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O Individualista

@oindividualist

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Aqui um thread sobre uma visão liberal do ambientalismo e as soluções propostas...(segue)

Maioria das pessoas costumam associar o desenvolvimento econômico com devastação mas incorrem em um erro lógico grave ao fazerem esta afirmação.(segue)

O grande erro neste pensamento está no fato de que para o desenvolvimento econômico é necessário o aumento da produtividade, o que portanto significa utilizar menos recursos para produzir a mesma quantidade ou mais de bens.(segue)

Outro imenso erro lógico cometido na discussão ambiental (principalmente sobre temas como pesca) é a confusão entre propriedade privada e propriedade pública.(segue)

É necessário ter em mente que um bem privado tende a ser tratado por seu dono como algo escasso e de maneira qual este bem seja utilizado de maneira sustentável para maximizar sua utilidade (o que explicarei mais a frente).(segue)

Já quando um bem é posse pública ("sem dono"), as pessoas tendem a tratá-lo como algo não escasso e por isso irão consumi-lo da maneira mais rápida e provavelmente menos sustentável já que não podem maximizar sua utilidade.(segue)

Agora lhes mostrai fatos interessantes ralacionados a este assuntos e relacionarei diretamente com a visão mencionada anteriormente:

Justus von Liebig(1803), o pai dos fertilizantes:

Filho de comerciantes que se tornou professor de química, e logo mais um dos desenvolvedores dos fertilizantes químicos após realizar a descoberta de que as plantas necessitavam de azoto. Se não fossem os fertilizantes químicos muitas pessoas no mundo teriam morrido... (segue)

Na França, em 1850, a produtividade média
do trigo era 1000 kg/ha. Em 1950, atingiu
1600 kg/ha, com um consumo de fertilizantes de
1,1 milhão de toneladas.

Em 1973 a produtividade
média foi de quase 4500 kg/ha, com um consumo
de fertilizantes de 5,8 milhões de toneladas dos quais 1,8 milhões era a base de
nitrogênio.

Perceba como a essa inovação permitu com que se usassem menos recursos (hectares de terra) sem que a produção diminuisse, comprovando o que já foi dito anteriormente: o desenvolvimento econômico é benéfico ao meio-ambiente

Para ter ideia dos efeitos da não utilização de agroquímicos os cientistas Schmitz e Hartmann em 1994, estabeleceram modelos quantitativos para estimar
o efeito da redução de agroquímicos em geral, na produção agrícola da Alemanha. (segue)

Eles calcularam que a redução de 50% na dose de nitrogênio acarretaria a redução de 22% nas
produtividades a curto prazo e 30% no médio
prazo; os lucros da propriedade seriam reduzidos
em 40%, a renda em 12% e a produção
total de cereais em 10% e 5% de aumento no preço dos mesmos

A invenção dos agrodefensivos (erroneamente chamado de agrotóxicos) em 1874:

Muitas pessoas quando pensam em agricultura sustentável lembram dos alimentos orgânicos, mas isso realmente faz sentido? Não, alimentos orgânicos são mais difíceis de serem produzidos pois estão suscetíveis a pragas, bactérias e etc. Não é atoa que custam cerca 270% a mais(segue)

Caso a produção mundial se tornasse 100% orgânica precisariamos de uma área do tamanho da américa do sul para alimentar toda a população mundial, o que traria um desmatamento imenso. (segue)

De 1980 até hoje, a produção de arroz no Brasil aumentou 43%, mas a área destinada a esse cultivo caiu 70%, isso só foi possível graças ao aumento da produtividade (desenvolvimento econômico). Podemos ver a mesma relação com diversos outros produtos... (segue)

Entre eles o algodão, cuja produtividade por hectare aumentou 582% desde 1980, o feijão (aumento de 274%), a soja (176%) e o trigo (257%). Se tivéssemos de chegar à produção atual de milho com o plantio orgânico ocupariamos mais 38,1 milhões de hectares além dos 17 milhões atuais

Em artigo do site nature, pesquisadores ingleses analisaram o que aconteceria se toda a Inglaterra e o País de Gales abandonassem a agricultura convencional e passassem a utilizar apenas métodos orgânicos de produção agropecuária.

Se metade dessa terra usada para atender a esse aumento fosse convertida a partir de pradarias, isso aumentaria em 21% as emissões globais de gases de efeito estufa. O estudo não calculou o que aconteceria se o cultivo exigisse a derrubada de florestas.

Outro estudo, produzido na Suécia e publicado em 2018 também na Nature, introduz uma nova métrica: o custo de oportunidade de carbono. Refere-se à quantidade de carbono armazenada em florestas que seria liberada à atmosfera em caso de derrubada para plantio.

Esse estudo concluiu que os orgânicos emitem 50% mais gases de efeito estufa - algumas culturas, como a produção de trigo, quase 70%.

Mesmo com as imensas benécias trazidas muitas ainda irão indagar: "mas agrotóxicos causam câncer".
Ok, lógicamente se você tomar um agrotóxico correrá o risco de ser afetado, o mesmo também ocorre se você tomar um remédio em doses altas ou tomar gasolina.

Porém obviamente esta não é a maneira correta de utilização do agrodefensivo. Não é atoa que a recém pesquisa da anvisa no Brasil demonstrou que o risco de contaminação ao consumir alimentos cultivados com agrotóxicos é 0% (segue)

O estudo analisou a presença de 270 substâncias em 4.616 amostras de 14 tipos de legumes.

-Em 49% das análises, não foram encontrados resíduos de agrotóxicos.
-Em 28%, os resíduos estavam dentro do limite máximo recomendado.
(segue)

-Em 23%, os resíduos estavam acima do recomendando, principalmente porque a substância não estava registrada.

-Em 0,89% das amostras havia algum potencial de risco agudo à saúde humana – alergias, enjoos ou dores de cabeça que surgem logo após o consumo.

-Em 0% das amostras - sim, zero por cento – foi detectado algum risco crônico (doenças causadas pelo consumo prolongado de alimentos produzidos com agrotóxicos).

O pai da Revolução Verde, Nourman Bourlag:

Devido a utilização dos fertilizantes no começo do século XX as plantas passaram a produzir grãos tão grandes e numerosos que se curvavam de tão pesadas.

Com o objetivo de resolver este problema Nourman junto a pesquisadores mexicanos desenvolveu uma nova variedade de trigo com rendimento até três vezes superior ao que existia à época.

Em 1966, o Punjab, estado do norte da Índia, importou 18 mil toneladas de sementes de trigo desenvolvido por Bourlag, além de toneladas de fertilizantes sintéticos. Meses depois, a colheita de trigo foi tão grande que não havia espaço para estocá-la.

A partir disto regiões famintas no mundo passaram a produzir quantidade suficientes de comida.

Considerado o pai da Revolução Verde, Nourman Bourlag ganhou o Nobel da Paz em 1970. Seu trabalho salvou pelo menos 1 bilhão de pessoas da fome, e ainda tornou a agricultura mundial mais sustentável.

O desenvolvimento da piscicultura:

Como dito no início da Thread, é necessário diferenciar a utilização de bem públicos e bens privados. A mesma atividade ecônomica pode ter diferentes resultados sendo sustentável ou não dependendo de como os recursos (bens) envolvidos nela são tratados pela lei.

Na pesca industrial convencional e mais conhecida, temos dois bens tratados como públicos pela lei. No caso os peixes e o mar (ou rio também).

O incentivo gerado por esses "bens públicos" é uma corrida geral por sua extração, pois os agentes envolvidos não podem cultivar este bem já que é de posse de "todos", logo todos irão extrair os recursos da maneira mais rápida e menos sustentável possível.

Por exemplo: se há um lago público com diversos peixes, todos os pescadores irão tentar conseguir o máximo de peixes possíveis para lucrar antes que os mesmos acabem, já que todos os outros pescadores tem acesso ao mesmo bem.

Porém se tivermos um lago privado é provável que os donos tentem manter uma quantidade de peixes para a reprodução, pois isso no longo prazo é mais lucrativo.

O exemplo real deste "lago privado" é a produção em pisciculturas onde se produzem peixes em cativeiro, assim mantendo o ritimo de pesca mais lento que o de reprodução, tornando esta atividade mais sustentável do que convencianal pesca industrial.

Não é atoa que a produção em pisciculturas cresceu mais de 50 vezes desde os anos 60, passando de 2 milhões de toneladas a 106 milhões, segundo dados da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

Essa é uma ótima notícia. Já produzimos mais peixes em cativeiro do que na pesca tradicional. A piscicultura absorveu quase todo o crescimento da demanda global nas últimas décadas e continuará a desempenhar um papel relevante na proteção dos cardumes selvagens.

O crescimento das grandes cidades:

Pelo senso comum todos pensam que cidades são ruins para o meio-ambiente, e que deveríamos morar em casas rurais ao invés de prédios altos e grudados uns aos outros. Essa visão infelizmente comum vai contra os fatos reais sobre o assunto. (segue)

As cidades ocupam cerca de 3% da superfície da Terra e ainda abrigam mais de 4 bi. de pessoas. Se tivéssemos que espalhar todas essas pessoas em sítios, ocuparíamos muito mais florestas e nascentes.

Além disso, mais pessoas andam a pé ou usam o transporte público nas cidades. Assim, as emissões de carbono por pessoa são menores e menos dióxido de carbono é liberado na atmosfera.

As emissões per capita de gases de efeito estufa para um londrino era equivalente a 6,2 toneladas de CO2 em 2004, menor que a média nacional, de 11,19. Nos EUA, os nova-iorquinos registram pegadas de 7,1 toneladas cada, menos que um terço da média americana, de 23,92 toneladas.

Ambos os londrinos e nova-iorquinos emitem menos CO2 per capita pois moram em cidades com transporte desenvolvido e com todos diversos tipos de locais próximos uns aos outros.