Eu já falei algumas vezes aqui, em vários contextos, sobre o quanto medidas de prevenção são mais fáceis, mais rápidas e mais baratas de se tomar e mostrei que em praticamente nenhuma das vezes elas foram tomadas, mesmo com essas características. Sigam o fio: 🧶//1
Agora estamos vendo notícias pipocando por tudo sobre o cancelamento do Natal no Reino Unido devido a uma descoberta de uma "nova variante". Se não estivermos prestando atenção, esse cancelamento pode ser visto como prevenção, mas não é, nem de longe. //2
A reversão de tendência dos casos na Europa começou em julho. Isso mesmo, JULHO. Eu já alertei sobre isso aqui nesse fio:
Também escrevi esse texto para a @analise_covid19 mostrando detalhadamente como enxergar essa reversão de tendência através da taxa de crescimento e como ela apareceu em julho, sendo mais do que confirmada em agosto na Europa inteira: redeaanalisecovid.wordpress.com/2020/11/03/tax… //4
Quais ações foram tomadas lá em agosto/setembro? Nenhuma. Vimos discursos muito bons de alguns líderes europeus, mas em novembro, quando já havia crescimento exponencial. Pensem comigo: como a Europa estaria agora se ela tivesse impedido a reversão de tendência bem no começo? //5
Se tivessem tomado medidas de restrição no fim de agosto (isso com 40 dias de reversão, o suficiente para garantir que não estavam sendo precipitados) elas seriam muito menores, mais fáceis e mais baratas do que as que estão sendo tomadas agora. //6
Recomendou a abertura das fronteiras, com 30 dias de reversão de tendência. Ação totalmente oposta à realidade e que provavelmente colaborou para a situação atual. //7
Talvez até essa variante nem tivesse nascido, pensaram nisso? Agora estão tendo de fechar fronteiras, cancelar Natal, já afetou bolsa de valores, o escambau. Enquanto isso, como será o Natal na Nova Zelândia? nzherald.co.nz/nz/politics/co… //8
Sabem outra situação aonde a falta de ações preventivas criou uma distopia? A queda de energia do Amapá. Eu fiz esse fio sobre, e trouxe inúmeros exemplos de gestão de riscos e prevenções que, ao não serem tomadas, geraram situações catastróficas:
E eu estou falando da Europa, local aonde temos líderes muito mais conscientes do que EUA e Brasil. Agora me digam: O que esperar do Brasil em relação à medidas preventivas? Em um pais sem histórico de medidas preventivas? exame.com/tecnologia/com… //10
Para concluir: esse fio não é para que você, ao ler, se desespere. É para que entenda que, provavelmente, não teremos uma salvação em forma de medidas de prevenção. Por isso, a atitude tem de vir de cada um de nós. Ao cancelarmos um Natal arriscado, estamos prevenindo! //11
Se você precisa de motivos para repensar, leia esse fio que fiz (e espero MUITO estar errado):
Oi, pessoal. Eu percebi que tem muita gente bastante chateada, com razão, com o "não anúncio" do resultado dos testes clínicos da fase 3 (eficácia) da Coronavac hoje, e acredito que posso ajudar um pouco analisando com um olhar de gestão de riscos: 🧶 //1
Quando temos uma expectativa em jogo (normalmente é uma expectativa comercial/acionistas, mas neste caso é uma expectativa da população), quem vai anunciar informações que possam ir de encontro a essa expectativa acaba fazendo alguns "cálculos" de como isso afeta a reputação. //2
Se fizermos um determinado anúncio que seja inclusive suficiente para a ciência, mas que corra risco de danos ao capital político, podemos vir a adiar esse anúncio em etapas, reduzindo os danos ao capital político. Explico: //3
Oi, pessoal! Eu vi agora que chegaram muitos novos seguidores, quase 5.500 no total! Eu tinha em torno de 30 em março..! Quero agradecer DEMAIS a todos vocês pela confiança e também quero aproveitar para explicar o meu ritmo de postagens: //1
Eu não posto em ritmo super acelerado pois faço as análises com bastante calma para garantir que eu não tenha deixado nada de lado. Por isso é normal que eu fique sempre um período mais quieto entre cada fio. //2
Tenho em meu perfil vários fios postados com os alertas que estamos dando desde o início. Também respondo dúvidas via DM em todas as redes sociais, o que acaba levando um tempo (perdão a quem eu ainda não consegui responder) //3
Pessoal, todos que me acompanham sabem que meu papel nessa epidemia vem sendo fazer alertas a todos com base nos números, trazendo projeções, gráficos e afins. Esse fio é, além de um alerta, um pedido de ajuda. Vejam só: 🧶//1
Estamos em meio a uma onda desenfreada de aumento de casos no Brasil. Ontem (16/12/20) tivemos mais de 950 óbitos notificados sem os dados de SP, por instabilidade no sistema. Os estados do sul do país estão em colapso do sistema de saúde, vejam no próximo tweet //2
Eu resido em Caxias do Sul, a segunda maior cidade do RS. 510.000 habitantes e 176 leitos de UTI para mais 48 municípios além de si própria. Ontem, a prefeitura fez uma coletiva de imprensa, com os diretores dos hospitais, demonstrando o colapso: fb.watch/2riMi4ccQ_/ //3
Agora que começamos a ter os estudos das vacinas publicados (coisa boa!), estamos vendo bastante um gráfico em especial. Pensei em aproveitar os holofotes que estão nesse carinha chamado Kaplan-Meier pra mostrar alguns a vocês. Vamos lá? 🧶 //1
Estes aqui são os gráficos que estamos vendo bastante. São lindos, né? Eles vem de algo chamado "método de Kaplan-Meier", que basicamente serve para comparar a ocorrência de eventos em dois ou mais grupos ao longo de um determinado tempo. //2
Nesses gráficos específicos das vacinas da Pfizer e da Moderna, fica muito, mas muito explícita a diferença entre o que aconteceu no grupo que tomou o placebo comparado com quem tomou a vacina. Aquela linha que cresce muito é o placebo. A que fica pequenina é a vacina. //3
Conforme o projetado, os óbitos continuam a aumentar. 913 reportados hoje pelo @brasil_io!
Provavelmente a projeção que fiz de termos o aumento forte nas semanas do Natal e Ano Novo está rumando para se concretizar. Ainda torço para acontecer algo e eu errar. //1
Também aproveito e posto esse tweet da @smp_agata:
Vejam a foto que ela postou. É de Porto Alegre. //2
Pessoal, a vacina ainda vai demorar. E quando digo demorar, digo que a solução não está na vacina em si, mas sim na cobertura vacinal. Só com uma cobertura vacinal efetiva teremos redução verdadeira no contágio, e isso demorará ainda. //3
Quando o papo é vacinas e afins eu normalmente não posto muito pois minha área são os dados, mas percebo que o que está acontecendo nos últimos dias é um problema de "data storytelling", aonde estão contando uma coisa e fazendo outra. Sigam o fio: 🧶//1
A notícia "fresca" é a de que, "para evitar politicagem", o governo federal pretende requisitar(leia-se "confiscar") qualquer produção de vacinas para distribuir em todo o Brasil "igualmente". Discurso parece ótimo, não é? Vamos fazer uma linha do tempo: //2
- Uma pandemia é deflagrada;
- Fabricantes se lançam a fazer vacinas;
- Governo Federal se abstém,não entra em acordo algum;
- Povo cobra uma definição das vacinas;
- São Paulo resolve puxar a dianteira e mete a Coronavac num acordo com o Butantan; (anuncia em 11/06) //3