Hoje já tem post em homenagem ao Led Zeppelin II no POP FANTASMA. Depois falo disso. Mas por enquanto vale dizer que Led Zeppelin é uma das bandas da vida da gente.
É uma das bandas mais interessantes da história do rock e uma das que mais rendem histórias. Primeiro porque o Led Zeppelin teve um reinado solitário no rock dos anos 1970, algo que nunca mais se viu na história da música pop.
O Led não era tão desconectado da realidade quanto parecia. Eles eram afetados pelas novidades do rock, até mais do que se imagina. Deram uma retraída justamente quando o estilo musical predominante era o punk.
Voltaram cheios de teclados no disco In through the outdoor, de 1979, quando as bandas do começo dos anos 1970 voltavam cheias de teclados, e quando rolava uma época boa para as bandas que misturavam som pesado e certas progressivices
(tem muita gente que faz uma comparação que eu considero bastante errada: a de que esse disco era cheio de teclados porque na época, o tecnopop e a new wave vigoravam. nada a ver. inclusive o disco estava repleto de teclados porque jimmy page estava chumbado de heroína e
boa parte da direção musical do álbum ficou na mão de john paul jones mesmo)
Presence, disco cheio de riffs e com som mais cru, lançado em 1976, surgiu justamente quando o mercado estava acostumado com artistas que faziam som pesado, influenciado pelo Led, e que eram bem mais 'acessíveis' do que eles
Por mais acessíveis, entenda-se: gente com menos problemas pessoais, menos babaquices, estrutura menos paquidérmica, vontade de aparecer na televisão. Aerosmith e Ted Nugent estavam entre eles.
(o Led se recusava a fazer TV e Peter Grant, empresário do grupo, não tinha a menor paciência para os horários demorados dos programas de televisão)
Logo no começo do Led, Peter insistiu bastante com a banda para fazer um programa da BBC. O grupo ficou esperando pela equipe da estação, que desistiu da gravação por um problema de agenda, e não fez questão de avisar à banda ou ao empresário.
Peter desistiu da TV e disse que o Led (que ele protegia de maneira quase mafiosa) jamais se sujeitaria aos caprichos de estação de TV nenhuma
Ainda sobre esse post, digamos que o maior medo de uma banda grandona é aparecer uma banda mais acessível influenciada por ela
Tem uma frase do Mick Jones, do Clash, sobre o Mott The Hoople, que é legal: na época, eles pareciam uns Rolling Stones mais acessíveis. É por aí. Você pode gostar da banda grande, mas quando ela vira um pontinho lá longe que você só enxerga atrás de uma multidão, perde a graça
Tanto que o grande problema de muito artista grande é que (parece incrível) ele ja chegou num ponto em que não consegue mais ser pequeno. Ou pensar que tem que conquistar um público novo. Não foi diferente com o Led. Aliás não seria com banda nenhuma.
De histórias malucas envolvendo o Led que você acha no POP FANTASMA, tem a do disco gravado por uma dupla de modelos, fazendo uma versão disco-sexy-camp-engraçada de Whole lotta love. Era o Blonde on Blonde
popfantasma.com.br/blonde-on-blon…
popfantasma.com.br/blonde-on-blon…
O disquinho nao fez sucesso algum, apesar da dupla ter feito um filme e ter feito sucesso no Japão a ponto de aparecerem homens pedindo para serem escravos delas. (!)
Nina Carter e Jilly Johnson, as duas garotas do Blonde On Blonde, eram modelos que tinham aparecido na seção de garotas da “página três” do diário britânico The Sun.
Era como uma “gata da hora” do jornal Meia Hora, do Rio, só que com fator de viralização e movimentação que equivalia ao de uma pequena celebridade. A mania com a “página 3” durou até 2015, quando o jornal atendeu aos apelos de leitoras indignadas e derrubou a seção.
As duas se separaram quando o sucesso acabou. Nina se casou em 1984 com ninguém menos que (wow) Rick Wakeman. Rolaram filhos, um divórcio e hoje ela é coach de imagem. Jilly virou escritora e hoje é avó.
