Se esse incidente tivesse ocorrido nos anos 70, antes do advento do TCAS (Traffic Collision Avoidance System) o risco de colisão teria sido infinitamente maior, pois a resolução do conflito ficaria a cargo apenas do controlador de tráfego aéreo. Segue o fio pra entender. (1)
https://twitter.com/joicehasselmann/status/1351675418395381761
Ainda não se sabe o porquê do Caravan ter efetuado a saída errada, mas isso será investigado pelo Cenipa porque no áudio da torre é possível ouvir o comandante do avião da GOL informando que teve um [alarme] de R/A. (2)
R/A significa Resolution Advisory, é um alarme informando que algum alvo entrou na bolha de proteção do avião, e esse alarme tem precedência sobre o controlador de tráfego aéreo, ou seja, se o TCAS mandar subir e o controlador mandar descer, o piloto obedece o TCAS. (3)
Só que o monomotor Caravan do Governo do Paraná não possui TCAS, mas como possui Transponder (e ADS-B - por isso vc consegue vê-lo no @flightradar24), ele fica visível para aviões que possuem TCAS. Este sistema foi desenvolvido após uma sérei de colisões (4)
que ocorreram no final dos anos 70, na Califórnia. Essencialmente ele cria uma "bolha virtual" em volta das aeronaves, e qualquer intruso que invadir a bolha é indicado no painel dos pilotos. Quando eu digo que a aviação aprende com acidentes do passado, esse é um bom exemplo (5)
Pra entender melhor: Se os dois aviões tivessem TCAS, os dois poderiam dar informações de manobra evasiva. Como apenas o da GOL possuia TCAS, em nenhum momento o Caravan soube que havia invadido a "bolha", mas seu Transponder enviava informações, por isso o alarme tocou no GOL.
A @Aeroflap tem os áudios no post deles: aeroflap.com.br/aviao-da-gol-e…
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