Começou agora a segunda coletiva do Butantan, após a primeira que mencionou valores de eficácia!
Vamos acompanhar? Vou ir publicando algumas impressões nesse fio!
Link:
(por enquanto sem dados apresentados)
Estudos que irão ocorrer:
- 500 voluntárias com gestantes
- crianças e adolescentes de 3-17 anos
- Projeto S: avaliação da eficiência da vacina (papel da vacina sobre a pandemia* )
*nota: não sei se entendi completamente essa proposta
Vamos ver se vai se confirmar. Lembrando que mesmo uma eficácia assim vai nos ajudar E MUITO.
Teve dúvida sobre meu tuíte acima? A @TaschnerNatalia e o Maurício Nogueira fizeram um vídeo PERFEITO explicando, de forma super didática, por que vacinas com uma eficácia mais baixa tambem são uma boa ferramenta!
Uma questão importante: Ainda que se confirme os 50,4%, isso não invalida os valores apresentados anteriormente. A eficácia a ser apresentada hoje é a geral, do desfecho primário (ou a 1ª coisa que queremos ver: se protege as pessoas de desenvolver COVID-19).
Os dados apresentados na coletiva passada referem-se aos desfechos secundários, ou seja, os que investigam contextos mais específicos (casos leves, ambulatoriais, moderados, graves e hospitalizações, no caso da CoronaVac). E nesses contextos, se viu os valores 78% e 100%
Estamos montando um quebra-cabeças aqui, entendam isso. Adicionando mais informações, não invalidando as anteriores/previamente disponibilizadas. É essa a transparência que estamos pedindo com avidez. Que todos os dados relevantes pra entender o contexto sejam apresentados
Segundo Ricardo Palácios, a eficácia mais baixa foi em virtude para a obtenção de casos mais rapidamente, para ter uma resposta mais rápida.
A ideia é "afundar" a pirâmide. Evitar ao máximo casos moderados a graves que possam levar a hospitalização para um cenário em que tenhamos casos assintomáticos, muito leves a leves - o que é interessante, pois sabemos que os agravamentos podem, em parte, levar ao óbito
Perfil de segurança positivo, sem registro de evento adverso mais sério associado a vacina, segundo Alex Precioso. Frequência de ocorrência de reações alergicas muito baixa (0,3% dos participantes), semelhante entre quem recebeu a vacina e quem recebeu o placebo.
Vamos aos eventos dos desfechos secundários. Na minha opinião, o número de eventos para graves e moderados é bem baixo e ainda precisa ser melhor estudado/ampliado. É um indicativo? Claro, muito bom por sinal. E sabemos que esses casos são menores mesmo.
E veio o dado da eficácia: 50,38% (~50,4%)
Resumo das eficácias observadas: a geral em torno de 50,4%, com os desfechos secundários entre 78% e 100% dependendo do caso.
Colocando aqui porque achei bem legal a imagem de desenvolvimento
Aqui Esper Kallas apresenta a eficácia em outros estudos e comenta alguns pontos relevantes sobre uma eficácia mais baixa poder ter uma ação contra a doença grave. Mas quando se refere a 50,4% é para casos gerais, considerando todos os cenários. Apenas o adendo
Renato Kfouri fala algo relevante: precisamos MUITO da adesão da sociedade às campanhas de vacinação. Estamos diante de uma vacina que vai nos ajudar muito, precisamos nos ater a isso. Houve problemas na comunicação? Sim. Mas fato é: a vacina apresentada vai nos ajudar.
Precisamos sobretudo que as pessoas entendam que o valor da eficácia, aliada a uma boa estratégia de vacinação + adesão das pessoas é capaz de mudar o rumo da pandemia aqui no país. Especialmente tendo um potencial de evitar casos de maior agravamento.
Rosana Richtmann fala um ponto relevante: o impacto em reduzir esses casos que poderiam agravar na questão da sobrecarga do sistema de saúde e dos próprios profissionais de saúde. Essa vacina vai nos ajudar nessa questão.
"Ter vacina sem vacinação não tem sentido"
Vocês lembram daquela célebre frase do Batman O Cavaleiro das Trevas? "é o herói que precisamos".
Precisamos da CoronaVac. Precisamos dela, e de outras vacinas.
Só uma vacina não vai resolver, mas uma vacina com ampla distribuição vai nos ajudar MUITO e salvar muitas vidas. Uma vacina capaz de evitar agravamentos vai salvar vidas e ajudar o sistema de saúde, bem como nossa sociedade
"O ensaio teve seus sucessos e suas falhas, e precisa ser comunicado abertamente para a população" - @TaschnerNatalia falando tudo. É uma vacina boa, que foi testada da forma adequada e do padrão de maior rigor de testes clínicos, num estudo com protocolo pré-publicado
"O estudo trouxe os resultados que se propôs a fazer. São bons resultados, resultados honestos de uma vacina que é perfeitamente aceitável. É uma vacina adequada e possível para o Brasil, e compatível com nossa capacidade de produçaõ, armazenamento e distribuição"
"Uma vacina só é tão boa quanto sua capacidade de vacinação, quanto a sua cobertura vacinal. Por que o dado de eficácia é importante? Porque ele vai nortear a meta de vacinação!"
"Uma vacina de ~50% de eficácia, o mais urgente agora é uma CAMPANHA robusta pra informar a segurança e eficácia dessa vacina, e sua eficácia no mundo real vai depender de quantas pessoas vão se vacinar. Nosso maior objetivo é a campanha de vacinação agora"
"Temos uma vacina com um potencial capaz de prevenir doença grave e morte. Queremos uma vacina que nos permita sair dessa situação pandêmica. E isso a CoronaVac tem o potencial de fazer. Vai nos permitir começar esse processo de controle da pandemia"
"Temos uma vacina cujo risco pessoal é quase 0, os riscos são irrisórios. Mas temos um benefício que não é só para o indivíduo, e sim de saúde pública, em reduzir o risco de doença em cerca de 50%."
"Também tem o potencial de reduzir um % provavelmente maior de doença grave e, consequentemente, morte. Enquanto sociedade, não há motivos para não usar esta vacina."
Não precisamos dizer que é a melhor vacina do mundo, mas sim, que é a nossa vacina, que é boa, que é possível no Brasil e vai nos iniciar no processo de sair da pandemia"
"Vacinas não vão por fim a pandemia instantaneamente. Mas vai marcar o começo do fim. Junto das medidas de enfrentamento, vamos ir delineando este caminho".
Eu só queria celebrar a @TaschnerNatalia com essa fala tão serena, genuina, transparente e de uma verdadeira cientista e cidadã, em prol da saúde da sociedade.
Perguntas da coletiva:
- Discussão sobre postergar a dose não se sustenta. Devemos seguir o regime estudado até o momento, segundo Dimas Covas. Para adaptações, precisamos demonstrar em estudos clínicos
- Taxa de anticorpos e outros dados de imunogenicidade estão sendo preparados para publicação internacional.
- Imunogenicidade (produção de anticorpos neutralizantes) = 94% na 1ª dose e 97-98% na 2º dose
Perguntas da coletiva:
- Discussão sobre postergar a dose não se sustenta. Devemos seguir o regime estudado até o momento, segundo Dimas Covas. Para adaptações, precisamos demonstrar em estudos clínicos
- Taxa de anticorpos e outros dados de imunogenicidade estão sendo preparados para publicação internacional.
- Imunogenicidade (produção de anticorpos neutralizantes) = 94% na 1ª dose e 97-98% na 2º dose
#AnaliseEm1Tweet é uma boa vacina, como a Natália disse, é a nossa vacina. Vai nos ajudar, vai salvar vidas e, junto de outras vacinas + campanhas de vacinação + medidas de enfrentamento + adesão da sociedade, iniciaremos nossa saída da pandemia.
Palavras como "mutações", "variantes" assustam ,não é? Especialmente quando as mídias internacionais volta os olhos para o Brasil, para noticiar dados sobre esse tema.
Nesse fio, vou falar um pouco sobre a variante em Manaus, e também sobre algumas outras. Vamos?
Cronologicamente, o governo do Japão anunciou, no dia 10/01, que detectou em seu território uma nova variante do coronavírus, em quatro viajantes que vieram do Brasil para o Japão
Eu ia postar o fio das variantes, porém, passei este aqui na frente porque SAIU os resultados interinos da fase 1/2 da vacina candidata da Johnson&Johnson (Ad26.COV2.S Covid-19) e quero muito comentar com vocês!
Mais uma da série: e os dados? Muito curiosa para vê-los, que já tem aprovação emergencial em alguns locais, como a Argentina e a Bolívia. Até o momento, sabemos pouco
Atualmente, a agência analisa os pedidos do Instituto Butantan e da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) para liberação da CoronaVac e do imunizante AstraZeneca/Oxford, com previsão de resposta no domingo (17)
O acordo fechado com a empresa brasileira prevê a entrega de 10 milhões de doses da vacina russa contra a covid-19 no primeiro trimestre deste ano, com início em janeiro
- 50,4% é uma boa eficácia, vai impactar na transmissão do vírus por estarmos protegendo uma parcela significante da população que se vacinar
Acompanhe o fio ;)
- Temos que olhar os dados adicionais: 78% de risco menor em casos leves/ambulat. em quem se vacinou comparado a quem não se vacinou é ótimo
- Se olharmos para casos moderados/graves/hospitalizações, essa redução de risco pode ser ainda maior.
- Hoje temos uma tendência para o tópico anterior, que precisa ser melhor estudada, mas sem dúvida é um bom indicativo
- Já esperávamos que a vacina teria uma eficácia menor. Estamos usando o vírus inteiro, montando respostas pra várias partes do vírus, não só pra prot. S, p.ex.