A reunião já se aproximava do fim quando o síndico resolveu colocar em votação a compra de uma nova escada para o condomínio, ou o zelador não teria como trocar a lâmpada queimada na entrada do prédio.
Foi quando um morador protestou...
Achava que não era necessário um novo gasto. Porque tinha achado na garagem quatro tamboretes de madeira que, postos um sobre o outro, atingiriam a mesma altura que a escada. Quando o síndico ensaiou uma réplica, o morador continuou com o discurso.
Os tamboretes já faziam parte da história do bairro, tinham sido fabricados por um marceneiro da vizinhança que só recorria a madeiras de reflorestamento. Uma escada de metal poluiria o meio ambiente por séculos, e os tamboretes seriam a solução mais ecologicamente correta.
Uma vizinha se empolgou com o discurso, e apontou que o escadismo do síndico era sintoma de uma sociedade viciada em soluções fáceis, que já havia uma saída ao alcance de todos, mas demandava vontade politica de quem mantinha um caso com a dona da loja de material de construção.
Uma senhorinha aproveitou pra dizer que não concordava com quem pulava cerca, ainda mais com quem queria comprar uma escada apenas para facilitar o salto, e ainda dividia a conta com todos os vizinhos.
O marido da senhoria, inclusive, lembrou que a cruz que serviu de ultima casa para Cristo não era de metal, mas de madeira, como os quatro tamboretes esquecidos na garagem.
Diante de argumentos tão fortes, veio, enfim, a votação. E o síndico findou derrotado no desejo de comprar uma nova escada.
No dia seguinte, o zelador até tentou trocar a lâmpada queimada. Mas não conseguiu se equilibrar por 5 segundos sobre a pilha de tamboretes, voltando com tudo ao chão, mas só para, ainda na horizontal, ser carregado ao hospital público mais próximo.
O síndico, claro, abriu a reunião de condomínio seguinte rememorando o caso. Foi quanto o mesmo morador se levantou, não reconheceu o fracasso da própria ideia, e argumentou com dedo indicador apontado ao alto: "Porque o verdadeiro tamboretista..."
Esta é uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, fatos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.
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Tem um momento do 7 a 1, início do segundo tempo, que algum jogador tenta um lance mais arriscado, e Felipão fica na beira do gramado, com cinco dedos de uma mão pra cima, lembrando que o placar estava 5 a 0 para a Alemanha.
Era como se dissesse que o objetivo não era virar o jogo, mas evitar o 10 a 0.
Ontem, vi algumas pessoas de boa fé tentando enxergar algum valor na proposta anunciada como “privatização do SUS”. Diziam não se tratar disso, que havia detalhes importantes do projeto ignorados pela imprensa, etc.
Muita gente achando descabida a pergunta de Arthur do Val sobre a relação de Jilmar Tatto com o PCC. Eu já acho estranho a própria imprensa não demonstrar interesse em esclarecer este ponto aos eleitores.
Em 2006, a Veja publicou uma reportagem em que um perueiro detido admite a infiltração do PCC no transporte alternativo. O texto ainda acusa Jilmar Tatto, ex-secretário de Transportes de Marta, de receber dinheiro dos perueiros ligados à facção: veja.abril.com.br/blog/reinaldo/…
(Como não tenho acesso ao acervo da Veja, linkei o clipping do antigo blog de Reinaldo Azevedo. Como os potenciais eleitores de Tatto andam concordando com Reinaldo, não vi problema em contar com essa referência.)
E aí? Quantas casas você já financiou desde que o dólar passou dos 5 reais?
E quantos bolos de pote você já comprou no mesmo período?
As enquetes acima podem não ser o que há de estatisticamente mais confiável, mas ao menos são mais cheirosas do que o local de onde tiraram a narrativa de que dólar alto seria ótimo para o brasileiro pobre financiar uma casa.
Essa briga da esquerda a favor do “showmício” tem um potencial enorme para se converter em tiro no pé.
Antes de serem proibidos, os showmícios não beneficiavam candidatos progressistas, mas os poderosos da vez, donos de estruturas para fazerem da campanha verdadeiros festivais.
Quando começava a campanha eleitoral, eu simplesmente deixava de ter notícia dos amigos que tocavam em bandas de ritmos mais populares, como forró ou pagode.
Eram shows diários e concorridos. E caros. Mas em benefícios de músicos que ganhavam salário fixo, e empresários que comandavam tais bandas sem qualquer interesse além do lucro e aproximação do político que mais chances tinha de vencer.
Existe. Há 65 milhões de evangélicos no Brasil. E não falta quem venha a público tratá-los como se fossem 65 milhões de Felicianos ou Malafaias. Viralizam até vídeo da Fernanda Torres assumindo o preconceito no Roda Viva. Isso é horroroso.
Eu posso te falar a verdade. Mas você não está preparado para a verdade.
Em 2010, ninguém queria parecer oposição a Lula. Em 2016, Dilma caiu por um processo de impeachment. Em outras palavras, não conseguiu manter ao lado dela nem um mísero terço do Congresso.
Noto que muitas narrativas petistas imperaram. Mas elas não retratam o que vi nesse intervalo de 6 anos. Porque os partidos de oposição só embarcaram no impeachment quando as ruas já estavam lotadas (e por isso foram vaiados). Dilma caiu por uma rebelião da própria base.