Nos anos 1990, na UnB, eu tinha um colega bem mais velho, ex-menino de rua, já casado, um filho, que, com suas perguntas difíceis e irônicas, vivia colocando os professores em situações embaraçosas. Ele me contava que, sempre que fazia um exame, chamava o médico de "curandeiro".
A princípio os médicos se sentiam desconfortáveis, mas ele o fazia de forma tão amena e bem humorada, que, no final, acabava ouvindo a mesma pergunta:
– O senhor também é médico?
– Não, estudo filosofia.
"Pois é", me dizia, "lá entre eles, sabem que são apenas curandeiros".
A propósito: parece estranho um funcionário do IBAMA, estudante de filosofia da UnB, já casado, ter sido um menino de rua. Mas era verdade: em Curitiba, no inverno, ele procurava carros destrancados para dormir dentro deles, no quentinho. O dono de um desses carros o adotou.
Com Biden cada dia mais próximo do trono americano, chegou o momento de fazer como Churchill, isto é, continuar a ler o mais famoso livro do Edward Gibbon...
Aliás, é esquisito pensar que, por causa da doença que tinha no saco, Gibbon não se sentiu seguro para corresponder à paixão de Suzanne Curchod, que, por isso, acabou casando-se com Jacques Necker, dando à luz a Madame de Staël.
Ou seja, Benjamin Constant só conseguiu essa talentosa amante por causa do saco detonado do Gibbon.
Ontem, eu estava assistindo ao vídeo em que a Brandy Vaughan (ex-funcionária da Merck) –encontrada morta após denunciar anos a fio a indústria farmacêutica e suas vacinas inseguras– fala sobre a intimidação que sofria, qdo me deparei com este comentário:
Fui logo pesquisar a respeito, pois acompanho Kary Mullis (é assim que se escreve) há vários anos. (Logo explicarei o porquê.) Bioquímico, Prêmio Nobel de 1993, Mullis criou o PCR (reação em cadeia da polimerase), com o qual se pode replicar seguimentos de DNA...
...o que torna mais fácil seu estudo e manipulação. Isto revolucionou as pesquisas do DNA. O comentarista do vídeo acima diz que Mullis era contra o uso do PCR em testes para detectar a doença. Chequei e encontrei isto: uk.reuters.com/article/uk-fac…
No podcast que gravei com @opropriolavo em 2006, ele diz claramente: a pobreza não gera revoluções, pois estas custam dinheiro. Quando uma classe ascende economicamente, passa a desejar poder político também. Todas as revoluções ocorreram assim, mesmo na Rússia. [1/5]
Em 1966, 51% da população mundial vivia na pobreza extrema, recebendo menos de US$1,90 por dia. Atualmente, menos de 10% da população mundial vive assim, o que significa que o mundo, como um todo, enriqueceu. Tanto que a esquerda não fala de pobreza, mas de desigualdade. [2/5]
E por quê? Porque de fato os ricos estão muito mais ricos. Mas é como dizia a Thatcher: "Os socialistas não querem que os pobres possam sobreviver; eles querem apenas reduzir a riqueza dos ricos, como se ela não fosse responsável pela melhoria de vida dos mais pobres". [3/5]
Deve ser confortável "não se interessar por política" e, sem querer querendo, aderir a todos os valores, ideais e atitudes da grande mídia, das universidades, de Hollywood, dos artistas pop, etc., toda essa gente que, nos anos 1960, foi contra-cultura e hoje é mainstream.
O que motivou boa parte da contra-cultura do século passado, ao menos da parte daqueles que não eram mal-intencionados, foi o comodismo sem vigor, de grande parte da sociedade, a uma "tradição" esvaziada de seus princípios e ideais, uma "tradição" que não era senão a...
...carapaça vazia da Cultura que conformou o Ocidente. Aqueles que viviam simplesmente na inércia da época não souberam defender desses ataques tudo o que sempre lhes garantiu a possibilidade de serem livres, responsáveis e prósperos. Hoje, seus filhos, com a recordação dessa...
Ao longo dos anos 1990, na Tribuna da Imprensa, dois articulistas escreveram incansavelmente sobre os perigos do Foro de São Paulo, do Diálogo Interamericano, de Cuba, da Nova Ordem Mundial, do globalismo e, claro, de FHC e Lula: Geraldo Luís Lino e Tasso Villar de Aquino.
Dois erros que li nos artigos do general Tasso Villar de Aquino: 1) ele atribuía a Nova Ordem Mundial e, por conseguinte, o movimento globalista aos EUA. Não percebia que os americanos também eram um alvo dessa turma; 2) Acreditou que Ciro Gomes seria uma boa alternativa.
Neste artigo publicado na Tribuna da Imprensa em 1996, Tasso Villar de Aquino cita não apenas o Foro de São Paulo mas também Bolsonaro.
Graças a Fernando Pessoa, agora descubro que Fialho D'Almeida era gay: "A figura de Fialho de Almeida forma-se de 3 elementos: era um homem do povo, um pederasta e um grosseirão, criatura da estepe alentejana, com calos na sensibilidade humana, 👇
...e uma depressão moral deve ter a bossa da delicadeza. Tirante o amor à paisagem e aos homens, nada o atrai para nada (...)."
E ainda do Fernando Pessoa: 👇
Um serralheiro chamado Fialho
Tinha uma chave que
Com ela muita porta abria...
Aqui a história principia.
Tanta porta abriu o Senhor Fialho
Com a tal chave que era caralho
Que a chave alfim se escangalhou
E aqui o conto acabou.