Há 1 razão fundamental p/um presidente não fazer campanha p/outro, além do óbvio respeito à boa diplomacia: se a torcida der errado, colocam-se as relações bilaterais em risco.
Bolsonaro quis ser cabo eleitoral de Macri 🇦🇷, Bibi 🇮🇱 e Trump 🇺🇸. Ele não costuma dar muita sorte 👇
O + surpreendente é Bolsonaro dobrar a aposta, mesmo quando a estatística joga contra ele.
A implicância c/o governo "socialista" do país vizinho levou ao pior período das relações 🇧🇷🇦🇷 em 4 décadas.
O caso 🇺🇸 é ainda + estranho. Bolsonaro segue em campanha aberta por Trump 👇
Já seria suficientemente ruim se Bolsonaro tivesse se calado semanas atrás, quando disse que torcia por Trump.
Com a menção inédita e pouco elogiosa no debate à política ambiental brasileira, Biden deixou clara sua insatisfação com o Trump tropical.
Riscou uma linha no chão 👇
Biden não teria razão para falar de 🇧🇷 - um assunto menor nas preocupações dos EUA - se não quisesse deixar claro seu incômodo com a interferência de Bolsonaro nas eleições presidenciais.
Ainda assim, nosso galinho de briga estufou o peito e acusou o democrata de imperialismo 👇
Bolsonaro parecia embalado pelo entusiasmo pré-eleitoral de Trump. Até aí, uma aposta de alto risco, quando o melhor era o silêncio cauteloso.
Mas como dizem que há um oráculo no Planalto que acerta resultados eleitorais, talvez a lealdade fosse finalmente recompensada 👇
O negócio é que a maré virou. Biden provavelmente ganhará a eleição. O momento é de paciência e moderação.
Mas, nas últimas 24 horas, Bolsonaro e sua trupe, incluindo o filho que se acha inteligente, estão propagando todo tipo de teoria conspiratória sobre fraude eleitoral 👇
Estão fazendo uma bagunça: importando bobagens aventadas por apoiadores de Trump, requentando mitos sobre nossas urnas eletrônicas e acusando o tal globalismo de roubar as eleições 🇺🇸.
Deputados e influencers sabidamente iletrados viraram especialistas em colégio eleitoral 👇
Mas vejam o problema objetivo: se confirmada a vitória de Biden, teremos um governo cujos membros e apoiadores próximos
1) Questionam a legitimidade das eleições 🇺🇸 2) Questionam a legitimidade da vitória de um presidente 🇺🇸
Fica a pergunta: quando reconhecerão o resultado? 👇
Essa turma bolsonarista enche a boca para dizer que entende de estratégia, que joga xadrez 4D, que finalmente o Brasil tem política externa "sem ideologia", etc, etc.
Mas o que eles chamam de nacionalismo na verdade é burrice em estado bruto, com pitadas de wishful thinking 😎
Um evento gigantesco como as eleições 🇺🇸 é uma faca de 2 gumes para o jornalismo político:
Por um lado, reforça a importância da boa cobertura, valoriza correspondentes internacionais e especialistas no tema.
Por outro, expõe os limites da relação entre academia e imprensa 👇
Na universidade, temos professores excepcionais que se dedicam ao estudo da política e sociedade americanas (fiz uma lista bacana, pra quem quiser seguir).
Mas a cobertura maciça das eleições, p. ex, obriga a imprensa a procurar acadêmicos nem sempre especialistas no assunto 👇
Isso gera, claro, analises superficiais, repetitivas e até mesmo equivocadas.
Como professor de RI, sempre enfrentei esse dilema. Há demanda pra falar sobre qq coisa que aconteça no 🌎. Temos que ter responsabilidade para falarmos s/aquilo que conhecemos suficientemente bem 👇
Às vésperas da eleição norte-americana, possivelmente a mais decisiva da nossa geração, gostaria de (novamente) recomendar algumas arrobas que entendem MUITO do assunto e poderão ajudá-l@s a decifrar a loucura do sistema eleitoral e da política 🇺🇸 👇
Mais uma #UNGA , mais 1 discurso presidencial, mais 1 tonelada de matéria bruta para entendermos as narrativas políticas do governo.
Esse fio é pra comentar algumas (grandes) inconsistências do discurso de Bolsonaro, tão defensivo e quase tão agressivo quanto o do ano passado 🧵
"É uma honra abrir esta Assembleia c/os representantes de nações soberanas, num momento em que o mundo necessita da verdade p/superar seus desafios"
Era previsível que abrisse o discurso c/as 2 palavras + banalizadas desse governo: "soberania" e "verdade". Não significam nada.
"A covid-19 ganhou o centro de todas as atenções ao longo
deste ano e, em 1º lugar, quero lamentar cada morte ocorrida"
Finalmente ele lamentou "cada morte ocorrida" sem culpar governadores, imprensa ou o PT! Mas será que ele está falando das 971.879 no 🌎 ou das 137.445 do 🇧🇷?
Sou fã incondicional da música dos anos 80 - década em que o brega virou tendência, os sintetizadores ocuparam o lugar das guitarras e a bateria era de mentirinha.
Mas faço essa thread aleatória para falar de 1991, um marco absoluto da história do rock, em 10 pontos 📀🎸🎵:
1) Primeiro, o lado dramático: 1991 viu o último grande álbum de 1 gigante do rock clássico, Queen.
As maiores bandas dos anos 70 não sobreviveram à "década perdida".
Com Innuendo, Queen conseguiu 1 disco acima da média para a época.
E Freddie morreria em novembro daquele ano.
2) 1991 também foi o canto do cisne para o rock progressivo. Genesis, que passou por várias mutações depois da saída de Peter Gabriel, lança seu último disco c/Phil Collins.
Com sólida carreira solo entre o pop e o jazz, o baterista-vocalista tinha ficado maior que a banda.
Para quem acha que esse governo está realmente preocupado com o 🇱🇧, uma historinha:
Há exatamente 1 ano, a imprensa repercutiu decisão do presidente @jairbolsonaro de se retirar da Força da ONU no Líbano, a UNIFIL, cujo braço naval é comandado pela Marinha brasileira desde 2011.
A Marinha justificou a decisão por questões operacionais e orçamentárias. Temos que considerar que o Líbano e grande parte do O. Médio (exceto aliados dos EUA, 🇮🇱🇸🇦), deixaram de ser prioridade p/o Brasil. Assim, claro, como qualquer iniciativa da ONU.
Mas há outra versão, a de que a saída teria sido pedida diretamente a Bolsonaro pelo premiê de 🇮🇱, @netanyahu. Para agradar o aliado, o 🇧🇷 reconheceria o Hezbollah como grupo terrorista, mudaria a embaixada p/Jerusalém e abandonaria a UNIFIL até dez/2020.