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NTH Room, o esquema de exploração sexual da Coreia do Sul, no Telegram:

⚠️ ATENÇÃO: O conteúdo a seguir retrata abusos sexuais, suicídio, chantagem emocional, exploração sexual e mutilação. Caso não se sinta confortável recomendamos que não prossiga com a leitura.

Nos últimos meses, um caso sul-coreano tem chamado a atenção e chocado o mundo todo. NTH Room, como é chamado, trata-se de um crime cibernético de natureza sexual.

A rede de exploração sexual virtual de mulheres fez 74 vítimas, as quais 16 eram menores de idade, a mais jovem entre elas com apenas 11 anos.

Um grupo de aproximadamente 260 mil homens, fazendo uso do aplicativo de troca de mensagens “Telegram” coagia mulheres e crianças a mandar vídeos de conteúdo sexual explícito, onde eram obrigadas a se humilhar e até se automutilar em frente às câmeras.

Cho Joo-bin, de 25 anos, foi identificado em março desse ano como sendo o criador e administrador desse esquema de exploração. Cho usava “Baksa” (em português, “doutor”) como apelido.

Ele entrava em contato com as futuras vítimas através do Twitter e se passava por policial, dizia a elas que suas informações pessoais não estavam seguras e as enviava um link para se protegerem de possíveis roubos de dados.

Ao acessar o link, as vítimas eram encaminhadas para uma página falsa de login e disponibilizava senhas e nomes de usuário, a partir disso, o criminoso poderia ter acesso ao seu endereço, fotos e número de celular.

Daí em diante, Cho passava a ameaçar e chantageá-las para que enviassem vídeos íntimos. O conteúdo enviado era, posteriormente, usado para mais chantagens. Algumas vítimas eram atraídas por ofertas de emprego, onde teriam que fornecer alguns dados pessoais para garantir sua vaga.

Outras tinham suas informações confidenciais cedidas pelos próprios companheiros. Várias salas com níveis diferentes foram criadas (sala 1, sala 2, sala 3, etc). Quanto mais alto o nível, mais caro era o conteúdo vendido e mais humilhante, abusivo e desumano para as vítimas.

De início, era exigido que adolescentes se mostrassem nuas. Esses vídeos eram os mais vendidos, e enviados para salas de níveis inferiores e usados para conseguir outros cada vez mais atrozes para serem postados nos níveis superiores.

Algumas das exigências mais cruéis envolviam cortar o mamilo, comer fezes, introduzir facas, tesouras e outros objetos cortantes na vagina e escrever no corpo a palavra “escrava” com uma faca.

Quando as vítimas se recusavam a realizar tais atos, tinham dados como endereço e local de trabalho ou de estudo divulgados aos homens, membros dessa rede.

“Baksa” encorajava-os a estuprá-las e gravar o ato para postar, "punindo" a vítima e tendo mais material para vender, já que vídeos de estupro violento custavam mais. Em outubro de 2017, Cho se voluntariou por alguns finais de semana para ajudar em um orfanato, em Incheon.

Segundo investigações do caso, o NTH room foi criado em 2018. Nesse mesmo ano, Cho se formou em comunicação e informação em uma faculdade, também em Incheon.

Após essa rede de exploração ser desmascarada, os tópicos mais pesquisados na Coréia do Sul em fóruns como o Mom Cafes e Dad Cafes foram: “como excluir conta no Telegram”, “o que fazer se minha filha foi abusada?” e “é crime ter sido integrante do NTH Room?”.

Segundo testemunhas, alguns homens sabiam de tudo o que acontecia nesses chats do Telegram, mas não denunciaram à polícia, ao contrário disso pediam que enviassem os links de acesso às salas onde eram vendidos todo o conteúdo pornográfico.

A polícia recebeu a informação de que os envolvidos ganhavam presentes no valor de 900.000 won dos membros das salas de bate-papo, ou 10.000 won por pessoa. Alguns inscritos apresentavam suas carteiras de identidade e pagavam entre 250 a 1.500 dólares para assistirem aos vídeos.

Apenas um homem chegou a denunciar o caso à polícia, mas ao perceber que os policiais não fariam nada a respeito, decidiu se unir ao esquema e logo passou a liderar uma das salas. A emissora SBS fez, em fevereiro, uma reportagem sobre esse esquema de chantagens.

Em resposta, recebeu um e-mail que dizia que se não parassem de dar informações ao público, uma das escravas da NTH Room morreria. Tem-se conhecimento que uma das vítimas de Cho e de sua organização cometeu suicídio.

No dia 19 de março de 2020 Cho Joo-Bin foi preso sob acusações de produção e distribuição de pornografia infantil, abuso sexual, coerção, fraude, distribuição ilegal de informações privadas, agressão sexual através de filmagens ilegais e chantagem.

Muitos fãs de famosos no meio do cinema e música da Coréia e região, temeram que seus ídolos estivessem envolvidos no chat. Visando que, o número de quem participou desse comércio sexual online é gigantesco.

👉 Conheça no Youtube o caso do massacre em Columbine, uma das piores tragédias escolares cometidas por dois adolescentes, que mesmo após 20 anos, incentivou também o massacre que aconteceu no ano passado, em Suzano (SP). Como aconteceu o crime? Link: