Eles tem o mito fundador, o famoso contrato social que ninguém viu ou assinou.
Tem os decretos de fé, como afirmar que saúde e educação não são mercadorias.
Tem os falsos curandeiros, que alegam milagres, prometendo que dessa vez vão fazer congelamento de preços funcionar.
Tem os contos, todas as histórias onde tinha um problema e o estado resolveu, e é pra você acreditar sem questionar mesmo que não façam sentido.
Tem uma forma de pecado original, que é a ideia de que você é um ser burro, canalha e incapaz, que precisa ser minuciosamente regulado e controlado para o seu próprio bem.
Sua existência é uma sujeira. O estado é a salvação.
Tem os pecados capitais, como a avareza de querer ficar com o que você produziu, ou o egoísmo solipsista de querer ter o direito de não concordar com o estado.
Esses são o caminho do fim da sociedade. Os evite a todo custo.
Tem uma forma de confissão, onde você produz provas contra você mesmo pro imposto de renda pro ser onipresente que é o estado. Ele sabe quanto você deve, mas você precisa se confessar de qualquer forma porque vai que você erra.
A pureza existe na confissão, não no pagamento.
Tem a crença na transmutação mística, que é quando uma pessoa normal, que é canalha, burra e incapaz vira um político, aí sim ele vira uma pessoa boa com o direito de impor sua visão na frente dos outros.
O luz do estado ilumina o ser dele, abençoando com a sabedoria.
Tem o alto clero, que intercede em nome dos comuns perante o divino. O STF, os políticos, todos os carguinhos que não podem ser desacatados.
Por seu sacrifício, merecem a eterna cornucópia de lagostas, champanhes e penduricalhos.
Tem os tabus.
Não pode ter vacina na iniciativa privada. É sujo, é torpe.
Não pode ter educação domiciliar. É o caminho do pecado.
Não pode ter juros de mercado. A moeda é infértil.
Isso tudo porque o estado precisa que você acredite que ele é bom, necessário e justo, e que você é burro e maligno.
Isso abaixa o custo de controlar a população, cobrar impostos e preservar o poder do estado.
É mais fácil quando você pede pra ser mandado.
Me preocupo que algumas pessoas religiosas podem se ofender um pouco com a analogia, mas não é essa a minha intenção.
Creio que colocando nesses termos, a gente consegue ver melhor os absurdos que o estado nos submete, e que ele tenta fazerem parecer razoáveis.
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Parte do credo da santa igreja do estado é a ideia de que cabe ao indivíduo, a empresa e ao empreendedor ter lucro (mas não muito) e pagar imposto, e cabe ao estado fazer o bem.
Como se essas coisas fossem incompatíveis. Como se a virtude fosse apenas do estado.
Só que todo mundo que vende um serviço ou produto está fazendo algo de bom. É a definição. Se o cliente não concordasse, não compraria em primeiro lugar.
Mas somos ensinados a achar que como o vendedor ganhou $ nisso, então tem algo errado, explorado, sujo, feio.
Ou talvez seja um valor moral doido na cabeça das pessoas de que pra você ter feito algo bom, tem que ter ganhado nada. Ou tem que ter sofrido. Se você fez algo bom e ganhou com isso, tá errado. Tem que ter sangue, lágrimas, sacrifício.
Se você acha que seu dinheiro podia ser mais útil em outro lugar, seja um empreendimento com pegada social ou uma doação mesmo, então faça. Você não precisa de um político no meio disso.
Isso aqui é uma internalização patológica de estatismo.
Quem tem melhor potencial e capacidade de gerir bem um recurso e empregar ele de uma forma que mude a vida das pessoas?
Quem ganhou esse dinheiro honestamente trabalhando e investindo, ou um bando de político?
Um analista do ministério deu nota técnica falando o óbvio: Fazer o VLT era uma ideia maluca e impossível de dar certo.
O relatório não agradou e foi trocado por outro, com data fraudada, para "ficar em sintonia com a decisão do governo".
9 anos depois, multa de 2400 reais.
Imagine você fraudar documentos oficiais federais, ajudar num esquema de corrupção que gerou uma obra de 1 bilhão de reais que hoje é completamente inútil, e 9 anos depois ter que pagar 2400 reais por esse pequeno erro que quase nem deu nada.
Negros no Brasil tem menos acesso a educação de qualidade, além de outros fatores que influenciam no desenvolvimento cognitivo de uma criança e adolescente, e no desenvolvimento profissional.
Falta água encanada e saneamento. Falta segurança nos bairros. Tudo isso pesa.
Se o salário que ele consegue, especialmente quando jovem e entrando no mercado de trabalho, é inferior ao salário mínimo mais todos os encargos trabalhistas associados, então a lei faz com que não valha a pena contratá-lo.
Isso não é por acidente. A origem do salário mínimo é EXATAMENTE para excluir negros nos EUA, como parte da onda eugenista e racista do fim do século 19 e começo do 20.