Primeiro de tudo, a CoronaVac é uma das candidatas a vacina, atualmente em fase III clínica, testada no Brasil, liderada pelo Instituto Butantan. Ela usa vírus inativado, sem capacidade de se proliferar, para estimular nosso sistema imunológico a reconhecê-lo
Segundo a reportagem, João Doria continua a dar declarações otimistas sobre a vacina contra Covid-19 CoronaVac, em que os resultados dos estudos de fase 3 serão reunidos na próxima sexta-feira (16) e apresentados publicamente na segunda-feira (19).
Eu realmente fico na expectativa de ver esses dados, ver como essa vacina está se saindo, pois, segundo as declarações (do Governador) "Até agora, todos os resultados foram positivos. Nenhuma colateralidade foi apresentada nos 13.000 médicos e enfermeiros em sete estados"
Eu mesma queria ter escutado isso dos pesquisadores, mas tudo bem!
Apesar de a declaração ser legal e confirmar a segurança da vacina, sabíamos ao ler o artigo com a fase 1 e 2 de 50 mil voluntários na China, a fala deixa vago quando a eficácia
E é justamente o resultado mais esperado da fase 3, juntamente se rolou algum efeito adverso mais importante/raro. Mas sem dúvida, a vacina funcionar é importante, certo?
Para o Butantan, se a vacina proteger ao menos 50% dos indivíduos, o instituto buscará o registro na Anvisa
Apesar da OMS recomendar eficácias NO MÍNIMO de 60%.
Pra não dizer que eu só critico, eu acho legal já haver essa movimentação de preparo do plano de vacinação e tal.
Meu problema mesmo é a promessa de data sem saber a eficácia e os dados da fase 3.
No Brasil, 9 mil voluntários foram testados para a CoronaVac. A próxima etapa é incluir 4 mil pessoas, de grupos com diferentes perfis, como aqueles já infectados e com idade acima de 60 anos
O que me preocupa nesse grande e contínuo otimismo sem ter resultados contundentes é essa questão da corrida vacinal pré-eleitoral mesmo. Sabemos que isso tá acontecendo no mundo e isso também acontece no Brasil.
Eu me questiono muito a natureza dessas promessas.
Seguiremos de olho. Espero que em breve possamos ter resultados científicos, e não apenas pronunciamentos de candidatos a eleição :)
Há um professor em cada um de nós.
Há um professor nos nossos pais, ao nos ensinar as primeiras coisas, inclusive a como manifestar um amor incondicional.
Há um professor nos amigos, ao nos ensinar as facetas das interações sociais e a complexidade de manter essas relações.
Há um professor em cada profissional, que repassa o que sabe para quem está chegando, aprendendo com quem esta saíndo.
Há um professor em cada cientista, ensinando para si mesmo e para os demais o que aquele conhecimento pouco lapidado, recém descoberto, significa.
Há um professor em cada divulgador científico, incansavelmente tentando trazer a rotina da ciência para o dia-a-dia da sociedade.
E principalmente, há um professor em cada sala de aula.
ATUALIZAÇÃO DO FIO! COVID-19 e Sistema Nervoso ganha mais um grande artigo, BRASILEIRO, expandindo nossa compreensão sobre a dinâmica do SARS-CoV-2 no encéfalo!
O artigo publicado no medRxiv por pesquisadores brasileiros liderados por Daniel Martins-de-Souza, Thiago Mattar, @MoriLabe e Clarissa Yasuda mostra que o SARS-CoV-2 é capaz de infectar astrócitos, prejudicando a viabilidade dos neurônios!
Johnson&Johnson faz pausa estratégica na fase 3 dos seus ensaios clínicos da candidata a vacina da COVID-19 após um voluntário apresentar sinais que precisam ser melhor estudados
Ja sabemos que isso é esperado em ensaios de ampla escala
Em comunicado oficial, a Johnson & Johnson’s ressalta que “eventos adversos - doenças, acidentes etc - mesmo aqueles graves, são uma parte esperada de qualquer estudo clínico, especialmente grandes estudos” segundo a reportagem acima
Precisamos entender se é um efeito adverso raro em decorrência do processo, ou se é algo sem causalidade com a vacina. É assim que garantimos que vacinas são seguras e que podem ser aplicadas na população geral.
Como comentado no caso da AstraZeneca, essa pausa é prevista
Polêmica no ar: uso de células fetais provocam protestos de líderes católicos seniores nos Estados Unidos e Canadá, junto com outros grupos antiaborto, levantando objeções contra algumas vacinas candidatas à COVID-19
Vamos de fio instrutivo pra entender isso?
Segue o fio!
A polêmica começou por aqui, ao afirmar que a vacina da AstraZeneca/Oxford é produzida "a partir de células de bebês abortados": noticias.uol.com.br/comprova/ultim…
A reportagem acima já comenta um pouco o que realmente está por trás dessa notícia sensacionalista e enganosa. As células em questão que foram palco de testes inicias se chamam HEK-293, sigla para células de rim embrionário humano. Elas tem essa carinha aqui, num microscópio:
Quero dividir um pequeno causo com vocês: a pseudociência tá dentro de casa, na mesa do jantar, numa janta inofensiva, ao final de um dia cheio de trabalho e cansativo. Ela tomou nossas conversas, nossas reflexões, venceu nosso senso crítico.
E ainda sim, nós estamos lutando
"o brasil é o país mais rico do mundo"
Pra quem? Para a % da população que não tem saneamento básico? sem ensino básico completo? sem emprego?
"as queimadas no Brasil são de causas climáticas, pelo ambiente seco"
Numa floresta úmida equatorial? Numa floresta virada em água como o pantanal? Num país onde seu ministro do meio ambiente é o maior responsável pela flexibilização e derrubada de leis que protegem o ambiente
Hoje tivemos a notícia que duas mulheres cientistas serão premiadas com o Nobel de Química - 2020!
Emmanuelle Charpentier e Jennifer Doudna irão dividir o prêmio pelo desenvolvimento de uma técnica de edição do genoma!
Como funciona isso? Vem de fio nobelístico!
Vamos com um pouco de perspectiva histórica, afinal, não foi da noite para o dia que as duas cientistas desenvolveram essa técnica, não é? Foi fruto de anos de dedicação, investimento, recursos humanos e ciência!
O sistema em questão se chama CRISPR-Cas9, e essa palavra grande e complexa relata diferentes funcionalidades: CRISPR é a abreviatura de repetições palindrômicas curtas regularmente interespaçadas agrupadas.
Quê? Então, observe a sequência abaixo de um DNA qualquer