Considero o número de internações o melhor parâmetro para acompanhar a evolução da pandemia em SP.
Hoje gostaria de compartilhar uma análise do segundo melhor parâmetro, a positividade de testes.
Acabei de fechar uma analise com o @jamus_marcelo que é que mais acompanha isso.
Introdução rápida, a positividade é quantos positivos de todos os testes realizados. Analisamos somente exames de RT-PCR que são os verdadeiros casos agudos.
Funciona assim, se tem muito positivo é porque estamos testando pouco e a COVID-19 esta progredindo.
O parâmetro é melhor que número de casos para acompanhar a evolução da pandemia.
Vejam a figura abaixo com positividade (cor) por número de casos. Em cada descontrole italiano a positividade sobe. Na noruega que tem bom controle casos aumentam menos e positividade também.
Como tivemos apagão e testamos pouco, a positividade nos parece o melhor marcador de progressão de casos.
Vejam como a correlação com o que publicamos sobre leitos é boa.
Só vale lembrar que estamos muito mal em todos, o ideal é <1%, o razoável <5%. Estamos acima de 20% em tudo.
1. Baixada santista. Foi o primeiro a piorar internações. A positividade, em vermelho, sobre desde setembro e sempre foi muito alta.
Em cinza total de testes, em vermelho a positividade.
2. O DASA é quem mais faz, publico e privado. Vejam que também aumentou de 18 para 25%, mas o aumento é mais recente, bem como a curva da grande SP para leitos.
Em cinza total de testes, em vermelho a positividade.
3. Lutz de Santo André mostra a mesma coisa.
Em cinza total de testes, em vermelho a positividade.
4. Sorocaba o aumento nos leitos é bem recente, o mesmo acontece com positividade.
5. Marilia tem estabilidade nas internações e estabilidade da positividade (em níveis altos).
6. Bauru também permanece estável em níveis altos de internação, porém aqui a positividade esboça alguma queda.
Outros lugares do interior tem queda da positividade, um exemplo é Rio Preto. Vale destacar que ainda em niveis muito altos.
O governo deveria sair do paradigma de % de ocupação de UTI que esta desconectado da pandemia na comunidade e usar novas internações, internações totais (absoluto) e positividade de testes.
Para quem ficou curioso, so temos acesso a este tipo de dados do banco de SP.
Masks are a public health strategy. The authors are trying to measure its effect from an individual perspective. This is intrinsically wrong. 1. Masks very likely protect more the others than the user. Somebody else’s mask protects me.
2. The study fails to consider that masks have compounding effects in the community. While a single person wearing it is likely to have no impact, if everyone wear the effect multiplies, particularly as transmission has an (semi) exponential progression.
A piora nas internações da grande SP preocupa.
Aguardar até 30/11 pode impor uma pressão grande demais no sistema.
Eu sei que os gestores vão dizer que a ocupação de UTI é de 50%, mas internamos 200 pessoas a mais do que quarta passada e 84% a mais que 14/10, também quarta.
O estado de SP tem aumentos que vão na mesma linha. Sim, o sistema tem vagas, mas a progressão pode ser rápida, as intervenções demoram mais de 2 semanas para fazer efeito e estamos medindo internação, que é algo tardio.
O risco aqui é bem assimétrico, daqueles em que comprar seguro e pecar por excesso pode ser um grande investimento.
Todavia, me parece que os gestores não pensam assim.
Espero estar errado.
Leitos ocupados na cidade de SP. Tivermos um aumento de 730 para 810 leitos ocupados de ontem para hoje se a atualização do boletim da prefeitura estiver correta. O boletim as vezes tem inconsistências e oscila, mas a tendencia de aumento vindo do dia 17/10 para ca persiste.
Nos privados a situação não é melhor. O aumento persiste de forma sustentada nos 7 hospitais que temos acesso a ocupação dos leitos. Chegamos a um mínimo proximo de 300 e voltamos agora para perto de 500 leitos ocupados.
Não acabou, muito pelo contrario. Se cuidem, mantenham o distanciamento, evitem aglomerações, usem mascaras, higienizem as maos. Se tiver qualquer sintoma fique isolado sem entrar em contato com ninguém.
Muitas pessoas tem perguntado sobre internações em SP. Desde a atualização de semana passada a tendencia de aumento persiste com a mesma progressão gradual, não acelerou nem desacelerou.
O estado esta com media móvel de 1071 novas internações, maior valor desde 13/12.
A progressao não é similar em todas as regionais. A baixada santista tem aumento sustentado desde setembro. Progressão gradual.
O padre se repete na grande SP, que com media móvel de 651 novas internações tem o maior numero desde 17/9.
Hoje fui procurado por muitas pessoas para comentar o aumento da ocupação de leitos. Achei que era um reflexo da reportagem da folha de hoje. Talvez não seja so isso, realmente estamos com sinais incômodos da progressão da pandemia, e não é so em SP.
Segue o que consegui.
A partir de 12/10 houve reversão de tendencia, parou de reduzir o numero de casos, internações e mortes e voltou a aumentar em vários locais.
Primeiro o que todos perguntaram, leitos privados em SP.
Clara revesao no meio de outubro. Banco limitado, mas sao 7 hospitais privados.
A ocupacao dos leitos municipais também mudou a tendencia, mas a queda mudou para estabilidade.