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➡️ EXCLUSIVO

E-mail revela que @Flamengo sabia de problemas elétricos no alojamento do Ninho do Urubu - centro de treinamento do clube - que pegou fogo em 2019.

O incêndio matou 10 meninos da categoria de base.

Siga o fio sobre a reportagem de @leo_burla e @pedroivoalmeida 👇

↪️ O @uolesporte teve acesso a trocas de e-mails que evidenciam que o Flamengo sabia dos riscos das instalações elétricas do Ninho desde 11 de maio de 2018.

Em 8 de fevereiro de 2019, um incêndio causado por um curto-circuito no ar condicionado matou 10 meninos da base do clube.

↪️ Correspondências internas trocadas entre os então responsáveis pelo dia a dia do centro de treinamento apontaram aos dirigentes do Flamengo as "não conformidades" das instalações e "suas gravidades".

↪️ Os problemas na parte elétrica foram verificados semanas antes. A partir disso, foi chamado um técnico de segurança do trabalho para a realização de uma inspeção.

A visita ocorreu no dia 10, com novo relatório técnico feito no dia seguinte e enviado a responsáveis do clube.

↪️ Em 11 de maio de 2018, Wilson Ferreira, funcionário do departamento pessoal, enviou um e-mail para o gerente de administração do Flamengo, Luiz Humberto Costa Tavares.

No relatório, Wilson citava os problemas técnicos observados no centro de treinamento.

↪️ Com dez fotos e imagens que detalhavam especialmente as citadas "gambiarras" no quadro elétrico atrás do alojamento da base (contêineres) - local do incêndio trágico -, o relatório chamava a atenção pela observação final.

↪️ "As irregularidades abaixo não serão tratadas no momento, pois, conforme informação, o local será demolido e substituído por novas instalações até o final do ano de 2018 [...]."

O técnico responsável reproduzia o que ouviu dos funcionários do clube que o acompanharam.

↪️ A ideia inicial do clube era ter o novo CT da base ainda em 2018, substituindo as instalações verificadas. Nada feito.

As novas instalações não ficaram prontas no tempo planejado. E os jovens dormiram nos alojamentos precários até 8 de fevereiro, dia do incêndio.

↪️ A empresa CBI fez o orçamento dois dias depois que o gerente Luiz Humberto repassou o documento que detalhava o cenário preocupante ao diretor executivo de administração do Ninho do Urubu, Marcelo Helman.

A previsão era de reparos em até 10 dias a um custo de R$ 8.550,00.

↪️ A empresa emitiu 2 notas fiscais, mas o trabalho jamais foi executado. Essa afirmação é feita pela Anexa Energia, contratada pelo Flamengo para produzir parecer após a tragédia.

A firma garante que o serviço "não foi realizado [pela CBI], mantendo o mesmo alto grau de risco".

↪️ Mesmo após o segundo pagamento e a verificação de que o serviço não havia sido realizado, o Flamengo não providenciou novos reparos.

E assim o cenário das instalações elétricas apontado nos relatórios permaneceu. Até o fatídico 8 de fevereiro de 2019.

↪️ Procurado pela reportagem, o clube rubro-negro informou que não se manifestaria sobre as informações relativas aos e-mails de 2018 e seus desdobramentos.

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