Existe. Há 65 milhões de evangélicos no Brasil. E não falta quem venha a público tratá-los como se fossem 65 milhões de Felicianos ou Malafaias. Viralizam até vídeo da Fernanda Torres assumindo o preconceito no Roda Viva. Isso é horroroso.
A resposta pronta é dizer que ninguém morre ou perde emprego por ser evangélico.
1. Não é preciso morrer para ser vítima de preconceito.
2. No Brasil, há quem negue oportunidade até para determinados signos, acredite a pessoa nisso ou não. Quanto mais a determinadas religiões.
Na dúvida sobre se existe preconceito ou não, basta ler boa parte das respostas que essa thread recebeu.
Não estou dizendo que ele concorda comigo (a chance de discordar é enorme), mas Pedro Doria apontou algo interessante no curso dele: de uma maneira geral, a Igreja Católica não "ocupou" as periferias que se formaram no Brasil nas últimas décadas.
Isso naturalmente deixou todo um recorte mais humilde da população brasileira aos cuidados de lideranças religiosas mais controversas, que faziam leituras próprias dos textos bíblicos, que não respondiam a um comando central.
Lembro também que iniciei dois cursos superiores. No primeiro, o de jornalismo, em 5 anos de estudo, só conheci um evangélico, e justamente uma das figuras mais bacanas com a qual estudei...
No segundo, anos depois, já havia "cota social". Metade das vagas foi reservada a estudantes da rede pública. Dessas, quase todas foram conquistadas por estudantes evangélicos. E, novamente, falo de jovens humildes com os quais me dei muito bem.
Eu tanto tenho problemas com lideranças religiosas que abri essa thread citando duas delas como péssimos exemplos. O ponto para mim, e imagino que para Emicida também, está no caráter social dessa divisão.
Manter um discurso preconceituoso contra evangélicos é jogar no colo de políticos abjetos a representatividade de uma imensa camada da população mais pobre do país.
De uma maneira geral, eles nunca foram atendidos pelo Estado, eles foram ignorados pela Igreja, e o mundo só apresentou a eles como exemplo de sucesso o traficante e o pastor.
Eu não consigo recriminá-los por escolherem o pastor.
Mas, de alguma forma, nós da elite (e somos quase todos elite aqui, não duvide disso) precisamos aprender a dialogar com eles. Isso começa por ouvir, por mais que digam coisas desagradáveis.
Contudo, muitos aqui nem os enxergam.
Eu vou também discordar do argumento de que preconceito contra evangélico seria algo diferente e menor do que "cristofobia".
Quando Jair Bolsonaro fala em cristofobia, ele fala em preconceito contra evangélicos. Quando um evangélico ouve a palavra cristofobia, ele entende que se trata de preconceito contra evangélicos. Na urna, é esse o significado que a palavra terá. E que aqui uso.
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Eu posso te falar a verdade. Mas você não está preparado para a verdade.
Em 2010, ninguém queria parecer oposição a Lula. Em 2016, Dilma caiu por um processo de impeachment. Em outras palavras, não conseguiu manter ao lado dela nem um mísero terço do Congresso.
Noto que muitas narrativas petistas imperaram. Mas elas não retratam o que vi nesse intervalo de 6 anos. Porque os partidos de oposição só embarcaram no impeachment quando as ruas já estavam lotadas (e por isso foram vaiados). Dilma caiu por uma rebelião da própria base.
Um criminoso qualquer assassina uma criança. Você já parou para pensar em quão difícil é convencer um indivíduo de que não é certo juntar a vizinhança para linchar o assassino até a morte?
Para começo de conversa, talvez seja necessário que este indivíduo tenha ao menos 15 anos de estudo. Mais do que isso, ele precisa não só ter decorado respostas para a prova, mas prestado atenção às aulas de história...
...e se sensibilizado com a quantidade de injustiças que a humanidade cometeu nos últimos 10 mil anos. E tem que ter tido ótimos professores que conseguiram fazer com que os alunos se colocassem no lugar das vítimas de tamanhas injustiças.
Eu quero tenta restabelecer algumas verdades. Porque tenho visto muita gente inteligente e de boa fé se engajando numa "rage" sem sentido contra Átila Iamarino. E a distorção do que rolou serve de base a tanto ranço.
Então vamos lá (thread):
Essa é a live que mais usam para infernizá-lo. Foi ao ar na noite de 20 de março de 2020. E, pelo que ele explica nela, preparada ainda naquela noite, após um anúncio catastrófico feito por Luiz Henrique Mandetta.
É importante a gente entender o contexto. Naquele ponto, o Brasil somava 793 casos de covid-19. E 11 mortes.
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Não basta Sergio Moro ser honesto, é preciso parecer honesto
No 29 de julho de 2020, Dias Toffoli defendeu que o Congresso Nacional aprove uma lei estipulando que juízes e membros do Ministério Público cumpram com uma quarentena de 8 anos antes de disputarem cargos públicos. g1.globo.com/politica/notic…
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O “amor à primeira vista” entre Jair Bolsonaro e João Otávio de Noronha
Em abril, ao empossar André Mendonça como ministro da Justiça, Jair Bolsonaro cumprimentou o presidente do STJ de forma peculiar. Dirigindo-se a João Otávio de Noronha, o presidente confessou: “a primeira vez que o vi, foi um amor à primeira vista“. congressoemfoco.uol.com.br/justica/amor-a…
Dez dias após a declaração amorosa, Noronha suspendeu as decisões judiciais que obrigavam Bolsonaro a apresentar os exames com resultados negativos para covid-19. g1.globo.com/politica/notic…
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A conivência das redes com as milícias digitais de Jair Bolsonaro
Em 24 de julho, perfis de 16 bolsolavistas foram bloqueados no Twitter e Facebook. Para Alexandre de Moraes, a medida seria necessária para que tais canais não mais fossem utilizados “como instrumento de condutas criminosas apuradas nestes autos“. g1.globo.com/politica/notic…
Controversa como tudo o que deriva do inquérito aberto pelo próprio STF na apuração de notícias falsas, a iniciativa dividiu opiniões...