Oi, pessoal. Qual a opinião de vocês sobre o papel da desinformação na tomada de decisão das pessoas? Usando o exemplo da vacina, que estava latente e agora estourou: vocês acham que a desinformação afeta a quantidade de pessoas que vai se vacinar? //1
Me parece um problema sério, e que temos de combater. Fiz uma imagem super simples para tentar condensar como eu vejo a desinformação afetando esse processo. //2
As pessoas todas tem (devem ter) autonomia nas suas decisões, e vejo que isso está sendo debatido. Mas essa autonomia precisa de informações para subsidiar a tomada de decisão posterior. //3
Se, exemplo, eu for bombardeado com informações assustadoras (e falsas), pode ser que eu use minha autonomia para tomar uma decisão errada! A discussão sobre dar ou não autonomia deve dar lugar ao debate sobre a informação que transforma essa autonomia em decisão. //4
Acho inclusive interessante quando a parte que mais briga por essa autonomia é também a parte que mais gera ruído entre a autonomia e a tomada de decisão. Quero que a pessoa seja livre para decidir, mas com base em informação correta, científica, fidedigna! //5
Infelizmente para inventar uma desinformação são necessários alguns minutos e uma má intenção (ou mesmo um desconhecimento), e para gerar uma informação correta leva tempo e dedicação. Isso cria uma "competição desleal". //6
Por isso é importante que possamos sempre aprender, e depois de aprender, ensinar, para "engrossar o caldo" da informação correta e científica nessa batalha contra a desinformação. //7 s
Substituam os quadrados vermelhos da imagem pelas desinformações que vocês recebem todos os dias e percebam como elas são inúmeras..!
Eu (Isaac) já alerto isso há tempo, e o modelo do Marc e a explicação são sensacionais.
No fim do fio eu completo. Daqui pra frente o fio é do Marc: Os óbitos e hospitalizações por COVID-19 sempre aparecem mais tarde do que os casos. Este atraso está frequentemente levando mais de um mês, e esse tempo pode ser previsto com precisão (Marc Bevand conseguiu). //2
Quem fala que é uma “epidemia só de casos” está errado. Este fio explica com exemplos reais. Marc Bevand mostrou o que causa o atraso, e como podemos prever com precisão. Primeiramente, existem várias causas: //3
Oi, pessoal. Há alguns dias atrás eu fiz um fio explicando como identificar reversões de tendência nos números da COVID-19, e mostrei como isso pode nos ajudar a termos intervenções menores e mais baratas, antes de termos que parar tudo.
Utilizei os dados de Porto Alegre no fio, e usarei de novo agora para demonstrar continuidade. Atualizei os dados e gerei este gráfico, que traz as tendências dos últimos 70, 30 e 14 dias. Fica clara a reversão, né? //2
Quando começamos a ver isso nas UTIs, já temos um indício forte de que o contágio se espalhou a pelo menos 14 dias atrás, e que é hora de, no mínimo, parar com reaberturas. Intervenções aqui cortam o mal pela raiz. //3
Oi, pessoal! Para quem está com dúvida de como está a segunda onda da Europa e como isso pode influenciar o nosso futuro próximo, fiz alguns gráficos para demonstrar como estão a taxa de crescimento de casos e de óbitos tanto aqui quanto na União Européia + Reino Unido. //1
Separei assim pois a UE fica similar ao Brasil em número de "estados" e equipara a população. Sempre tem alguém que me diz "não podemos comparar o Brasil com "xxxx", mesmo falando de taxa de crescimento (e aí a população influencia menos do que a densidade demográfica). //2
Como podemos entender esses gráficos? São dois para casos e dois para óbitos. Nos gráficos também tem cores que refletem as medidas de distanciamento adotadas em cada localidade (deu um trabalhão pesquisar para 28 países quando abriram e quando fecharam). //3
Sabemos que nenhuma vacina é 100% eficaz. Para compensar essa falta de eficácia completa, a arma que temos é a cobertura vacinal.
A cobertura vacinal de 2020 está muito, muito baixa. Sigam o pequeno fio. //1
Quanto mais pessoas vacinadas, mais protegidos estão quem não tiver o efeito positivo da vacina e quem não pode tomar. Essa baixa cobertura vacinal deixa brechas aonde a doença pode entrar e criar surtos justamente nessas pessoas. //2
Isso acontece pois não existe mais o escudo protetor dos vacinados ao redor das sociedades. Corremos o risco de ter de conviver com doenças a muito esquecidas, em conjunto com a COVID-19, já a partir de 2021: agenciabrasil.ebc.com.br/saude/noticia/… //3
Pessoal, meus dois centavos estatísticos sobre o anúncio de ontem, da nitazoxanida: o principal fator medido é a redução da carga viral, medida no swab (cotonete) do PCR após 8 dias. Foram analisadas 392 pessoas (196 por grupo). //1
Esta variável (carga viral) pode ter uma infinidade de valores diferentes em medições diferentes. Se eu pegar 5.000 doentes de Covid-19 e medir a carga viral no swab em dias diferentes, muito provavelmente terei milhares de valores diferentes. //2
O que isso quer dizer? Que é necessário um cuidado extra para não criar uma correlação espúria entre uma suposta redução de carga viral e o uso do medicamento. //3
Oi, pessoal. Acho importante fazer um alerta rápido sobre como identificar uma possível reversão de tendência nas internações por COVID-19. Vou utilizar novamente os dados de Porto Alegre, mas pode ser feito com qualquer município. Sigam o fio //1
Uma métrica interessante para o acompanhamento correto da epidemia é a "internação hospitalar". Ela acontece independente do teste ou não, é menos volátil do que o número de casos e mais adiantada do que o triste número de óbitos. //2
Um dado que ajudaria muito é a faixa etária dos internados por dia (para entendermos se há uma migração de faixa etária nos novos internados), mas este dado não está amplamente disponível. Agora vamos usar o número de internados em leitos clínicos da cidade de Porto Alegre: //3