É impressionante. Basta eu crescer nas pesquisas que voltam a questionar o meu trabalho.
1/ Além do medo do meu crescimento e chances reais de ida pro segundo turno, existe um preconceito gigante contra as pessoas que, além de terem uma profissão, atuam em movimentos sociais.
2/ Sou professor desde os 23 anos. Sou formado em Filosofia pela USP, com especialização em Psicologia Clínica pelo Cogeae/PUC e Mestrado em Psiquiatria, também na USP.
3/ Comecei como professor de Filosofia na Escola Estadual Maria Auxiliadora, na região metropolitana de São Paulo. Depois dei aula na Faculdade de Mauá e na Escola de Educação Permanente, onde ministrei aula na especialização por 6 anos.
4/ Em 2019 dei aula em cursos de extensão da Escola de Sociologia e Política (ESP). Continuaria este ano não fosse a candidatura e a pandemia. Recebi como MEI por hora aula, como é o padrão da instituição.
5/ Complemento a minha renda dando palestras e escrevendo livros e artigos. Já publiquei 2 livros: “De que lado você está?” e “Por que ocupamos? Uma introdução à luta dos sem-teto”. Aliás, recomendo muito a leitura dos dois.
6/ Já palestrei em Harvard e na universidade de Columbia, nos EUA, além do Parlamento Europeu. Em 2019 recebi o título de professor honorário da Universidade Nacional de Lanus, na Argentina.
7/ Sou colunista da revista Carta Capital há mais de 4 anos e do Portal do Instituto IREE, para o qual também dou cursos. Fui ainda colunista da Folha de S.Paulo por 3 anos.
8/ É a partir do meu trabalho como professor e escritor que pago as minhas contas. Simples assim. Mas os ataques não deixam de ser um bom sinal, como me disse Erundina: ninguém chuta cachorro morto.
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Sobre o dia em que eu invadi a casa de uma família.
1/ Semana passada eu vi um tuíte da Karol, me chamando pra ir até o bairro dela. Ela queria muito que as pessoas me conhecessem. Disse que duvidava que eu fosse ver a mensagem e aparecer.
2/ Aquela coisa do desafio me pegou. Resolvi responder, perguntar qual bairro ela morava e falar, meio brincando, que eu ia aparecer. A Karol respondeu dizendo que mora no Capão Redondo, periferia da Zona Sul de SP, pertinho da minha casa.
1/ A luta dos sem-teto cura?
No meu mestrado, confirmei que sim. Segue o fio!
2/ Em 2014, iniciei meu mestrado no Instituto de Psiquiatria da USP com o professor Francisco Lotufo Neto. O título da dissertação foi Estudo sobre a variação de sintomas depressivos relacionada à participação coletiva em ocupações de sem-teto em São Paulo.
3/ "Antes de chegar aqui na ocupação, eu estava na cama." "A luta fez com que eu parasse de tomar remédio." Decidi fazer a pesquisa depois de 20 anos atuando com os sem-teto e ouvindo relatos como esses.
Hoje estive no ato em defesa do Hospital Sorocabana.
O Hospital Sorocabana, que fica na Lapa, zona Oeste de SP, está fechado desde 2010. A Prefeitura alega que por problemas de estrutura, mas a razão é sempre a mesma: a gestão privada abandonou o hospital!
O hospital inteiro fica fechado, e só o térreo e mezanino estavam em funcionamento com uma AMA até o início da pandemia. Depois, abriram 33 leitos de enfermaria para COVID, nenhum deles de UTI! É muito pouco!
Entrei com representação no Ministério Público pra impedir a privatização dos CEUs em SP. Educação não combina com privatização. Segue o fio pra entender porque.
1/ A prefeitura de SP quer fazer na educação o que já faz na saúde. E sabemos que não funciona. Ou seja, entregar os serviços que deveriam ser públicos pra organizações sociais, as famosas OSs.
2/ As OSs são entidades privadas que não deveriam ter fins lucrativos. Só que não é bem assim que muitas delas trabalham. Basta jogar "organização social" no Google pra ver a quantidade de escândalos e desvios de dinheiro.
A triste novela da duplicação da Estrada M'Boi Mirim. Segue o fio.
1/ Os moradores da Zona Sul de São Paulo vivem um verdadeiro drama. Há pelo menos 10 anos, eles exigem a duplicação da M'Boi Mirim, uma das avenidas com maior problema de trânsito na região.
2/ Mas nesse tempo todo o obra não chegou nem na metade. A estrada é uma importante ligação com a região central. Só no Jardim ngela, são 300 mil pessoas que dependem dela. Ao todo são 600 mil moradores na região.