🌾| LEI DE SAY - A FALÁCIA DE KEYNES / PARTE 1 |

POR: O MAGO LIBERTÁRIO.

...
• INTRODUÇÃO.

Um dos maiores engodos intelectuais de toda a história do pensamento econômico é indubitavelmente a deturpação de Keynes acerca da lei de Say.

A versão errônea é reforçada constantemente por gerações sucessivas de economistas ludibriados, que tentam...
...(com uma certa parcela de sucesso) transformar o embuste de Keynes em uma verdade indiscutível.

A lei de Say, também conhecida como lei de mercados, foi uma quebra paradigmática com as doutrinas econômicas do século XIX e peça fundamental para que os economistas...
compreendessem o mercado por mais de 150 anos. Era imprescindível que Keynes, antes de tudo, aniquilasse Say no campo intelectual para que, dessa forma, abrisse espaço para a sua "curiosa" doutrina intervencionista.

Mas, por que era tão importante derruba-lo?
Simples, porque a negação dessa lei é a essência de todas as lições e implicações econômicas de Keynes. Se a lei de Say for demonstrada como correta (e é de fato), toda a teoria keynesiana cairá por terra. Keynes não estava atacando somente Say, mas toda a teoria clássica.
É bem curioso de se observar como os keynesianos bradam com orgulho: "A lei de Say foi plenamente refutada no início do século XX pelo Lord Keynes. Acreditar nessa sandice é terraplanismo econômico.” sem jamais terem lido uma página sequer...
...da obra “Traité d'économie politique” de Say.

Como Keynes conseguiu denegar uma lei tão importante que serviu como fonte primária para os economistas por mais de 150 anos? Ora, ele a distorceu por completo.
• O ESPANTALHO DE KEYNES.

A contestação da Lei de Say não surge em Keynes, suas origens são muito mais antigas, como em Malthus - James Mill e David Ricardo também contribuíram para a negligência do trabalho de J.B Say.
É no “Teoria Geral do Emprego, Juro e Moeda” que surge o principal rompimento (KEYNES, 1996, p. 40).

“Talvez eu possa exprimir melhor a meus leitores franceses o que apregôo sobre este livro dizendo que na teoria da produção ele é uma ruptura radical com as doutrinas...
...de J.-B. Say e que na teoria dos juros ele é um retorno às doutrinas de Montesquieu.”

Embora o Teoria Geral, magnum opus de Keynes, seja uma contestação frustrada da lei dos mercados (Keynes evidencia esse fato no prefácio), há raras alusões a Say.
Em uma dessas alusões, para evidenciar a doutrina de Say, Keynes cita um trecho da obra “Principles of Political Economy” de John Stuart Mill (Keynes, 1996, p. 56):
É certo que o trecho tirado de contexto parece ser incoerente, já que Mill parece querer nos dizer que as pessoas estariam dispostas a demandar o dobro do que consomem atualmente.

O parágrafo expõe erroneamente a ideia de que Mill nega qualquer possibilidade de erros de...
...investimento dos agentes no mercado, nega que alguns bens são fabricados em excesso e nega que superproduções parciais aparecem na economia.
Ora, se a lei de Say realmente afirmasse isso, ela seria completamente absurda e com razão, mas não por acaso Keynes interrompe Mill de maneira pretenciosa no meio de seu raciocínio. Veja como Mill continua (Mill, 1871, p. 135):
Fica claro que Mill está perfeitamente ciente de que superproduções parciais (já que em relação à bens econômicos só pode existir superprodução relativa) possam aparecer na economia, uma vez que o mercado não é completamente perfeito...
...mas um processo constante de tentativas e erros.

Outro raro momento em que Keynes cita Say é no prefácio: (Keynes, 1936 , p. 40)
Keynes resumiu a lei de Say na máxima absurda e errônea de que: "A oferta cria sua própria demanda".

Ora, Say nunca disse que "a oferta cria a sua própria demanda";
Keynes quer demonstrar erroneamente que o objetivo de Say é afirmar que qualquer coisa produzida será automaticamente demandada, i.g., se 20 carros forem produzidos, automaticamente 20 carros serão vendidos.
“No entanto, uma teoria com essa base é claramente incompetente para enfrentar os problemas do desemprego e do ciclo econômico.” (Keynes, 1936 , p. 40)

Segundo Keynes, Say não poderia explicar os ciclos econômicos, pois seria a oferta que limitaria a demanda e não o contrário...
...(Admitindo a versão Keynesiana de que as crises ocorrem por causa de superproduções e por "insuficiente demanda agregada"), então, o que explicaria as crises econômicas? (demonstrarei posteriormente que a ideia de superprodução e subconsumo está equivocada.)
Bem, é deveras interessante como Keynes cita (de maneira pretenciosa) John Stuart Mill, e faz uma breve alusão em seu prefácio para se referir a Say, mas a pergunta que fica é: Por que ao invés de citar Mill, Keynes não cita a teoria de Say de forma direta?
Simples, porque Say se expressou muito mais claramente que Mill, ele não pôde ser deturpado.

CONTINUA ->
*As threads sobre a Lei de Say foram escritas em julho de 2019, inicialmente concebidas como um artigo.

Não fui capaz de revisa-lo por falta de tempo. No entanto, julguei que seria proveitoso aborda-lo em fragmentos - e de maneira mais simplificada - em algumas threads...
devido a extrema relevância desse tópico.
Vou postar a segunda parte ainda nessa semana.

• • •

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