A @ICS_updates acaba de publicar um guia muito útil sobre como devem ser reportados os “leitos de UTI”.
Aprimorar a forma de transmitir um dado é uma das peças da engrenagem que precisamos para diminuir o dano da pandemia.
Segue um resumo👉
+ ics.ac.uk/ICS/News_State…
Um leito sem equipe é como ter a carroceria de um carro (o leito) com motor (os monitores e equipamentos), abastecida e pronta para andar, mas sem motorista (a equipe treinada em UTI).
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Definições-chave para que os dados sejam apresentados com precisão:
👉Capacidade basal de UTI = N de leitos de UTI totalmente equipados (e financiados, isto é, recursos para medicações e adequado funcionamento dos equipamentos) em um hospital.
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👉Ocupação basal = quantidade de leitos ocupados.
👉Capacidade de leitos ampliada = capacidade basal de leitos mais qualquer outros leitos adicionais criados, p ex, quando há uma expansão devido a uma situação de emergência, como a atual pandemia.
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👉Ocupação ampliada = N de leitos ocupados considerando capacidade basal + ocupação adicional
👉👉👉% de ocupação de leitos em relação ao basal é o número total (basal e adicional) de leitos ocupados em relação à capacidade basal.
Veja o exemplo a seguir para entender bem.
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Exemplo: Hospital X possui uma UTI c/ 20 leitos. A UTI está totalmente equipada p/ esses leitos. Isso significa q a capacidade basal da UTI é de 20 leitos. A UTI está lotada - todos os 20 leitos ocupados. Isso significa que a ocupação inicial do leito na UTI é de 100% (20/20).+
Há um número crescente de pacientes críticos c/ COVID admitidos no hospital X. O hospital decide criar 20 leitos extras de UTI em outra parte do hospital. Isso significa q a capacidade de leito ampliada de UTI é de 40 leitos (20+20).
Não há equipe adicional treinada na UTI.
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Mais pacientes com COVID são admitidos e 10 dos 20 leitos extras de UTI são ocupados. Os 20 leitos da capacidade basal seguem ocupados. A ocupação ampliada é agora de 30 pacientes (20+10).
O % de ocupação de leitos na UTI em relação ao basal é 150% (30/20).
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Dados que reportam apenas % de ocupação de leitos na UTI sem a relação com capacidade de base não são úteis. No exemplo, o hospital X poderia ter relatado uma "ocupação de leitos de 75%" (30 leitos ocupados de um total de 40 leitos com capacidade ampliada).
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As consequências do uso de leitos emergênciais de UTI incluem:
▪️ Redução da relação n de pessoal treinado em UTI por paciente
▪️ Redirecionamento de quadro pessoal de outras áreas
▪️ Uso de áreas dentro do hospital destinadas a outros cuidados especializados.
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▪️ Capacidade reduzida de manter todas as cirurgias planejadas e urgentes devido à necessidade de usar a equipe e o espaço
▪️ Risco significativo de fadiga e esgotamento do pessoal devido ao ⬆️de trabalho + divisão do tempo de cuidados c/ pessoas em condições graves
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Comentário final meu: Não são somente médicos, são enfermeiras, técnicos, fisioterapeutas, nutricionistas, prof. de higiene, administrativo, eq controle de infecção.
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Artigo de revisão narrativa:
-Formato q permite composição do texto c/ variável carga de opinião pessoal.
Texto justamente de revisão, não traz conteúdo de pesquisa original. Um artigo de revisão narrativa não traz informações novas q comprovem ou refutem uma hipótese. 1/
- Os autores reconhecem a necessidade de ensaios clínicos (Abstract).
- Os autores reconhecem que apenas estão propondo um algoritmo de tratamento (Summary). Proposta é legítima mas não é evidência. 2/
— Suposto mecanismo de ação de drogas sobre alegado racional fisiopatológico (suposto e alegado pq não são conhecimentos consolidados ainda) não são evidências em medicina. Servem p/ gerar hipóteses, como as apresentadas pelos autores. 3/
Diagnóstico de COVID: como ampliar testagem e aliviar os sobrecarregados LACENs?
Testes rápidos p/ detecção de ANTÍGENOS me parece uma saída. Simplesmente substitui PCR? Não, pois não tem a mesma sensibilidade, ou seja, um negativo não descartaria covid. Porém, 1/5
Poderiam ser aplicados em pacientes SINTOMÁTICOS, preferencialmente, os mais graves (onde se espera carga viral maior e consequentemente, mais antígeno). É nestes pctes que estes testes apresentam melhor desempenho.
Na prática, como seria? 2/5 cdc.gov/mmwr/volumes/6…
Paciente sintomático👉teste de antígeno👉15min depois: resultado. Resultado➕: encerra a investigação. Vantagem: 1 exame de PCR poupado, já sai do atendimento c diagnostico, vai se isolar e informar familiares. Consegue receber as orientações médicas na hora. 3/5
PARTE 3. Quanto mais evidências de diferenças não esperadas por mero acaso forem sendo encontradas, mas consistência de que aquele efeito é encontrado por aquela causa. +
Mas então é preciso ficar testando indefinidamente para cada vez mais diminuirmos esta probabilidade de ter sido ao acaso o efeito observado? Certamente, não. Aí entrem outros conceitos de probabilidades esperadas a partir do que já se sabe de outros estudos, que vão +
determinar se são necessários novos estudos para comprovar aquelas conclusões ou não. +
PARTE 2. Como são mais fáceis e rápidos de serem realizados, os estudos observacionais muitas vezes frente a uma situação inédita ou inesperada são a primeira base do nosso conhecimento sobre o novo ocorrido e a partir dos seus resultados direcionamos as nossas ações. +
Além disso que foi explicado, um estudo científico precisa ser minuciosamente descrito em todos os seus aspectos. Muitas vezes como ocorreu agora na pandemia, muitos estudos observacionais careciam de descrições às vezes muito básica, +
como por exemplo, quando a intervenção foi administrada de forma que fica impossível sequer averiguar se a administração da intervenção guarda alguma relação temporal com o evento (desfecho) que estava sendo medido. +
Neste que se inicia continuaremos escutando bastante que algo “está provado”. Mas o que é estar "provado"? O que é, afinal, uma “prova” em ciência?
Aviso, dividirei em mais de um🧵E fios longos, mas espero que sejam úteis! (PARTE 1) +
Certamente, esta é uma discussão que poderia ser bem mais formal e ir bem mais para trás no tempo, para 369 A.C., nos primórdios da epistemologia, quando, conforme nos legou Platão, Sócrates questiona Teeteto, “O que é o conhecimento?” +
Poderíamos também derivar uma ampla reflexão sobre a própria natureza da realidade, a partir das inquietudes trazidas por gigantes da humanidade, os grandes físicos teóricos do início do século XX, Planck, Einstein, Bohr e Schrödinger, apenas para citar uns poucos. +
Alguns comentários sobre o DC do RS: objetivo do modelo é evitar que os hospitais esgotem sua capacidade de receber doentes. Isso é insuficiente para evitar mortes e por isso observamos a progressão da óbitos no RS nos últimos meses. Uma intro, depois vamos aos exemplos. 1/
1o. ponto que precisa ficar claro e é A premissa falha do modelo: O leito livre não é garantia de sobrevivência. Hospitais sem sobrecarga, maior chance de sobrevivência à covid, conforme bem demonstrado em um estudo americano em 955 hospitais. 2/
Não sou matemático nem estatístico, mas alguns itens são bastante intuitivos ao analisar o que está na metodologia do modelo. Vejamos: 50% da pontuação do modelo depende da capacidade hospitalar, e metade desta vem da variação em relação à semana anterior. 3/