A história de Mary Winston Jackson ganhou popularidade nos últimos anos com o lançamento do livro e posteriormente do filme “Estrelas Além do Tempo” (Hidden Figures).
Sua carreira brilhante serve de inspiração para diversas mulheres, principalmente negras, que desejam ingressar no ramo da engenharia e astronomia.
Nascida e criada em Hampton, Virginia, Mary Jackson graduou-se em Matemática e Física no ano de 1942, aos 20 anos de idade, no Hampton Institute, (renomeado Hampton University). Lecionou matemática em Calvert, condado de Maryland.
Anos depois, foi contratada pela NACA, empresa antecessora da NASA, para trabalhar no Memorial Aeronautical Laboratory, no Langley, onde era supervisionada por Dorothy Vaughan, também retratada no filme.
Mary trabalhava na área de computação onde era conhecida por seus colegas como “computador humano do Langley”, devido ao seu desempenho.
Depois de dois anos trabalhando para o governo na NACA, ela começou um projeto com o engenheiro aeronáutico Kazimierz Czarnecki, o Túnel de Pressão Supersônica.
Novamente por destacar-se com o seu trabalho, Czarnecki a aconselhou que fizesse um treinamento para receber uma promoção do seu título de matemática para engenheira, assim como ele. Mas havia uma grande barreira a ser vencida: a segregação racial americana.
Na década de 50, nos Estados Unidos, pessoas negras não poderiam frequentar os mesmos lugares que pessoas brancas e as aulas que Mary precisava eram apenas na Hampton High School, exclusiva para pessoas brancas, e ela necessitava da autorização da prefeitura para frequentá-las.
Em 1958, Mary Jackson formou-se e tornou-se a primeira engenheira negra da NASA, National Aeronautics and Space Administration, com ênfase no campo de efeito na camada limite dos veículos aeroespaciais em velocidades supersônicas.
No final da década de 70, juntou-se ao Federal Women’s Programs e influenciou a contratação e promoção de muitas mulheres em carreiras na área de ciência, engenharia, matemática e tecnologia.
Seus projetos não se limitavam à NASA, ela também ajudou jovens da comunidade King Street, onde nasceu, a construir seu próprio túnel e fazer seus experimentos científicos, incentivando jovens periféricos a ter acesso à ciência.
“Às vezes não temos noção do número de cientistas negros e não sabemos das oportunidades de carreira até que seja muito tarde” afirmou Mary em entrevista. 
Aposentou-se da NASA em 1985 e faleceu em 2005, aos 83 anos. O livro Estrelas Além do Tempo, foi lançado 11 anos após sua morte e conta um pouco de sua carreira como mulher negra dentro da NASA junto com suas companheiras de trabalho, Dorothy Vaughan e Katherine Johnson
A obra de Margot Lee Shetterly fez muito sucesso na época de lançamento, no ano seguinte foi adaptada para o cinema, tornando a história ainda mais popular.
Em 2019, Mary W. Jackson foi condecorada com Congressional Gold Medal por seus trabalhos realizados. Além disso, o prédio do quartel general em Washington foi renomeado em sua homenagem.
Jim Bridenstine, administrador da NASA, declarou que os nomes dos prédios são escolhidos em tributo àqueles que contribuíram para o crescimento da mesma, e nos últimos anos, a direção vem escolhendo essas Hidden Figures (figuras escondidas, tradução livre) para batizá-los.
@threadreaderapp
unroll
unroll
