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Segue um 🧶sobre análise de tendência com base em dados reais. Serve para #COVID19 #dengue #SRAG ...
Um pouquinho sobre os dramas e coisas simples (e ainda assim úteis) que podem ser feitas para uso prático, e exemplo de uso para enfrentamento da COVID-19 com dados de SRAG.
Dados reais de casos de qualquer doença não são curvas de um sistema determinista. O q isso significa na prática? Q ela vai ter altos e baixos mesmo durante período com tendência de crescimento/queda.
Aquela cara "serrilhada", típica de processos conhecidos como estocásticos.
E?
E q, mesmo c/ dados sendo notificados/digitados em tempo real (ñ são), o último ponto ñ necessariamente representa a tendência.
I.e, o número da semana T ser menor/maior do que o valor na semana anterior (T-1) ñ significa que a partir dali começou processo de queda/crescimento
Em função disso, é interessante ter avaliação de tendência de longo e curto prazo.
Longo: +específico, porém lento em detectar alterações (-sensível).
Curto: +sensível, porém pode indicar cresc/queda quando é apenas oscilação ou aquele efeito estocástico mencionado (-específico)
Notem: teria esse calcanhar de aquiles mesmo se o dado fosse em tempo real. E acontece com o dado semanal. Se usar o dado diário então, pior ainda.
Daí nascem as propostas de usar, por exemplo, médias móveis. A escolha da janela (3 semanas, 6 semanas, 14 dias, 30 dias, ...) entra naquela conta de sensibilidade vs especificidades.
Quero detectar rápido qualquer alteração, mesmo com risco de errar?
Em epidemio, essa decisão não é simétrica. Isto é, sinal de queda ou de crescimento não tem o mesmo peso, pois o risco associado a classificação errada de cada uma delas é MUITO distinto.
Supor que estava crescendo aumenta o controle com o "custo" de talvez ser desnecessário naquele momento.
Supor que estava em queda quando estava em crescimento o custo são casos evitáveis e, eventualmente, mortes evitáveis.
Claramente não são similares.
Portanto, se o curto prazo indica queda, mas o longo ainda aponta crescimento, não devemos agir com base na tendência do curto. Ou seja, ainda não é hora de flexibilizar. Mas é um indicativo que talvez não seja necessário intensificar as ações de mitigação, mas manter as em curso
Já se o sinal de longo é de queda mas o de curto indica crescimento ou estabilização, isso é um indício de que medidas adicionais de flexibilização que estavam programadas para serem iniciadas devam ser adiadas e reavaliada nas semanas seguintes, para confirmação da tendência.
Buenas, se isso já é assim pensando no dado em tempo real, como fica o dado q de fato temos, cuja atualização ñ é em tempo real?
Aí entram os modelos de "nowcasting", i.e., de "estimativa do agora", corrigindo os atrasos de notificação/divulgação.
Tendo um modelo que gere, por ex., 1mil trajetórias (estimativas), podemos avaliar as tendências de curto/longo prazo sobre cada uma delas e, com isso, extrair a probabilidade de estar com tendência de crescimento/estabilização/queda.
É justamente isso que acabamos de implementar nas análises do InfoGripe (boletim da semana 33).
Utilizamos janela de 3 semanas para a tendência de curto, e de 6 semanas para de longo prazo *até a semana t*
A nota técnica disponível aqui: bit.ly/mave-infogripe…
Importante reforçar: é a tendência ATÉ a semana indicada, e não A PARTIR daquela semana. Ou seja, para a semana t, olhamos (t-2, t-1, t) e (t-5, t-4, ..., t). Claro q o método não é perfeito, mas acreditamos q oferece um ganho de informação relevante.
P ilustrar, segue a macro Metropolitana II do estado do Rio de Janeiro. Após longo período de queda, há forte indicativo de q houve uma retomada do crescimento (embora leve) e atualmente estamos em estabilização/oscilação. O q sugere ser arriscado avançar as flebilizações.
Já na Macro Centro-Oeste do RS, embora as últimas semanas estejam naquele "modo serrilhado", percebe-se tendência de *início* de queda (importância de olhar tendência E a série)
Para facilitar a leitura, mudamos o layout do resumo do boletim, apresentando o mapa do país com a tendência nas capitais e nas macrorregiões de saúde.
bit.ly/mave-infogripe…
No boletim completo tem as curvas de cada localidade
bit.ly/mave-infogripe…
Naturalmente, não se deve olhar só para a tendência sem olhar o nível de atividade, i.e., se o número atual ainda é alto ou se já chegou a valores suficientemente baixos.
*Nenhum* indicador deve ser olhado d maneira isolada para tomada de decisão.
Equipe #MAVE e #InfoGripe, buscando formas de cada vez mais auxiliar a vigilância nacional de síndromes respiratórias, mantendo a parceria que já vem de longa data.
Um dos tantos braços da #FIOCRUZ no enfrentamento da #COVID19 no Brasil.
A nossa parte a gente tenta. 😉
Embora só estejam marcados os membros do MAVE que tem twitter, como tudo no Info isso é fruto de discussões com toda a equipe MAVE e alguns parceiros das equipes técnicas da vigilância nacional de SG.
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