Um mês depois, aos cuidados de Alexandre de Moraes, Dias Toffoli abriu o polêmico inquérito para apurar os ataques que o STF sofria na internet. g1.globo.com/politica/notic…
O tal inquérito era visto nos bastidores como uma reação do STF às tentativas do Planalto de criar uma espécie de, digamos, ABIN paralela. oantagonista.com/brasil/faroest…
Passados dois dias, em um churrasco, Rodrigo Maia e Toffoli reclamaram da virulência da militância de Jair Bolsonaro na internet. Mas o presidente da República alegou que nada podia fazer. www1.folha.uol.com.br/poder/2019/03/…
No 13 de abril, André Luiz Mendonça, o advogado-geral da União, defendeu o polêmico inquérito aberto por Toffoli no STF. politica.estadao.com.br/blogs/fausto-m…
No 15 de abril, o tal inquérito foi usado para censurar a revista Crusoé, que destacava em capa a proximidade entre Lula e Toffoli. crusoe.com.br/diario/urgente…
Passados três dias, Alexandre de Moraes voltou atrás na censura. Uma hora depois, Toffoli liberou Lula para conceder entrevistas diretamente da prisão. agenciabrasil.ebc.com.br/justica/notici…
Em paralelo, os bolsovaistas tocavam o terror nas redes sociais. Nem a grave doença do general Villas Bôas era poupada pelos milicianos virtuais. www12.senado.leg.br/noticias/mater…
No 15 de maio, a oposição fez um gigantesco protesto em 222 cidades contra o governo Bolsonaro. g1.globo.com/educacao/notic…
Como resultado, o Google Trends mediu nos dois dias seguintes que o interesse do brasileiro pela palavra "impeachment" atingia o ápice da gestão. trends.google.com/trends/explore…
O bolsolavismo reagiu com autoritarismo, convocado um ato para 26 de maio com fechamento de STF e Congresso na pauta. No 19 de maio, o MBL rasgou o plano para o mundo.
É neste ponto que o "acordaço" toma forma. Mais especificamente, no 21 de maio. Mas é preciso recorrer a um flashback para se compreender que Dias Toffoli buscava tal pacto desde o segundo turno da eleição – quando já se antevia que Bolsonaro venceria.
O primeiro turno da eleição ocorreu no 7 de outubro de 2018. No dia seguinte, Dias Toffoli começou a falar em "pacto pela República": epocanegocios.globo.com/Brasil/noticia…
Dois dias depois, Jair Bolsonaro ignorou a lista tríplce do Fórum Nacional da Advocacia Pública Federal e indicou André Luiz Mendonça para a Advocacia-geral da União: em.com.br/app/noticia/po…
André Luiz Mendonça havia trabalhado com Dias Toffoli quando o presidente do STF, uma década antes, fora advogado-geral do governo Lula. conjur.com.br/2018-nov-21/bo…
Mas Fabrício e Nathalia Queiroz foram respectivamente exonerados dos gabinetes de Flávio e Jair Bolsonaro no mesmo 15 de outubro de 2018, meados do segundo turno da eleição. g1.globo.com/rj/rio-de-jane…
E há a suspeita de que a operação que avançou sobre o gabinete de Flávio Bolsonaro tinha vazado antes de ganhar o mundo. oglobo.globo.com/rio/anotacoes-…
Voltemos, então, a 21 de maio de 2019, aquele do acordaço.
De um lado, oposição lotando ruas aos gritos de impeachment. Do outro, milicianos virtuais atacando tudo e convocando ato pelo fechamento do Congresso e STF.
No mesmo 21 de maio, conforme publicado pela Folha, líderes do PT promovem uma videoconferência para ouvir a opinião de Lula que, por intermédio de um aliado, desautoriza qualquer "fora, Bolsonaro". Alegou receio de Mourão. painel.blogfolha.uol.com.br/2019/05/23/cri…
O Valor narra um episódio parecido envolvido Dias Toffoli. Não crava que se deu em 21 de maio, mas diz que foi entre 15 e 26 de maio.
Toffoli se reúne com seis senadores do PT, desautoriza qualquer tipo de "fora, Bolsonaro", e alega receio dos militares. pressreader.com/brazil/valor-e…
A Veja também deu uma versão do episódio. Não falou em 21 de maio, mas apenas "abril e maio". Disse que empresários queriam impeachment, congressistas queriam parlamentarismo, militares cogitaram golpe, mas Toffoli entrou em campo resolvendo o conflito. veja.abril.com.br/politica/dias-…
De acordo com a revista Crusoé, no mesmo 21 de maio, Dias Toffoli e Jair Bolsonaro tiveram uma primeira conversa para selarem um pacto que teria o apoio de Maia e Alcolumbre. crusoe.com.br/secao/reportag…
No mesmo 21 de maio, Paulo Guedes e Onyx Lorenzoni entram em campo para mudar a pauta do ato de 26 de maio. Saía fechamento de Congresso e STF, entrava defesa das reformas. brpolitico.com.br/noticias/guede…
Dois dias depois, encontram-se Bolsonaro, Toffoli, Maia e Alcolumbre para selarem o pacto que Toffoli pregava desde 8 de outubro de 2018. politica.estadao.com.br/noticias/geral…
É quando tudo muda. No final de maio, Jair Bolsonaro já surge às gargalhadas ao lado de Dias Toffoli. oglobo.globo.com/brasil/bolsona…
No 10 de julho, Jair Bolsonaro ignora que prometia o gabinete do STF a Sergio Moro e passa a falar em alguém "terrivelmente evangélico".
Em agosto, em entrevista à Folha, Jair Bolsonaro chega a negar que tenha prometido o STF a Sergio Moro, e diz que André Luiz Mendonça, o AGU, é muito mais "supremável". www1.folha.uol.com.br/poder/2019/08/…
No 16 de julho, vem o gesto mais simbólico: Dias Toffoli em pessoa suspende o inquérito que atingia Fabrício Queiroz. g1.globo.com/politica/notic…
Neste mesmo dia, o próprio advogado de Flávio Bolsonaro deixa escapar que Flávio e Jair choraram ao saber da suspensão nascida da canetada de Dias Toffoli. epoca.globo.com/decisao-favor-…
O ponto mais controverso dessa trama é a participação de Lula nisso tudo.
Ele estava lá no 21 de maio, no dia que Toffoli e Bolsonaro toparam dialogar, mandando o PT enterrar qualquer pretensão de impeachment. painel.blogfolha.uol.com.br/2019/05/23/cri…
Em 29 de agosto, em entrevista à BBC, Lula por duas vezes insiste que Jair Bolsonaro conclua o mandato. bbc.com/portuguese/bra…
Um advogado-geral do Senado chegou a dar um aval à indicação de Eduardo Bolsonaro à embaixada – era sócio de Augusto Aras. oantagonista.com/brasil/advogad…
Uma semana após a escolha de Aras, Dias Toffoli indicou que pautaria a prisão após condenação em segunda instância. www1.folha.uol.com.br/poder/2019/09/…
Enquanto essa discussão era preparada, houve um porção de movimentos que enfraqueciam a Lava Jato e facilitavam a soltura de Lula.
Quando a segunda instância voltou à pauta do Supremo, Jair Bolsonaro adiantou que não iria se contrapor a qualquer decisão, nem mesmo se o Congresso quisesse revertê-la por uma nova lei. www1.folha.uol.com.br/colunas/monica…
Em dado momento, Carlos Bolsonaro publicou um tweet defendendo prisão após condenação em segunda instância, mas Jair Bolsonaro mandou apagar, restando apenas o backup: archive.li/S8q1e
Já na votação, Augusto Aras ignorou uma questão de ordem levantada ainda por Raquel Dodge. Luiz Fux até tentou retomá-la, mas foi contido por Gilmar Mendes, Marco Aurélio e Ricardo Lewandowski. oantagonista.com/brasil/aras-po…
Enquanto isso, Jair Bolsonaro orientou ministros e assessores a manterem silêncio sobre a manobra do STF para soltar Lula. oantagonista.com/brasil/bolsona…
Durante o governo Temer, com base em grampo que flagrou Romero Jucá em conversa com Sérgio Machado, o petismo trabalhou a ideia de que o impeachment de Dilma fora um "grande acordo nacional, com supremo, com tudo", para tirar o PT da Presidência.
Essa narrativa, contudo, ignora duas questões principais. A primeira: o grande "acordo nacional, com Supremo, com tudo" também "protege Lula, protege todo mundo".
Mas há um ponto ainda mais importante: o objetivo nunca foi tirar o PT da Presidência. O objetivo do "grande acordo nacional" era "deter o avanço da Lava Jato". Mas, para descobrir informação tão secreta, era preciso ler a manchete da Folha.
O que Dias Toffoli propôs em 8 de outubro de 2018, e se concretizou ontem, foi um grande acordo nacional, com Supremo, com tudo, que protegeu Lula, protegeu todo mundo. E o petismo o festejou até a madrugada.
Ao profetizar o pacto, ainda em 2016, Sergio Machado disse que, ao proteger "todo mundo, esse país volta à calma, ninguém aguenta mais". www1.folha.uol.com.br/poder/2016/05/…
Mas há risco de que Machado tenha errado nessa. Porque, inspirado no fechamento do Congresso peruano, e salivando pela violência dos protestos chilenos, esse governo não nega que cogita até mesmo um "novo AI-5" caso o clima entre governo e oposição esquente.
O que acontece é simples: a sociedade julga caso a caso, priorizando os mais relevantes.
Em qualquer praça você encontra loucos em cima de caixote gritando absurdos piores. Se instala escutas nas salas da família brasileira, registra absurdos ainda maiores...
Mas qual a relevância disso? Ou louco em cima do caixote convence alguém? Ou nem o bêbado da praça é convencido do que o louco grita?
O Brasil lutou a Segunda Guerra Mundial contra nazistas. Pode ser uma explicação para que não se aceite que a linha seja cruzada mesmo no plano das ideias. Mas aposto mais nas milhares de famílias que fugiram da Europa para cá no período ou antes dele. Ou ainda...
Quando comecei a debater o tema com colegas, fiz piada com maconha, mas logo me corrigi e falei mais sério: ele deve estar consumindo lixo da alt right.
Quando Monark alega estar bêbado, cita ideias de outros países, como os Estados Unidos.
Estimo que 9 em 10 amigos que fiz na última década abraçaram o bolsonarismo. Um terço disso, o trumpismo. Todos direta ou indiretamente consumiam lixo que a alt right plantava na web de mil formas distintas. Eu mesmo consumi e caí na lábia de alguns, para a minha máxima vergonha.
Enfim... Cuidado com o que vocês consomem na web. Se nota uma pessoa importante sumindo do seu campo de visão, visita o perfil, curte uns posts aleatórios. Há como manipular o algoritmo a seu favor para evitar que ele te tranque em câmaras de eco.
No governo Lula, Lira continua presidindo a Câmara.
Aras não só continua PGR, como será cogitado para STF com chance boa de entrar.
Não boto fé em Pacheco. Acho que a presidência do Senado volta para Renan.
Ministro da Agricultura será Alckmin.
Curioso pra saber Casa Civil e Fazenda.
Cenário óbvio? Gleisi e Nelson Barbosa.
Cenário animador e possível? Rodrigo Maia e Henrique Meirelles
(Tou esquecendo de Kassab. Mas Kassab curte um cidades, desenvolvimento regional, algo que mexa com bastante verba para município, if you know what i mean)
O texto de Risério é rico em várias e graves evidências anedóticas de que há racismo da parte de movimentos identitários contra várias etnias, mas não procura demonstrar estatisticamente que este seria um problema para a sociedade priorizar…
Até que se dê a esta missão e nela tenha sucesso, vai apanhar (com certa razão) de quem carimba os episódios de isolados — não dá pra afirmar que são regra ou exceção, mas o ônus da prova cabe a quem acusa.
Este é o primeiro ponto.
Não gosto do uso que fazem da expressão "racismo reverso”. Passa a sensação de que o racismo nasceu com o tráfico negreiro, e só as vítimas desse mal poderiam reclamar do preconceito sofrido. Quando racismo infelizmente existe na humanidade desde que a humanidade existe…
Já está bom de o antilavajatismo baixar a bola também. Pois todo dia é um festival de “a Lava Jato é a origem de todos os males” como se corrupção desenfreada que a operação combatia não tivesse nada a ver com isso, nem estivesse servindo de sustentação a Bolsonaro.
“Aras não faz nada!”
Exatamente como o antilavajatismo sempre sonhou.
Imaginei que o “também” do primeiro tweet explicitava uma crítica ao lavajatismo, que está com a bola devidamente baixa. Mas de fato era muito sutil a menção, por isso o reforço aqui.
Contudo, a thread não é sobre a Lava Jato, já muito criticada, mas sobre o antilavajatismo.