Uma bobagem que eu levo a sério é a escolha do primeiro filme que vejo em cada ano. Pra não arriscar começar o ano de cinéfilo mal, prefiro não arriscar e sempre revejo algo que eu ame. Se possível (quando lembro), tento também terminar com um título que dialogue com o primeiro.
Em 2019, por exemplo, comecei e terminei o ano com Satoshi Kon.
Já em 2020, eu pretendia rever Os Três Enterros de Melquiades Estrada no dia 31 para remeter ao título sensacional do primeiro filme do ano, Traga-me a Cabeça de Alfredo Garcia. Mas acabei sem tempo depois de passar o dia escrevendo sobre Soul e o texto de Números e Estrelas.
Em 2018 e 2017, não houve conexão alguma entre primeiro e último filmes do ano (além do fato de eu gostar muito de todos).
Mas o primeiro e o último filmes que vi em 2015 poderiam resumir com perfeição a trajetória emocional de 2020:
Bom, pra dar início aos trabalhos em 2021, escolhi o meu filme noir favorito: Fuga do Passado (Out of the Past, 1947), de Jacques Tourneur, é que traz Robert Mitchum, Jane Greer e um Kirk Douglas pré-fama.
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Para quem foi pré-adolescente e/ou adolescente na década de 80, Karatê Kid foi um fenômeno tão memorável quanto Indiana Jones, De Volta para o Futuro ou Rambo. Lembro que a antecipação pelo segundo filme era enorme - e acabei vendo no cinema várias vezes.
(Não vou comentar o terceiro filme e muito menos o quarto, mas tenho imenso carinho pelos dois primeiros até hoje.)
Justamente por ter tanto carinho pelos dois primeiros filmes que evitei ver Cobra Kai até hoje; eu temia que a série manchasse de alguma forma minha memória afetiva dos originais. (Isso mesmo tendo visto o vídeo "Sweep the Leg, Johnny" umas 500 vezes e amado.)
Vi agora a thread do "bean dad" que está tomando conta do twitter (pra quem não viu, um pai fez uma longa thread contando como se recusou a abrir uma lata para a filha para que ela aprendesse a usar o abridor. Ela tem 9 anos e ficou seis horas com fome até conseguir).
É claro que ele, embora tivesse achado que iria arrasar, está sendo massacrado. Sim, ele foi duplamente babaca: por deixar a filha ficar com fome tanto tempo só pra ensinar uma lição boba e por depois contar a história no Twitter como se fosse algo fantástico.
O Twitter, como sempre faz, está reagindo com uma falta de proporção absurda. Inclusive acusando o cara de "abuso infantil". Porque é pra isso que essa merda aqui serve: pra que possamos nos sentir superiores apontando como os outros são horríveis. (Estou fazendo isso agora.)
Eu gostei de Jogador No 1 (mais do filme do que do livro), mas a continuação, lançada há poucos meses, é ruim de doer. Todos os personagens são insuportáveis (incluindo o casal principal, Wade e Samantha), a narrativa é prolixa ao extremo e o desfecho é tolissimo.
O livro consiste basicamente de um monte de gente que decorou trivias da cultura pop e se orgulha de ficar recitando-as em detalhes uns para os outros. Sim, o primeiro também era assim, mas ao menos a história nos apresentava aos conceitos interessantes do OASIS.
Ler Jogador No 2 é ficar preso em uma sala com um bando de idiotas que confundem cultura com curiosidades e que se acham inteligentíssimos porque decoraram detalhes irrelevantes de livros, filmes e músicas. Não é à toa que jamais discutem os TEMAS das obras, só trivias.
Quem me acompanha há algum tempo sabe que considero a HFPA, que promove o Globo de Ouro, uma piada de mau gosto. Aliás, não é exclusividade minha: eles são vistos como picaretas também em Hollywood (dito isso, há alguns jornalistas dignos na associação, mas são minoria).
Pois bem: vi agora que a HFPA decidiu que "Minari" só pode concorrer como "Filme de Língua Estrangeira" no Globo de Ouro. Embora seja uma produção totalmente norte-americana. (A maior parte do longa é em coreano.)
Curiosamente, isso não se aplicou a Babel e Bastardos Inglõrios.
Década foi o melhor presidente que esse país já teve, sem dúvida alguma. Não foi à toa que Década chegou ao fim do mandato com mais de 80% de aprovação, embora a mídia corporativa tenha se esforçado muito, nos anos seguintes, para tentar reescrever a História. Sou fã de Década.
A estratégia da mídia corporativa pra demonizar a esquerda é exatamente essa: usar a linguagem para associar elementos negativos aos progressistas e esconder qualquer pecado dos conservadores. Por isso havia o "mensalão petista", mas o ORIGINAL, dos tucanos, era "MINEIRO".
Lembro também de uma chamada no UOL que dizia que "médico do filho de Lula é preso por (blábláblá)". Depois de anos e anos vendo chamadas negativas deste tipo, é quase impossível impedir que uma conotação sombria ancore na percepção de muitos, mesmo construída artificialmente.
Você não entende a "pressa" por uma vacina, @jairbolsonaro, seu miliciano desgraçado? Quase 190 mil mortos, mais de 7 milhões de infectados, UTIs com taxa de ocupação similares ao do meio do ano, pacientes em Manaus colocados ao lado de cadáveres (de novo!) e transmissão subindo!
Você não "entende a pressa" por uma vacina porque você é um sociopata, @jairbolsonaro, seu miliciano de merda. O que te interessa é usar o Estado pra proteger seu filho dos vários crimes do qual é acusado e continuar fazendo o que faz há 30 anos: viver às custas do povo.
Que você ainda esteja ocupando o cargo depois de levar o Brasil a ser o segundo país com maior número de mortes no mundo, provavelmente o único a ficar sem MINISTRO DA SAÚDE (!!!) no meio de uma pandemia - depois de demitir outros dois por não venderem cloroquina - é vergonhoso.