Os diversos ataques terroristas recentemente ocorridos na América Latina guardam semelhança com as táticas de ação armada mencionadas por Olavo no livro “A Nova Era e a Revolução Cultural”, escrito em 1994.
No livro, Olavo explica a promiscuidade que se instalou entre os bandidos “comuns” e os militantes políticos terroristas que se encontravam presos em Ilha Grande. As táticas terroristas teriam sido repassadas pelos militantes aos bandidos, que lá se uniram indissociavelmente.
Os ensinamentos iam desde princípios de organização, hierarquia e disciplina, até procedimentos táticos concretos, que incluíam assaltos simultâneos, alarmes falsos, otimização do tempo do crime, ocultação de material bélico, fabricação de explosivos, etc.
Havia até mesmo repasse de bibliografia especializada dos militantes guerrilheiros aos bandidos “comuns”, incluindo livros de Marighela, Régis Debray e Che Guevara. O ensinamento englobava, portanto, teoria e prática.
Explica que o crime organizado superou a luta armada na infraestrutura e disciplina, e que tais ensinamentos continham uma intenção de ação histórica. O objetivo não seria promover ataques pontuais e estanques, mas sim, colaborar na tomada do poder a longo prazo.
Sua tese, portanto, é a da intencionalidade - e não a da mera acidentalidade - ao argumento de que “não existem acidentes continuados” e de que “a mera causalidade não se prolonga, inalterada e uniforme, ao longo dos anos”.
Portanto, a promiscuidade entre revolucionários e bandidos “comuns” vem de longa data e parece ser fenômeno intencional na origem, gerando atos terroristas que perduram por décadas e que são apenas desdobramentos históricos do objetivo inicial e permanente de tomada do poder.
