Contra o Fluminense, o Flamengo manteve o 4-2-3-1 que havia jogado contra Bahia e Fortaleza. Agora, porém, usando três meias de verdade e Gabigol na frente.

Para dar certo, Domenec teve que mudar estruturalmente a forma de atacar.

Vamos destrinchar no fio...
O melhor exemplo está nos cruzamentos. Com a mudança na frente, o time cruzou menos. Foram 23 contra o Fortaleza e apenas 9 contra o Fluminense.

(Por incrível que pareça, cada plataforma contabiliza "cruzamentos" de uma maneira. Aqui estou usando os números do Instat)
Muito mais importante que isso, no entanto, foi o posicionamento na hora dos cruzamentos.

No primeiro tempo contra o Fortaleza, com Pedro na frente, o Flamengo atacava a área com pouquíssima gente e basicamente buscava o seu homem de referência.
Gabigol entrou no segundo tempo, mas seu estilo de movimentação e instinto perto do gol é completamente diferente. Com ele na frente, a área ficou vazia.

Lincoln entrou para fazer companhia e ocupar aquele espaço.
Contra o Flu, no entanto, as circunstâncias eram outras. Além de Gabigol na frente, o time tinha três organizadores: Diego, Everton Ribeiro e Arrascaeta.

A solução era atacar a área com muita gente. Foi o que o Flamengo fez. Mas dizem que o gol de Filipe Luis foi coincidência...
Cada jogo é um jogo. Cada problema exige um tipo de solução. Cada contexto muda a abordagem.

O Flamengo teve que adaptar seu jogo. Ótimo sinal. Afinal, capacidade de adaptação é a chave para jogar em alto nível.
Além dos números do @InStatFootball, estou usando o @Klipdraw para criar os vídeos. Queria saber o que estão achando...

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30 Aug
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