Uma aventura pelos trasportes privados da AML, uma sequência:
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6:30 - carreira 149 da Vimeca/LT chega a Queluz a cheirar a borracha queimada. É normal a 149 cheirar a borracha queimada, mas não tão cedo na viagem. As pessoas entram na mesma. O autocarro vai tão cheio, que é difícil abrir e fechar portas. O condutor diz q é normal.
6:40 - Descemos os Cabos d'Ávila, a roda direita da frente deita fumo. Tanto fumo que quem ia sentado atrás entrou em pânico porque achava que o autocarro estava a arder. Saímos todos. O disco do travão dessa roda está incandescente. O motorista assegura que está tudo bem.
Entramos tds outra vez. O cheiro mantém-se. As pessoas refilam, mas tds precisamos de chegar ao trabalho.
É só mais um episódio na história da V/LT - empresa privada q gere a maior parte do transporte rodoviário suburbano nos concelhos de Amadora e Oeiras (e parte de Sintra).
É só mais um episódio na história da V/LT - empresa privada q gere a maior parte do transporte rodoviário suburbano nos concelhos de Amadora e Oeiras (e parte de Sintra).
Relembro q a população combinada destes concelhos é de cerca de 745 mil pessoas.
Em 2019, a Vimeca vai receber €2,5 milhões em compensações pelo novo passe. Para terem uma ideia, é mais do que a CP (+- €1,9 milhões) ou a Fertagus (+- €1,8 milhões) vão receber pelo mesmo.
Em 2019, a Vimeca vai receber €2,5 milhões em compensações pelo novo passe. Para terem uma ideia, é mais do que a CP (+- €1,9 milhões) ou a Fertagus (+- €1,8 milhões) vão receber pelo mesmo.
A Vimeca/LT presta um serviço vergonhoso (e perigoso!) aos seus utentes - mts autocarros suprimidos, carreiras sobrelotadas, avarias constantes, horários pouco frequentes e falta de informação básica (cm percursos em paragens ou tempos de espera).
A importância do serviço público de transportes mede-se sobretudo nestes casos. Fora do centro, as alternativas são escassas, dependentes de operadores privados q não cumprem c os mínimos, deixando milhares de pessoas penduradas tds os dias. E qs sem maneira de se queixarem.
Em 2013 (fruto de dívidas do Estado), a Vimeca/LT ameaçou sair do regime dos passes intermodais alegando possível falência. 6 meses dps mostrava-se "interessada em concorrer a todas as concessões ou privatizações de transportes a ser lançadas pelo Governo".
Que lindo, não é?
Que lindo, não é?
E já vos disse q a tarifa de bordo mínima na maioria das carreiras da V/LT é de €2,40 (até 8km)? Por exemplo, uma pessoa q vá de autocarro de Queluz para o hospital Amadora-Sintra (+- 3km) paga qs €5 ida e volta.
Percursos mais longos custam entre €3,40 a €4,30 por viagem.
Percursos mais longos custam entre €3,40 a €4,30 por viagem.
Da próxima vez que ouvirem alguém falar da privatização dos transportes não precisam de falar dos comboios ingleses. Basta olharem para o subúrbio lisboeta.
