Bom dia. Farei um mini fio comentando as carreatas de ontem. Ontem, a reação foi um sucesso. Carreatas gigantes pelo país afora. Mas, nada de repercussão na grande imprensa. Por qual motivo? Segue o fio
1) Não foi apenas na região sudeste, não foi apenas nas capitais. As carreatas se espalharam pelas cidades do interior.
2) Mas, o que ocorreu na grande imprensa? Pequenas notas, quase no rodapé dos seus sites. Na ilustração à esta nota, percebam que não se trata de alinhamento com Bolsonaro. Trata-se de não divulgar ofensiva que não tenha o controle do Centrão
3) Até mesmo o governo percebe a ofensiva. Ontem, a PGR decide pedir abertura de inquérito contra o ministro da Saúde. Bolsonaro, pelo visto, está se sentindo acuado
4) Então, para entender a dinâmica: a) o campo progressista saiu às ruas, depois de um longo período de hibernação; b) é de se estranhar o motivo de não ter organizado carreatas antes; c) contudo, o alinhamento empresarial é com o Centrão, não com o campo progressista
5) Presumo que já se avalia - entre militares, alto empresariado e Centrão - alternativas ao governo Bolsonaro (com Mourão). Presumo que estejam monitorando a queda de popularidade do governo e estejam medindo a formação do caos.
6) Assim, a disputa pela narrativa da queda ou enfraquecimento do governo Bolsonaro teve início ontem. Até então, vinha sendo administrada pelo Centrão e elites econômica e militar. Ontem, novos personagens entraram em cena.
7) Finalizo com uma informação: a esquerda foi convidada a participar das carreatas: partidos, sindicatos, ONGs e organizações alinhadas à esquerda. As carreatas foram puxadas por lideranças e organizações de centro-esquerda ou mais ao centro (não alinhadas com o Centrão). FIM
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Boa tarde. Vou postar um fio sobre o que considero traços paradoxais de nossa cultura política. Algo que alia alegria excessiva, resiliência doentia e violência privada. Lá vai:
1) O sociólogo polonês Zygmunt Bauman, num ensaio que dedicou às suas filhas, em determinado momento escreveu: “não posso evitar a história”. Afirmava que a história havia decretado que ele era polonês e judeu e, com tais imposições arbitrárias, emergia uma alta dose de incerteza
2) Quando li essas palavras que parecem uma narração realista, pensei no decreto que a história acabou impondo a todos nós, brasileiros. Bauman sabia que não nascemos com essência, já que nossa inteligência nos “decreta” que somos responsáveis por nossas escolhas e omissões.
Para não restar dúvidas sobre a impossibilidade de retorno às aulas presenciais. A Fundação Oswaldo Cruz, órgão do Ministério da Saúde, publicou o documento com o título “Contribuições para o retorno às atividades escolares presenciais no contexto da pandemia Covid-19”, de set/20
O documento pode ser acessado através deste link portal.fiocruz.br/documento/cont… . Os indicadores globais e específicos para retorno das atividades sugeridos pela Fiocruz são: 1. Redução da transmissão comunitária: < 1 caso novo por dia por 100.000 habitantes;
2. Taxa de contágio - valor de R < 1 (ideal 0,5) por um período de pelo menos 7 dias; 3. Disponibilidade de leitos clínicos e leitos de UTI, na faixa de 75% livres. (Faixa verde – Conass/Conasems);
Prometi o fio sobre a inesperada ofensiva contra Bolsonaro. Então, lá vai:
1) Muitos previam que em algum momento transbordaria o copo até aqui de raiva. Bolsonaro abusou e todos nós sabemos. Incompetente como gestor, humilhado politicamente pelo Centrão, restou o grito do macho alfa, mesmo combalido. Ameaçou e, como sempre, recuou
2) Mas, o outro lado do país, aquele que é majoritário, umas três vezes maior que o apoio que Bolsonaro parece possuir, continuava resignado. Resignação, talvez, não descreva exatamente o cenário. O lado de cá resolveu ser expectador. Olhar a paisagem e fazer seu julgamento.
Essa história de Bolsonaro ser desmentido pelo governo da Índia a respeito da compra de 2 milhões de doses da vacina revela muito da personalidade do nosso presidente. Vou pistar um mini fio a respeito. Lá vai:
1) O desmentido oficial do governo da Índia, sustentando que não há como fornecer tão rapidamente a vacina se chocou com o avião que teria saído do Brasil para trazê-las em dois dias.
2) Bolsonaro parece não pensar ou planejar com cuidado. Parece pensar apressadamente no primeiro lance e executá-lo o mais rápido possível sem medir as consequências. Ansioso e pouco reflexivo, não nasceu para ser estrategista, mas para espalhar notícias, mesmo que sem fundamento
Hoje, publicarei aqui um fio que não é de minha autoria. Trata-se de um artigo exclusivo elaborado pela Jacqueline Muniz, do departamento de segurança pública da UFF. Escreveu a partir de uma postagem no grupo que eu coordeno, o Unidade na Diversidade. Vale muito a pena. Lá vai:
1) "Desde a minha tese de doutorado sobre a Polícia Militar, defendida 21 anos atrás, tenho insistido que o problema dos meios de força combatentes e comedidos é de governabilidade. (...)
2) Eles sofrem de emancipação predatória e se recusam a qualquer expressão de controle civil. Tem-se autonomia demais e controle de menos do principal poder que uma sociedade livre delega ao Estado para administrar em seu nome