em agosto, quatro membros da corregedoria do Ministério Público do Piauí votaram por puni-lo com censura. Ele ainda responde a um processo no CNMP.
encurtador.com.br/otzH5
Saber que outras mulheres não passarão mais pelas mãos assediadoras de um médico como esse me motiva e me faz acreditar no poder do bom jornalismo.
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