Canalizar parte importante dos recursos do fundo eleitoral para o SUS nesse momento é claro que tem o meu apoio. Aliás, o PSOL sempre defendeu campanhas sem controle do grande capital, porém modestas. Mas o que querem ultraliberais, com a sua hipocrisia covarde, é outra coisa:
1. Gerar cortina de fumaça pra que não sejam responsabilizados pela política de desmonte do estado nas suas garantias sociais que fragiliza o SUS para responder a desafios como o que estamos enfrentando nesse momento.
2. Eles querem mais um atraso civilizatório com o retorno do financiamento empresarial das campanhas eleitorais. Desse jeito, os bancos, o grande capital, podem ter o controle total de captura dos espaços institucionais para que os seus interesses sejam preservados.
3. Mesmo sabendo que recursos do fundo são insuficientes pra custear as medidas que o Brasil precisa, eles tiram o foco de outras medidas econômicas indispensáveis. Exemplo: vamos revogar a renúncia de 1 trilhão para o setor de petróleo?
4. No caso do sistema financeiro, eles tem sempre um aporte bilionário para o “socorro” aos bancos no caso de crise. Não seria justamente o contrário? O momento não é de diminuir os ganhos estratosféricos nas mãos de poucas famílias?
5. Com essa palavra de ordem, eles escondem o fato notório: na hora do pega pra capar o deus mercado não é quem se mobiliza pra salvar as pessoas. Lá estão servidores públicos de saúde dando a vida no SUS. E a pesquisa? Quem dúvida agora da importância das instituições públicas?
6. A ironia mais perversa é que essa turma defende o retorno do financiamento empresarial das campanhas pra capturar todos os espaços públicos e colocar em prática o seu projeto de privatizações e desmonte do próprio estado.
7. Portanto, quando alguém vier cobrar a utilização de parte significativa do fundo eleitoral para o SUS, tenho duas respostas. Se vc está perguntando de boa fé e acredita na medida a minha resposta é: concordo, defendo campanhas modestas e aí explico tudo que apresentei aqui.
Mas se vc é do MBL ou defensor da agenda ultraliberal, respondo: a sua hipocrisia covarde não me engana e cada vez engana um número menor de pessoas.
