Thread by @ThiagoGdeAragao

A sociedade moderna tem expectativas politicas imediatistas. A politica responde com intencoes de curto prazo, ja que poucas politicas públicas de curto prazo sao transformadoras estruturalmente. A narrativa ganha um peso maior do que a execução.

Dizer que quer passa a ser interpretado como sucesso, ao inves de trabalhar numa construcao de longo prazo. Narrativas conjunturais atendem expectativas rapidas enquanto politicas estruturais esbarram nas explicacoes mal feitas dos govs sobre suas vantagens de medio/longo prazos.

Politicas estruturantes nao trazem recompensa de curto prazo. Alem disso, requerem um esforco gigantesco de construcao de viabilidade, onde "cartuchos" politicos sao gastos nessas negociacoes.

Raramente um politico ve ganho em um esforco enorme para algo que nao recompensara politicamente dentro do novo ciclo. Esses sao, geralmente, chamados de estadistas.

O ciclo eleitoral + reeleicao favorece a predilecao pela intencao ao inves da execução. A falha em executar é mascarada na complexidade do processo de tomadas de decisao e justificada na falta de cooperação de outros entes decisores.

Isso faz com que a busca pela justificativa se sobreponha a busca pela solucao, estimulando a politica a voltar para a narrativa de intencoes como forma de governar. A métrica esta errada: o sucesso e a aprovacao de um governo nao pode estar ancorada na intencao do governo..

...mas sim na capacidade de execução de um governo. Isso faz com que a necessidade de melhora na comunicação das execuções seja uma prioridade para governos comprometidos com o longo prazo.

A falta de compreensão da sociedade no processo decisorio, faz com que a intenção de um governo ganhe contornos primordiais, alocando a culpa do fracasso no avanco de certas ideias em outros entes decisorios.

Na pratica, politicas estruturantes ficam pra tras enquanto narrativas conjunturais focadas na intencao se tornam a principal forma de governar, e satisfazem parte importante da sociedade.