🙊| PARADOXO DA TOLERÂNCIA E LIBERDADE DE EXPRESSÃO. |
PARTE 1 - O Paradoxo de Karl Popper.
• INTRODUÇÃO.
Em uma conversa sobre liberdade de expressão, é bem comum que o "paradoxo" da tolerância seja invocado.
Esse quadrinho - muito usado nas redes sociais - é um dos vários exemplos das graves distorções que as pessoas fazem.
A verdade é que tanto a esquerda quanto a direita tem distorcido completamente o que Popper escreveu.
Para entendermos o real significado do paradoxo, devemos analisar a FONTE original: "A Sociedade Aberta e Seus Inimigos".
• PARADOXO DA TOLERÂNCIA - A DISTORÇÃO.
Primeiro, devemos analisar a distorção e a passagem - em uma nota de rodapé do volume 1 de A sociedade aberta e seus inimigos - que causa toda essa confusão:
"A tolerância ilimitada deve levar ao desaparecimento da tolerância. Se ampliarmos a tolerância ilimitada mesmo para aqueles que são intolerantes, se não estamos preparados para defender uma sociedade tolerante contra o ataque do intolerante, então o tolerante será destruído..."
"...e a tolerância com eles."
Isso leva a crer que:
1 - Uma sociedade tolerante deve ser tolerante por padrão;
2 - Com uma exceção: não deve tolerar a própria intolerância.
Essa lógica leva a crer que meras palavras (opiniões, e não ameaças) devem ser suprimidas até mesmo pela violência.
Ou seja, a distorção tenta justificar agressão física contra opiniões e discursos.
Mas quem de fato é o “intolerante”? Quem define isso?
Ora, é algo totalmente subjetivo.
Até mesmo o regime nazista justificava sua barbárie e desumanidade em termos de uma “defesa” contra a “conspiração judaica”.
Para um esquerdista, o intolerante é o direitista.
Para um direitista, o intolerante é o esquerdista.
"Portanto, proclamando meu direito de ser “intolerantes com intolerantes”, eu estou colocando a mim mesmo na posição de “árbitro” de quem é ou não tolerante, e, consequentemente, um agente da censura."
Ou seja, o PARADOXO é usado, não para defender a liberdade de expressão, mas como uma arma de censura para diferentes grupos, que se colocam como arautos do correto e da razão.
• PARADOXO DA TOLERÂNCIA - O QUE REALMENTE É.
Bem, já vimos o que o PARADOXO DA TOLERÂNCIA não é.
Popper nunca acreditou em coisa do tipo. Em vez disso, ele escreveu:
"Nessa formulação, não insinuo, por exemplo, que devamos sempre suprimir a expressão de filosofias..."
"intolerantes; desde que possamos combatê-las com com argumentos racionais e mantê-las em cheque frente a opinião pública, suprimi-las seria, certamente, imprudente. Mas devemos nos reservar o direito de suprimi-las, se necessário, mesmo que pela força; pode ser que eles não..."
"...estejam preparados para nos encontrar nos níveis dos argumentos racionais, mas comecemos por denunciar todos os argumentos; eles podem proibir seus seguidores de ouvir os argumentos racionais, porque são enganadores, e ensiná-los responder argumentos com punhos e pistolas."
"Devemos, então, nos reservar, em nome da tolerância, o direito de não tolerar o intolerante."
Isso não é licença para leis contra discurso de ódio. Pelo contrário, Popper diz que tais leis seriam “imprudentes”.
"Para Popper, intolerância não é para ser empregada quando..."
"a expressão de ideias intolerantes o deixam desconfortável ou quando tais ideias parecem indelicadas ou quando elas o irritam. Intolerância — se esse é mesmo a palavra certa para descrever — só deve ser empregada frente a “punhos e pistolas”, ou, presumivelmente, algo pior."
Ou seja, o paradoxo é para tolerância de ação, não de pensamento. Só existe o paradoxo quando é posto em ação, pois a ação pode gerar um efeito restritivo, a manifestação de ideias não.
A palavra “intolerância” é definida como autodefesa de uma agressão real, e não como censura para "agressões" verbais.
"Ser tolerante é aceitar o direito de alguém afirmar o que pensamos firmemente ser falso ou errado ou inaceitável ou ofensivo."
"Isto é de tal modo difícil de assimilar que os pensadores pós-modernistas se sentem na necessidade de declarar
que não há "verdades", mas apenas "construções sociais da realidade". E, por causa disso, todas as diferentes "construções" são igualmente aceitáveis."
"Pensa-se então que esta atitude é tolerante, quando, ironicamente, torna impossível a tolerância.
Pois se ninguém pode realmente estar errado nem dizer coisas falsas nem inaceitáveis, não podemos realmente ser tolerantes:.."
"limitamo-nos a aceitar todas as perspectivas que reconhecemos à partida serem tão aceitáveis como as nossas."
"O fanatismo consiste em usar sistematicamente a noção de ofensa para silenciar os outros."
"Assiste-se assim à imposição de um discurso falsamente politicamente correto, proibindo-se seja quem for de dizer seja o que for que possa ser ofensivo seja para quem for."
Ser tolerante não significa defender todas as ideias, mas defender a liberdade de expressa-las.
"Corretamente compreendido, Popper não é um aliado nem da direita nem da esquerda, mas de liberais clássicos como F.A. Hayek. Fazer dele um amigo de leis contra discurso de ódio ou, pior, perseguição é distorcer seus pensamentos."
PARTE 2: Liberdade de expressão - O que é e quais são seus limites.
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Aliás, esse tal de Lázaro trocou tiros com um caseiro e fugiu.
Só prova a ineficiência da polícia estatal que age de forma centralizada.
Segurança pública é uma metonímia. Apenas a segurança individual existe!
Você só garante a segurança de alguém quando você está no local...
do crime antes que ele aconteça.
Ademais, algumas pessoas depositam uma confiança sacrossanta nos policiais, como se fossem seres superiores dotados de uma moral e de uma capacidade infinitamente maiores do que nós, meros mortais.
A lei de Say é extremamente simples pelo fato de ser extremamente lógica. Ela se dá da seguinte forma: A oferta (venda) de X abre a demanda por (pela compra de) Y.
No capítulo 15 de Traité d'économie politique, Say escreve: (Say, 1983, p. 139):
Um dos maiores engodos intelectuais de toda a história do pensamento econômico é indubitavelmente a deturpação de Keynes acerca da lei de Say.
A versão errônea é reforçada constantemente por gerações sucessivas de economistas ludibriados, que tentam...
...(com uma certa parcela de sucesso) transformar o embuste de Keynes em uma verdade indiscutível.
A lei de Say, também conhecida como lei de mercados, foi uma quebra paradigmática com as doutrinas econômicas do século XIX e peça fundamental para que os economistas...
1 - As pessoas que votam tendem a fazer escolhas irracionais, já que não pagam diretamente pelo custo dessa escolha. Não há um cálculo.
2 - O custo de ser um eleitor bem informado é muito alto, requer muito estudo. A maioria das pessoas preferem gastar o tempo em
coisas que trazem prazer/benefício imediato.
3 - As pessoas não entendem muito de economia, filosofia, direito, história e políticas públicas, o que as fazem péssimas eleitoras. Elas não são obrigadas a focar seu tempo nesse tipo de especialização.
4 - A maioria das pessoas votam com base no puro sentimentalismo. Elas sequer estudam as propostas do seu candidato.
5 - A pessoa não pode escolher os rumos da própria vida, mas pode escolher a pessoa que vai fazer isso.
6 - Mesmo as pessoas conscientes do próprio voto são...
Na mitologia grega, Sísifo era considerado o mais astuto de todos os mortais; Por ter enganado e despertado a ira dos deuses, foi condenado a passar a eternidade rolando uma grande pedra de mármore...
com suas mãos até o cume de uma montanha. No entanto, sempre que a pedra estava prestes a chegar ao
seu objetivo, rolava novamente montanha abaixo até o ponto de partida por meio de uma força irresistível, invalidando completamente o duro esforço despendido.
Sísifo tinha que voltar a executar o trabalho todo novamente.
O voto democrático coincide com a pedra; Os estatistas sempre ganham hegemonia quando um candidato eleito com a promessa de diminuir o estado falha - e ele sempre falha.
O senso comum do brasileiro é algo horripilante, sentimentalista e burro.
Próprio de uma sociedade formada por eternos adolescentes.
Seguem o binômio dor-prazer; Perseguem o prazer e fogem da dor, assim como um asno, que persegue a deliciosa cenoura e foge do doloroso porrete.
São levados pela sensação, movidos pela aparência.
Um povo completamente carente.
O indivíduo se coloca como alguém muito especial, que tem direito a praticamente tudo!
Tudo ele acha que é pessoal, que é auto-referente, ele acha que tudo diz respeito a ele. Ele não consegue entender que existe um mundo objetivo que está acontecendo independentemente do que ele está sentindo.
Interpretam qualquer crítica como um ataque pessoal.