É usual que o ministro da educação use a expressão “tigrada” para se referir a inimigos políticos, a imprensa e a professores e estudantes. A origem da expressão parece se remeter a uma triste história da escravidão, o que denota seu caráter racista e elitista. Entenda no fio. +
Escravos que viviam nas cidades eram responsáveis pelo recolhimento e despejo da urina e fezes de muitos moradores das cidades durante cerca de 300 anos. Esses cativos foram apelidados de "tigres". Nessa época, a maior parte das casas não contava com banheiros ou água corrente. +
Os moradores das antigas cidades faziam as necessidades em penicos e recipientes que ficavam sob as camas ou em armários até a manhã seguinte, quando eram esvaziados em grandes tonéis que comportavam todos os dejetos de todos moradores das casas. +
Parte do conteúdo, que continha ureia e amônia, vazava dos tonéis e deixava marcas brancas sobre a pele negra, parecidas com listras. Por essa reação química, as marcas se pareciam com as do animal — daí o apelido em tom pejorativo dos "tigres" ou "tigrados". +
O cheiro dos tonéis fazia com que as pessoas não se aproximassem dos "tigres" enquanto os carregavam. "A pele ficava listrada, com alternância de faixas pretas e outras descoloridas pela ação química dos dejetos. Por isso eram conhecidos como tigres", ensina @laurentinogomes. +
Essas informações estão detalhadas nessa reportagem da @bbcbrasil. O tom desrespeitoso é um problema de decoro sério para quem é ministro de estado, daí a advertência da própria comissão de ética da presidência para Weintraub (g1.globo.com/politica/notic…). bbc.com/portuguese/bra… +
Algumas das vezes em que o ministro usa a expressão, a regularidade é grande. Fim. 
O tuíte mais recente é outra quebra de decoro, grosseria e misoginia combinadas.
