Oi, pessoal. Quem é do RS (e quem não é também) viu esse mapa que saiu hoje, mostrando que o Estado inteiro está "vermelho", ou seja, com risco alto de transmissão e/ou esgotamento hospitalar. Vou contar umas coisas sobre esse risco: //1
Já tivemos regiões em bandeira vermelha no primeiro avanço forte da doença, em Julho/Agosto, e lá tínhamos muitos fechamentos, como shoppings, eventos e afins. Hoje, as regras mudaram. A principal delas é a chamada "cogestão", aonde os municípios podem mudar algumas coisas. //2
Vejam aqui a regra de cogestão: estado.rs.gov.br/governador-ofi…

Nela mostra que as prefeituras de uma região, se obtiverem maioria (dois terços), podem adotar as regras de uma bandeira abaixo da vigente. //3
Em resumo: Se a bandeira estiver vermelha e dois terços dos prefeitos de uma região em cogestão quiserem, eles podem adotar regras de bandeira laranja. Vejam quais regiões estão em cogestão. São as com a "bolinha azul": //4
Ou seja, a grande maioria das regiões. Além disso, mesmo que a região opte por ficar em bandeira vermelha, existe o seguinte decreto que autoriza a continuidade das aulas mesmo em bandeira vermelha: estado.rs.gov.br/governo-passa-… //5
Sabemos que as escolas não são geradores de surto, quando estão em comunidades de baixa incidência, mas são vetores de surto quando postas em funcionamento em regiões com alta incidência. Vamos analisar como ficou o mapa novamente e ver as notas finais de cada região: //6
Para entendimento: de 1,50 a 2,49, a bandeira é vermelha. De 2,50 pra cima, a bandeira é preta. Bandeira preta seria situação em altíssimo risco. Estamos com regiões beirando a bandeira preta, como em Bagé, e mesmo assim teremos aulas normalmente. //7
Assim como alertamos, pela @analise_covid19, de que as medidas são muito mais baratas se tomadas no início, alertamos agora que flexibilizar aumenta a chance de destruirmos o Natal. Cuidado com flexibilizações neste momento crucial, a beira do exponencial. //8
Quis deixar esse alerta tanto para quem é do RS quanto para quem está em estados que tem protocolo por "bandeiras" ou cores: verifiquem o método utilizado, e vejam se agora está igual ou mais brando do que na primeira piora. Aqui está (bem) mais brando. //fim

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28 Nov
Oi, pessoal. Uma informação triste/preocupante, mas necessária: sabemos que temos atrasos entre o aumento de casos e o aumento de óbitos. Podemos tentar estimar esses atrasos para entender quando as mortes começarão a aumentar aqui no Brasil. //1
Relembrando o que já foi estimado pelo @zorinaq com sucesso e traduzido e aferido por mim aqui: //2
Temos três potenciais causas de atraso:
1. O atraso clínico (a demora natural da infecção até o óbito);
2. O atraso da notificação (tempo burocrático desse óbito aparecer nos números oficiais);
3. O atraso da doença chegar dos jovens (primeira leva) aos idosos; //3
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27 Nov
Oi, pessoal! Agora que vimos que até o Ministro da Saúde está reconhecendo o aumento de casos (60 dias depois) eu acho válido fazermos um "meta fio", com todos os alertas importantes que foram contando essa história. Vamos nessa? Sigam o fio: 🧶//1
Em 17/09 eu dei o primeiro alerta de que a população estava "trocando o modo de se portar" e que a Europa estava demonstrando um aumento justamente por causa desse tipo de comportamento: //2
Dia 21/09, então, fiz uma comparação similar entre o Brasil e a União Europeia, mostrando que aqui um novo surto seria mais descontrolado que lá: //3
Read 29 tweets
25 Nov
Eu li artigos muito bons de profissionais muito boas (@apoorva_nyc e @EpiEllie) aonde elas dizem que encontros pequenos não são o "gatilho" de novas infecções, e tendo a concordar. //1
Tem apenas uma coisa que parece lógica demais pra mim: normalmente, quantos encontros pequenos simultâneos nós temos? O dia de ação de graças (nos EUA) e o Natal/Revéillon (lá e aqui) representam centenas de milhares(milhões) de pequenos encontros, todos ao mesmo tempo //2
Por isso, mesmo concordando com elas sobre os gatilhos não serem estes encontros, eu também tendo a concordar que ESTES encontros em especial, da maneira que estão organizados, são SIM de alto risco, e podem ser considerados gatilhos de surtos. //3
Read 4 tweets
25 Nov
I've read very good articles from @apoorva_nyc and @EpiEllie about small gatherings not being the driver of new infections, and I agree with both. //1
There is only one thing that seems so logical to me: how many simultaneous small gatherings are there regularly?

Thanksgiving and Christmas represents hundreds of thousands (even millions) of small gatherings, all happening simultaneously. //2
That's why I, even agreeing that small gatherings aren't the major drivers, tend to agree that THESE small gatherings, in the way that they're presented, are, indeed, of very high risk of being a surge driver. //3
Read 4 tweets
24 Nov
Pessoal, hoje o @EduardoLeite_, Governador do RS, voltou a fazer uma live informando sobre a COVID-19. Assisti toda, e vi que a mensagem inicial que ele passou foi muito interessante, demonstrando o aumento considerável que estamos tendo aqui. Fiz alguns prints, sigam o fio:
A primeira coisa que o Governador fez foi mostrar o aumento em leitos clínicos e UTI. Isso indica que as pessoas já se infectaram, já pioraram e inclusive contaminaram vulneráveis o suficiente para termos aumento de confirmados COVID-19 em UTI. Percebam a reversão clara. //1
Aqui o Governador também relacionou o aumento de UTI aos óbitos, de forma muito acertada, mostrando que um trará aumento nos outros logo em seguida (ou. seja, mais um alerta de que a situação está séria). //2
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22 Nov
Oi, pessoal. Continuamos com aumento de casos com negação por parte de várias autoridades. Com as dicas do @marfcg eu vasculhei os dados para verificar os casos de SRAG e fiz alguns filtros para demonstrar a vocês como já conseguimos ver esse aumento. Sigam o fio:
Dentro dos sistemas do SUS, temos um banco de dados de todas as notificações de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave), incluindo COVID-19. Este banco pode ser acessado aqui: opendatasus.saude.gov.br/dataset/bd-sra…. //2
Vamos olhar hoje o estado de SC, que é um dos mais afetados pelo aumento de casos (mesmo com autoridades informando que "ainda não conseguem ver o aumento de casos").

A primeira coisa que temos de olhar é o número de SRAGs que chegaram ao sistema, e tiveram de ser testados: //3
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