Oi, pessoal. Baixei os dados atualizados de internações hospitalares do RS e fiquei BASTANTE assustado. Juntei a análise da mobilidade (através dos dados do Google) com os hospitais e fica explícita a razão do aumento. Vejam só: 🧶 //1
Aqui temos Porto Alegre. Vejam a tendência das mobilidades e o aumento absurdo das internações em UTI. //2
Aqui a região de Caxias do Sul (segunda maior cidade do estado). Vejam o mesmo padrão de mobilidade e internações. //3
Novo Hamburgo... //4
Canoas... //5
Eu acho que não preciso dizer muito, né? Com esse aumento de mobilidade e esse aumento de internações, um aumento de óbitos vem logo ali na frente. A previsão de termos um aumento mais significativo bem nas semanas do Natal e Ano Novo continua. //6
Perder alguém nessa época do ano estraga a data, é triste demais. Fiz também para o estado de SP (últimos 50 e últimos 30 dias) e aconselho a todos a seguirem @MBittencourtMD que está avisando desse aumento desde o início de outubro. //7
Novamente peço: mesmo que vocês venham a se incomodar, falem com seus conhecidos, mostrem a situação, digam para evitarem quaisquer situações de aumento de mobilidade por motivos não essenciais. Eu estou fazendo isso, perdendo alguns amigos, mas continuo tentando... //fim
Uma explicação que eu não dei: a mobilidade é calculada em relação ao período pré pandemia: se está abaixo da linha central, significa mobilidade menor do que o pré pandemia), e se está acima da linha central, significa mobilidade maior do que o pré pandemia.
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Esse frio fora de época aqui no RS me preocupa mais ainda em relação à disseminação do vírus. Quando eu falo nessa correlação com a temperatura, quero deixar explícito que falo do comportamento das pessoas. Explico: //1
Se estiver 35 graus e uma turma de amigos resolverem se encontrar (é um exemplo aqui, mas no momento é IMPRÓPRIO fazer isso, ok?), eles provavelmente irão a um parque, ou na casa de um amigo com pátio, piscina, laje, ao ar livre, para não passar calor. //2
Se estiver 5 graus, e a mesma turma de amigos resolverem se encontrar (novamente: impróprio no momento em que estamos hoje) irão para um local quentinho, com aquecimento, provavelmente a casa de um deles..aí se um amigo disser: "vamos abrir a janela", vão aceitar aquele frio? //3
Fizemos um estudo com todos os testes PCR positivos para COVID-19 por faixa etária tanto em síndrome gripal quanto SRAG, e o aumento nos jovens preocupa: //1
Chegando perto do Natal, estes jovens podem ser o vetor que completa a transmissão do vírus para os mais vulneráveis, caso os encontros de família sejam feitos sem cuidados, sem Isolamento prévio, ar livre, pessoal comendo em locais fechados... //2
Oi, pessoal. Uma informação triste/preocupante, mas necessária: sabemos que temos atrasos entre o aumento de casos e o aumento de óbitos. Podemos tentar estimar esses atrasos para entender quando as mortes começarão a aumentar aqui no Brasil. //1
Relembrando o que já foi estimado pelo @zorinaq com sucesso e traduzido e aferido por mim aqui:
Temos três potenciais causas de atraso: 1. O atraso clínico (a demora natural da infecção até o óbito); 2. O atraso da notificação (tempo burocrático desse óbito aparecer nos números oficiais); 3. O atraso da doença chegar dos jovens (primeira leva) aos idosos; //3
Oi, pessoal. Quem é do RS (e quem não é também) viu esse mapa que saiu hoje, mostrando que o Estado inteiro está "vermelho", ou seja, com risco alto de transmissão e/ou esgotamento hospitalar. Vou contar umas coisas sobre esse risco: //1
Já tivemos regiões em bandeira vermelha no primeiro avanço forte da doença, em Julho/Agosto, e lá tínhamos muitos fechamentos, como shoppings, eventos e afins. Hoje, as regras mudaram. A principal delas é a chamada "cogestão", aonde os municípios podem mudar algumas coisas. //2
Oi, pessoal! Agora que vimos que até o Ministro da Saúde está reconhecendo o aumento de casos (60 dias depois) eu acho válido fazermos um "meta fio", com todos os alertas importantes que foram contando essa história. Vamos nessa? Sigam o fio: 🧶//1
Em 17/09 eu dei o primeiro alerta de que a população estava "trocando o modo de se portar" e que a Europa estava demonstrando um aumento justamente por causa desse tipo de comportamento:
Eu li artigos muito bons de profissionais muito boas (@apoorva_nyc e @EpiEllie) aonde elas dizem que encontros pequenos não são o "gatilho" de novas infecções, e tendo a concordar. //1
Tem apenas uma coisa que parece lógica demais pra mim: normalmente, quantos encontros pequenos simultâneos nós temos? O dia de ação de graças (nos EUA) e o Natal/Revéillon (lá e aqui) representam centenas de milhares(milhões) de pequenos encontros, todos ao mesmo tempo //2
Por isso, mesmo concordando com elas sobre os gatilhos não serem estes encontros, eu também tendo a concordar que ESTES encontros em especial, da maneira que estão organizados, são SIM de alto risco, e podem ser considerados gatilhos de surtos. //3