Vendo uma reportagem do Antagonista, achei bastante interessante a figura do tio da eminência parda do Planalto, Filipe Martins. Me chamou a atenção o título vistoso do seu tio, que se apresenta como Barão Agasim-Pereira de Fulwood. Resolvi dar uma Googlada. Segue o fio:
Nesse site aqui (saflii.org/za/cases/ZAECH…), em que consta um processo movido pelo tio de Filipe Martins, encontramos uma sentença judicial que revela bastante as peripécias de Camilo Pereira:
(1) Comprou, por £30.000, em um desses sites que vendem títulos falsos de nobreza, o título de Barão de Fulwood. É com ele que se apresenta em todas as instâncias.
(2) Criou grandes problemas na África. Fugiu da África do Sul, onde foi procurado por roubo, tráfico de armas e crimes relacionados a pornografia. Suas contas foram congeladas devido ao roubo do equipamento de uma empresa e desfalque.
(3) Tinha, de acordo com a polícia, oito passaportes diferentes (falsos, em sua maioria - os únicos verdadeiros eram um diplomático moçambicano, dado porque comprou o título de cônsul honorário de Moçambique na Flórida; e o passaporte brasileiro);
(4) Na Escócia, para promover legitimidade de seu título falso, enganou a comunidade de Kircklaugh, onde prometeu criar um centro de artes. O centro nunca saiu do papel e Camilo terminou sendo processado por dívidas em impostos;
(5) Chegou a ser procurado pela Interpol, por seus crimes cometidos em África (scotsman.com…/scottish-baron-is-gun-running-su…), principalmente relacionados ao tráfico internacional de armas;
(6) Finalmente, ficou preso na cidade de Port Elizabeth, na África do Sul, depois de ser capturado em Maputo, Moçambique (allafrica.com/stories/200111…);
(7) No Brasil, é réu em alguns processos trabalhistas e cíveis que tramitam nos tribunais da região Centro-Oeste.
(8) Quando exposto por suas aventuras, ou pelo seu título de nobreza comprado e falso, ele costuma a processar quem o faz.
(8) Quando exposto por suas aventuras, ou pelo seu título de nobreza comprado e falso, ele costuma a processar quem o faz.
Deve haver muito mais, mas, por ora, o que há sobre Camilo é bastante interessante e revelador sobre o tipo de gente que cerca o Planalto ultimamente.
Fica o fio solto, para ser investigado por gente com mais credibilidade e disposição.
Fica o fio solto, para ser investigado por gente com mais credibilidade e disposição.
Quem compraria um carro usado nas mãos desse sujeito?
Mais curioso ainda é que ele tenha arrastado o Presidente da República para os negócios da falsa nobreza. Camilo condecorou o embaixador de Israel no Brasil ao lado do Presidente da República com a comenda da "Ordem do Mérito Cívico e Cultural". (abre.ai/ayhT).
Essa ordem, que não é oficial, pertence a Galdino Cucchiaro, que se apresenta como Comendador Dom Galdino. É presidente de uma "Sociedade Brasileira de Heráldica e Medalhística", que, basicamente, dedica-se a vender sob encomenda medalhas e títulos sem chancela oficial nenhuma.
Para dar aparência de validade às ordens falsas, como a que o "Barão" Camilo condecorou o Embaixador de Israel ao lado do Presidente, Galdino Cocchiaro exibe a imagem em seu site (heraldica.org.br/atividades.php) de figurões que seriam membros, como o Ministro da C&T, Marcos Pontes.
Quem se interessar mais pelo tema, publiquei artigo sobre o assunto:
revistaamalgama.com.br/12/2019/o-home…
revistaamalgama.com.br/12/2019/o-home…
